domingo, 23 de junho de 2024

Lula e Deasfios

 Não é a primeira vez que um presidente da república conflita com o Banco Central. Na realidade, a rusga não só é esperada como é quase necessária. Afinal de contas, a política é, por natureza,  expansionista, visando benefícios a curto prazo, deixando eventuais ônus para com eles lidar depois. Já  o Banco Central tem por missão permanente a estabilidade da moeda. 

Verifica-se, hoje, a política do "aqui e agora" pois à generosidade fiscal, se, por um lado, adiciona alguns pontos no crescimento econômico a curto prazo, por outro também contrata a inflação futura, tendo por preço o desregramento da Sociedade e a contenção do crescimento.





O cenário atual criado pelo Presidente Lula, cuja ambição política, senão bem dosada levá-lo-á  à imprudência fiscal, oferce à suas bases argumentação simplista e populista, enganando seu eleitorado com promessas irrealizáveis. Já , em cenário alternativo e  otimista, pode o governo Lula alcançar notável sucesso ao seguir o rumo prudente e consequente de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

No campo da política  externa, a opção pela aproximação à China, cuidando para não prejudicar nossa boas relações com os Estados Unidos, revela-se uma política sóbria e correta, podendo ela turbinar os investimentos industriais no Brasil, bem como nas áreas tecnológicas como comerciais.  

Justo estimar que aos Estados Unidos é crucial manter boas relações bem como influir nos rumos a  serem tomados pelo Brasil. Tal condição deverá estimular investimentos,  intercanbio financeiro e comercial no sentido Norte Sul porem sem prejuízo de nosas crescentes relações com Pequim. A manutenção desta dualidade nos é positiva, sem qualquer  exclusão, e se revela crucial aos interesses tanto de nosso país como, também, os de  nossos parceiros.



Os Estados Unidos não podem se dar o luxo de minimizar suas relações com o Brazil, tendo em vista o peso estratégico de sua vasta geografia como a quinta maior nação do planeta, de ser ele a nona economa mundial, com uma população de 200. milhões e, ainda, sendo sua localização dominante no continente da Ámerica do Sul. 

Assim, tudo indica que Brasilia, com bom uso dos excelente quadros do Itamaraty, merecerá  crescente atenção dos demais polos de poder internacional. Como exemplo, tal flexibilidade diplomática tem permitido à India, com índices inferiores ao Brazil (salvo a população), ser  continuamente cortejada pelas grandes potências.  

Está na hora de agirmos como Potência, despindo-nos do complexo de inferioridade.



domingo, 16 de junho de 2024

Possível e Provável

                                                        Mapa-mundi  tendo a China por centro     

 
Nestes tempos que correm, vê-se em muitos países a chegada do calendário eleitoral, onde as partes litigantes vem demonstrando crescente e aguda radicalização. 

Nos Estados Unidos aproxima-se o embate entre dois campos diametralmente opostos, onde os Republicanos comandados por um contundente e impositivo Donald Trump enfrentará um medíano Joe Biden cuja principal força deriva de sua oposição e rejeição  ao adversário Republicano. Contudo, para o "líder do mundo livre" a política internacionl tem peso relevante nas decisões internas. Os temas que regem a tensão crescente entre Washington e o eixo Moscou-Pequim, trazendo no seu bojo o espectro de conflito politico e armado, trarão reflexos às opções de política interna norte-americana.    

Ainda, na França tem-se o moderado Macron desafiado pela contundente Marine le Pen, ésta oferecendo a alternativa do Estado Forte em substituição da tolerância trazida pela prevalência do Estado Social, juntando-se à crescente rejeição à invasão dos imigrantes ilegais. No Reino Unido tem-se a expectativa do retorno iminente dos Socialistas ao poder, tornando mais complexo o processo de reajuste imposto pela retirada de Londres da União Européia.

Trantando-se do Continente Americano, ter-se-á no Brasil a disputa entre uma esquerda fortalecida pela sua recente explosão demográfica, porém debilitada por um envelhecido Lula e equipe. Tanto Esquerda quanto Direita cultuam "verdades" já exaurídas pelas décadas passadas, ignorando mudanças teóricas e tecnológicas (vide a influência na formação de opinião pública atravéz das redes) Já, no comando da oposição, tem-se uma direita radical sob o clã Bolsonaro

Na Argentina observa-se a vitória da direita radical de Xavier Milei, procurando no Século XXI a pureza teórica do capitalismo, isto num país viciado pelos artificialismo do Estado Distributivo que não mais resiste às realidades do momento atual. Face à ameaça de suspensão do já tradicioal apoio orçamentário às classes trabalhdoras, aumenta de forma relevante a prevalência de estabilidade política na Argentina. 

Já quanto à Ásia, o diferendo entre  em curso também toma aspectos eleitorais. O candidato democrata Joe Biden assume uma postura confrontacional com o eixo China-Russia, enquanto Trump mantêm relações construtivas com estas nações. Contudo, tendo a História por guia, a ascenção de novo poder internacional capaz de desafiar a liderança existente e já estabelecida gera crescentes tensões entre o poder preponderante, os Estados Unidos, e a nação emergente, a China. 

Os arsenais nucleares dos aliados China e Rússia equivalem àqueles dos Estados Unidos e Europa, permitindo prever que tal conflito, pela sua potência conjunta, se detonada, redundaria em incalculável morticínio, envenenaria a atmosfera criando uma permanente núven invernal.

Face a crescente probabilidade deste Armaguedon, torna-se essencial o desarmamento dos espíritos e o abandono do comportamento reativo que tantas guerras gerou no passado. Tais conflitos foram causados pela inflexibilidade da Nação-líder ao negar à Nação em ascensão, comercial e política, em busca de influência internacional. 

 


sábado, 8 de junho de 2024

Nação e Religião



                                                                    Netanyahu                                 Khamenei


Desde o Século XVI o mundo civilizado empreendeu um conflito religioso que levaria, nos séculos seguintes, à laicidade das nações. Tal percepção em muito se deveu às guerras cruéis que  na Europa levaram  os países  católicos como França, Espanha e Itália à enfrentarem nações Protestantes, encabeçadas pela Inglaterra a Prússia e outros estados Teutônicos. Ainda, as leis locais abraçavam o extremismo religioso, levando seus cidadãos às nuvens escuras dos dogmas então prevalentes. 

Face à morte e destruição neste periodo cruel de guerras religiosas, teve início um processo de modernização laica liderado pela França, onde o processo de separação do Estado e da Igreja trouxe, no tempo, a adesão e modernização política  do Ocidente.

Séculos passados, quando tudo indicava a consolidação de tal processo, trazendo aos povos a prioridade da Razão sobre a Crença, observa-se com  crescente preocupação a iniciativa, neste Século XXI, de dois países importantes no concerto da Nações.

Adotando seus textos sagrados como se Constituição fosem, tanto o Irã quanto Israel optam por divinizar as decisões de Estado,  tendo a Religião como elemento de geração, interpretação e justificação de decisões políticas, estas confrontando os países laicos subordinados à Lei Internacional.  

A prevalecer tal dicotomia, tornar-se-á ela fonte de continuas e crescentes dissenções de ambito legal, político e ético, contaminando o ambiente civilizatório construido ao longo de Séculos e representado pela Organização das Nações Unidas. Esta entidade, que outrora defendeu com sucesso a criação do Estado de Israel,  revela hoje crescente preocupação face às ações do Estado Judeu tendo por vítima o povo Palestino.

Ao observador do conflito em Gaza, mais sensato seria Israel concentrar sua justificada ira contra o Hamas sem tornar vítimas as dezenas de milhares de mães e crianças abatidas como se cumplices fossem.  

Os jornais noticiam hoje que quarenta e cinco crianças foram mortas por bombardeios aéreos israelenses, alegando o seu comando militar a presença de membros do Hamas dentre os estudantes! Ora, tal narrativa não justifica a calamidade, devendo os infiltrados ser capturados por ação de tropas, indentificando criminosos e inocentes. 

Ao justificar Netanyahu tal massacre com base em trecho milenar Bíblico, onde propugna, como represália à ataque sofrido, a morte de todos os homens, mulheres, crianças e animais das terras inimigas, esqueçe o líder israelense que o processo civilizatório dos últimos Séculos não mais permite reação tão selvagem como evidencia sua proposta exterminadora. 

Confiamos que o bom senso das elites e povo de Israel, cuja relevante parte de sua população discorda dos  desmandos de seu governo,  imponha um imediato armistício (sem prejuizo de capturar os assassinos do Hamas) assim contendo a atual mortandade que causa profunda degradação da boa imagem e respeito que hoje o país sofre.   

 





sexta-feira, 31 de maio de 2024

O Oriente Acordando

"Deixem a China dormir, pois quando ela  dspertar o Mundo vai estremecer" disse  Napoleão faz 200 anos.

Pois o dia chegou. Após uma ascenção meteórica, hoje a China é a 2a. economia do planeta, crescendo em rítmo que lhe permitirá igualar o PIB norte-americano em uma década. Ao optar por uma política de confrontação Washington empurra a China aos braços  da Russia, hoje inimiga declarada do império americano e possuidora do maior arsenal nuclear existente.


Tem-se, assim, a formação de um novo equilibrio no planeta, tanto político quanto militar. Assim,  leva as demais nações a reverem suas alianças tradicionais, seja para enfraquecê-las, seja para fortalecê-las. O quadro atual revela uma União Européia aliada à Washington, ainda que tal fidelidade poderá ser limitada pela dissídia de algum de seus membros, veja a Hungria. 

O Terceiro Mundo, tanto americano quanto africano e asiático estará em busca de maior participação nas questões internacionais. Tal polaridade resultará no realinhamento dos países de segunda linha no que tange seus interêsses eonômico e militar. A soma dos votos destes países será relevante nos "fori" internacionais, como na Assembléia Geral das Nações Unidas. Também, no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas os Etados Unidos vê sua supremacia reduzida, uma vez que Russia e China, também detentores do Poder de Veto, dele fazem parte.

Pode-se dizer que o movimento visando o reequilíbrio do Poder mundial já teve início neste ano de 2024, abrindo as portas para os reajutes internacionais que se farão imperativos. Tais mudanças causarão reações e desafios de complexa adaptação revelando ser a petrificação do status-quo-ante  não mais possível.  Para se evitar uma guerra catastrófica entre potencias  nucleares torna-se urgente e essencial  buscar-se na política ajustes penosos que reconheçam a nova realidade, assim dando à paz duradoura uma nova chance.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Verdade e Censura



Esse Blog vem sofrendo sério problema de intervenção externa e desconhecida. A partir da publicação  em 19 de abril p.p. do primeiro Blog sobre o conflito em Gaza, os quatro artigos seguintes sobre o assunto, apesar de publicados,  foram apagados  e não mais encontrados.

Repita-se, tal anomalia só visa artigos comentando o morticínio desproporcional ora em curso  da população civíl árabe pelas forças armadas israelenses, resultando, portanto, em intervenção contrária à livre expressão de opinião. A última matéria sobre o assunto em pauta ainda constando do Blog foi publicada em 19 de abril p.p. Porém, os quatro artigos seguintes sobre o mesmo tema "prohíbido" tiveram sua publicação subreptíciamente eliminadas por "intervenção de origem desconhecida", não deixando rastro. 

Cabe, portanto, um exame rudimentar sobre a origem deste procedimento ilegal. Em sendo estas "censuras" resultado de intervenção de terceiro desconhecido conforme verificação técnica, cumpre seguir-se a rotina  investigativa: "À quem interessa?" A resposta padrão seria: "o alvo da crítica do artigo". Ora, como os artigos eliminados do Blog tratam do morticínio de civís Palestinos na faixa de Gaza pelas forças israelenses, resta apenas alguma agência israelense como autor desta censura ilegal.

Apesar deste esforço obscurantista, o povo israelense não está totalmente submerso na "visão oficial". Pelo contrário,  o texto a seguir, de autoria de veteranos do Exércitro Israelense, demonstra visão contrária ao governo Netanyahu, semelhante à opinião deste Blog. 

Segue a seguir pequeno trecho de artigo publicado pela organização acimaa citada:


By Avner Gvaryahu

Mr. Gvaryahu is the director of Breaking the Silence, an organization of veterans opposed to the occupation of Gaza and the West Bank.

Want to stay updated on what’s happening in Israel and the West Bank and Gaza Strip? Sign up for Your Places: Global Update, and we’ll send our latest coverage to your inbox.

Israel’s military has brought utter devastation to the Palestinians of Gaza after the attack by Hamas on Oct. 7. But the extreme response is not only a reaction to the horrors of that day. It is also a product of the decades-long role the military has played in enforcing Israeli occupation of Palestinian territories.

The occupation has cultivated a longstanding disregard among Israeli soldiers for Palestinian lives, and similar impulses in the words and actions of commanders can be seen to lie behind the horrors of what we are witnessing today. etc..."


quarta-feira, 8 de maio de 2024

Competição Internacional

                                 

     


                                                        

A formação de dois blocos internacionais de potencial conflitante deve merecer a atenção, tanto como perigo quanto como oprtunidade.

Hoje, os Estados U|nidos e a União Européia se unem cultural, conômica e militarmente, assim dominando, de forma preponderante, o rumo do planeta. Contudo, seu caminho começa a ser contestado pela união da Rússia e China, ambas com o propósito de conter a uni-polariadade ameaçadora à seu desenvolvimento e indpendência política.

Cria-se, assim, um ambiente de crecente hostilidade, cuja intensidade parece ameaçar as relações pacíficas de interesse global.

Não há dúvida que a preferência pelo modelo democrático do primeiro Bloco seduz as nações de cultura Ocidental, dentre eles o Brasil. A posição geografia também tem forte importância, agravando ou atenuando as consequências de um potencial conflito. Estes, fatores nos aproximam mais ao Ocidente, que é nossa origem, do que ao Oriente, cujas diferenças culturais adicionam risco relevante. Porém, sob a ótica das oportunidades comerciais e econômicas, abre-se uma nova porta em direção ao Leste.

Quanto ao Brasil, sendo ele parceiro ideológico do bloco Ocidental, tem ele mantido boas relações comerciais, porém muito aquém do seu potencial, dado à barreiras tarifárias. Do outro lado do tabuleiro importantes benefícios comerciais já derivam das relações com o Bloco "asiático". O comércio brasileiro com este último vem superando, em muito, as transações com o Ocidente, o que aconselha manter e ampliar esta aproximação

Contudo, as relações entre nações não devem lastrear-se, tão sómente, no interesse comercial mas,sim, no conjunto de interesses, cultural, político, econômico e estratégico sem interferência do fator ideológico, de parte a parte. Assim sendo, a aproximação deverá seguir política que valorize suas exportações sem que fragilize a vocação brasileira de pertencimento ao entorno americano. Tais condições reforçam a longevidade dos tratados celebrados. 

Assim,  cabe à política externa brasileira manter as melhores relações com as potências envolvidas. É válida sua participação no "Bloco dos Pobres" por ser ele mais includente, quando o "Bloco dos Ricos" mantêm políticas que  privilegia barreiras tarifárias (USA) e reservas de mercado (UE) assim reduzindo  o fluxo comercial competitivo. 

Também importante, até o momento tais relações vem se mantendo sob o manto do interesse comercial, não havendo exigência por parte do Bloco China de contrapartidas político-ideológicas, neutralizando, desta forma, oposição mais robusta do Bloco USA.

Ao Brasil interessa a paz reinante e a plena liberdade no comercio internacional. Tal missão não será fácil face à dúvida quanto a perenidade de tal modelo, vista a inevitável competição comercial e ideológica que poderá contaminar ambos os Blocos, em busca da hegemonia.


quarta-feira, 1 de maio de 2024

Um Novo Oriente Médio?



Morando e estudando nos Estados Unidos por sete anos, em colégio e universidade, observei, com surpresa, o interesse limitado do corpo estudantil americano pelas  questões internacionais.

É verdade que naqueles longínquos idos não existiam o computador e, muito menos, as redes sociais. Estes instrumentos de globalização,  somente há pouco existentes, geram ativa polêmica, reação e protesto público. 

Neste momento, a rebelião em pról dos Palestinos, corretamente identificados como vítimas de cruel e injustificável massacre, abre novo capítulo na crônica universitária americana. Tal indignação não se limita a estes estudantes, mas espalha-se  mundo-a-fora contra o governo de  Netanyahu. Em sua defesa, são muitos os que capitulam tal revolta como  Anti Semitismo, não por erro de raciocínio mas sim por conveniência estratágica. Tal epíteto convém aos responsáveis pela crise humanitária ora em curso,  por oferecer ao injustificável massacre dos Palestinos esta falsa linha de defesa. 

Ora, o repúdio  ao cataclismo despejado sobre dezenas de  milhares de crianças e mulheres Palestinas nada tem de Anti-semítico. Trata-se, sim,  de repúdio civilizatório contra atos capitulados como crime pela Lei Internacional. 

No caso em questão não será admissível, na defesa de princípios morais e da lei da guerra, que os atos desumanos perpetrados tanto por Israel quanto, ainda que menor escala mas igualmente cruel, pelo Hamas, sejam tolerados. 

Também relevante ao cenário, pesa, também, a nova e formal  designação de Israel como Estado Judeu que altera o equilíbrio regional conquistado há décadas, e por criar barreiras adicionais à sua posição internacional. Do ponto de vista interno, vale a observação que tal mudança afeta a essência deste novo Estado. Assim fazendo, fragiliza o status dos não-Judeus, reduzindo-lhe direitos e identidade política, assim criando cidadãos de segunda classe com inevitável perda de significado político e, em decorrência, perda de competividade econômica.

Em profunda ironia histórica, de laico e moderno o Estado de Israel hoje abandona o movimento civilizatório do Ocidente, descarta a laicidade da Constituição para juntar-se à visão político-religiosa  de seus vizinhos Árabes e Persas. Os Textos Sagrados, como aquele citado por Netanyahu para justificar a aniquilação em Gaza dos homens, mulheres, crianças e animais, citando escritos em passado bíblico milenar, reflete o perigo de tal caminho. Ter-se-á, possivelmente, um retrocesso cultural ao reduzir-se a laicidade, fonte de iluminismo do desenvovimento mundial.

Parece a este autor que tal movimento tectônico no Oriente Médio terá consequências criando para o Ocidente nova fonte de instabilidade e angustia. 

domingo, 28 de abril de 2024

Aniversário

Neste mês de maio. este Blog cumprirá seus 12 anos, publicando mais de 2500 artigos, comentando sobre os meandros da política e as imprudências internacionais e, last but not least, reconhecer as infrequentes e boas surpresas que nosso Brazil e o Planeta nos trazem. Foram eles lidos 175.000 vezes por fiéis leitores, o que me causa sincero reconhecimento. 

Cumpre-me, pois, agradecer tal pasciência e leniência.

Apesar de meus 91 anos, não penso pendurar minhas chuteiras. para que possa, ocasionalmente, chutar as proverbiais canelas daqueles que mal querem à nossa terra e ao nosso bem estar.    

Um abraço do Pedro


O Celular Ubíquo


                                                                  O cerco do Planeta


Quase todos sabemos que os extremos devem ser evitados, visto a instabilidade latente que geram para sociedade, colocando  seus seguidores diante uma sequência de reações contrárias de itensidade semelhante. Tais reações podem ser instantâneas ou após décadas, mas o troco virá, não raro, talvez ainda mais intenso. 

Com o advento da era tecnológica, as reações que outrora eram de longa espera, ultrapassando, não raro, gerações, hoje, a instantâniedade e ubiquidade na disseminação destas informações alcançam todas as camadas sociais do planeta, gerando uma reação imediata, seja ela favorável ou contrária.  

Ainda no passado, os governos, no controle da disseminação das informações deturpavam os fatos de acordo com suas conveniências, assim amortecendo e conduzindo as reações na direção desejada.  Já nestes dias, a informação flui por canais privados, onde o acesso do individuo é irrestrito, assim dificultando sua manipulação. 

Compondo este novo quadro potencialmente contestatário, crescente será a influência de culturas extra-nacionais sobre o segmento alvo, dada a derrubada de barreiras entre as "comunidades celulares".

Se o governo é criado para reger e disciplinar atravéz das leis, por elas controlando o comportamento do cidadão, já a revolução cibernética cria um universo paralelo e proto-autônomo. Ele pensará e agirá de forma pessoal ou grupal, saciando seus interesses e desrespeitando os limites impostos pela sociedade  tradicional, formada pelos eleitos e as elites que compõem a res pública.   

Facilita-se, assim, atravéz das redes virtuais, a geração de incontáveis núcleos sociais e internacionais, com interesses de curto prazo em busca de gratificação imediata ou mediata, que possam ser acompanhados e realizados no dia a dia, assim reduzindo a energia coletiva voltada à objetivos nacionais e não grupais. 

Assim, forma-se um ambiente imediatista de cadente interesse temporal. Por resultado, a sociedade se desagrega em núcleos de interesses autônomos, não raro conflitantes, dificultando o objetivo de conjunto majoritário nacessário ao desenvolvimento comunitário e da Nação.

Exagero? Talvez. Trata-se de especulação desabrida tendo por objetivo gerar uma introspecção e um questionamento quanto ao futuro cibernético, cujas vantagens e ameaças estão por ser conhecidas.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Jogo de Espelhos




Antes da explosão tecnológica usava-se a bela expressão "Jogo de Espelhos"  para identificar a habitual tarefa de à outros enganar. O que parece ser não é. Hoje, os artificios eletrônicos são tantos que o velho espelho foi abandonado.

Transportado este conceito para a área internacional, dá-se o recente ataque israelense sobre a embaixada do Irã em Bahgdad causando a morte de 3 Generais iranianos. Ávida por notícias, e cumprindo com seu dever, jornais e televisões encheram as manchetes e artigos. 

Em seguida, a disproporcional retaliação do Irã ao assassinato ofereceu bem-vindos  motivos para criar um novo clima  conflituoso tão ao gosto da mídia internacional, assim criando eficaz movimento diversionário fazendo crer  que mais outra guerra estaria por acontecer.

E porque teria ocorrido, nestes dias, tal ataque comandado por Israel, uma vez que o histórico diferendo entre estes dois tradicionais inimigos estava em fase mais verbal do que letal? A resposta estaria no proverbial e perene conceito: "Vamos mudar de assunto!"

De fato, como por encanto, o massacre de 30.000 civís (incluido milhares de mulheres e crianças) em Gaza perdeu a prioridade para a mídia apesar de sua alta intensidade. Caindo em armadilha bem concatenada por Jerusalém, a imprensa abandona o Principal para cobrir o Secundário. E porque secundário? Porque são as vítimas relatadas apenas três militares iranianos. Porque a matança em Gaza continua enquanto nem no Irã nem em Israel sequer começou.

Hoje, como por encanto, a mídia pouco trata de Gaza. A avalanche de manchetes e artigos prioriza este renovado conflito, por sua vez, de baixa intensidade. Mas não, não foi "por encanto" e sim por  manobra  bem urdida  por Netanyahu e Cia. que, constatando a indignação mundial face ao horror que castiga Gaza e o profundo dano causado à imagem de Israel,  buscam novo alimento para a esfomeada imprensa internacional.

O efeito pode, hoje, ser por todos observado; parabéns, Bibi. Deu certo!

terça-feira, 16 de abril de 2024

O Planeta Inquieto




Ao observar o andar de nosso planeta, constatam-se diversos tumores em via de supuração. A revolução nos meios de comunicação turbina a competição eleitoral nas midias eletronicas, seja televisão, seja celular, onde a captura da atenção do eleitor impõem a maximização do efeito e a minimização do custo.

Assim, o apelo à emoção da massa eleitoral supera, em larga margem a eficácia do outrora discurso político. Ajustando-se à este nível intelectualmente mais modesto, a penetração no psyqué popular exige a simplificação da Idéia, dando ênfase à emoção, suplantando a reflexão. As redes sociais refletem a relevância dominante deste novo elemento ao quadro eleitoral. Em ambiente de frases curtas, refletindo reações mais do que reflexões, simplifica-se o  debate político. O imediatismo prevalece.  

No Brasil, os efeitos são sentidos, onde a recente competição eleitoral não soube encontrar candidatos à Presidência de qualidade. Sujeito aos apelos de dois candidatos de limitada abrangência intelectual, teve o quadro eleitoral brasileiro que optar por aquele que seria o "mal menor".  

Na Argentina, deu no que deu; um governo messiânico e uma oposição onde o fator emocional prevaleceu, redundou na desagregação política e em possível fracasso institucional.

Nos Estados Unidos tem-se um Biden, de boa índole porém atropelado pela idade, e um Trump dominado pela cobiça política e argentária, tendo a Presidência por salva-vida. Ainda, tem China e Russia como potencias nucleares e inimigas.

Na Grã Bretanha, vota-se o divórcio com a União  Europeia transforma-se numa luta pela sobrevivência, tornando a que foi a mais poderosa das nações em pequena provincia subsidiária dos Estados Unidos.

Na Russia, a maior potência nuclear, se joga o futuro politico da Europa, esta protegida pelas muralhas da União Europeia. Satisfará o Kremlin menter-se em suas fronteiras? É verdade que o único voto foi de Vladimir Putin

Já, como se plágio do livro "1984"  fosse, o poder emerge no Leste, dominado pela China, potência nuclear em busca de relevância internacional às expensas imediatas da India e do Japão e mediatas, dos Estados Unidos.

...este mundo não é para amadores...

quarta-feira, 10 de abril de 2024

O Golpe de 1967




Muito se fala do Golpe de 64 e pouco se fala da política destrutiva trazida por João Goulart nos idos d'aquele ano.

Impelido por febre demagógica, acometido de ímpeto distributivista infantil, anunciava ele o confisco de terras produtivas e empresas para doá-las ao lumpen despreparado para explorar e gerir a base da estrutura econômica brasileira. Pari passu, gerava a desídia nas forças armadas em discursos pregando e causando a quebra da disciplina dentre marujos e soldados.

O projeto de João Goulart levaria ao país a desestruturação de suas instituições, ao colapso da propriedade privada como pedra angular e, consequentemente, ao desmonte do ordenamento político, este substituido por um desgoverno em busca de novas regras e novos equilíbrios para uma República atônita e uma nova elite despreparada.

O Brasil fervia nestes dias de outono prevendo um gélido inverno sócio-político. Enquanto os núcleos contestatários espalhavam-se no entorno político, já a burguesia brasileira, intimidada pela violência dos discursos ameaçadores vindos tanto dos governantes quanto de setores radicais e incontidos, buscaram proteção nas Forças Armadas.

Estas não faltaram; Minas Gerais se rebela e suas tropas se dirigem ao Distrito Federal, arrastando consigo as tropas paulistas. No Rio, Jango foge e, em sinal de vitória, os tanques guarnecendo o palácio presidêncial aderem à Carlos Lacerda.    

Terá sido um Golpe Militar ou uma ação preservando a República brasileira, não restando à Nação outro instrumento que à protejesse? Apesar de instaurado um Regime de Exceção, a preservação do Congresso e do Supremo Tribunal Federal e das eleições indiretas mantiveram a base necessária à redemocratização. E assim projetava o Gen. Humberto Castello Branco o retorno à democracia que, gradualmente permitiria o desmonte da repressão. 

Contudo, não era esta a visão do Alto Comando Militar, sob a direção do Gen. Costa e Silva. Ao tomar posse em 1967, este proclamou o Ato Institucional no. 5 onde as garantias constitucionais tornam-se  subordinadas aos atos de repressão. 

Talvez tenha sido esta a real data do Golpe. Em 18 de julho daquele ano morre Castello Branco em estranho acidente aéreo, em colisão com avião da FAB. Resta saber se, realizado o projeto de redemocratização defendido por Castello Branco,  evitaria ele as reações violentas de parte a parte que dilaceraram o Brasil nas décadas seguintes.    

No entanto, tendo por consequência um novo e próspero Brasil, este redemocratizado, com a Direita e Esquerda políticas em jogo regrado, alcançou o país novos índices de desenvolvimento dentro de um quadro social estabilizado e justo. 


quinta-feira, 28 de março de 2024

Uma Solução

 


Prossigindo sua "operação limpeza"em busca de possivel membros do |Hamas, Israel invade os dois principais hospitais de Gaza, estes abarrotados com as vítimas dos bombardeios sofridos, trazendo danos mortais para pascientes e médicos. Tal intervenção aumenta exponencialmente o risco de morte das centenas de pasciente lá tratados ou a espera de cuidados.

Os suspeitos apreendidos, ou seja, sem culpa formada, são amontoados em caminhões como se gado fosse e levados para os centros de "interrogatório". Desnudados, perdem sua auto-estima,  uma forma de tortura ( que outras os esperam?). Assim submetem a inevitável parcela de inocentes ao sofrimento e às humilhações como se criminosos (ou animais?) fossem. Contrariando o principio de "inocente até prova em contrário" o maltrato já antecede o veredito. 

A prevalecer o "status quo", este desprezo institucionalizado ao Palestino só faz aumentar o ódio ao poder ocupante, o qual não só lhe tira a liberdade como pretende condenar as gerações futuras ao encarceramento sem reparação.

O que há anos já era óbvio, sómente agora, face ao clamor internacional, chega à consciência da potência máxima do planeta, os Estados Unidos. Sua constatação do explícito massacre da população de Gaza, reconhecendo o ônus do pretérito apoio incondicional que Washington devotava ao ocupante, tornou-se ônus eleitoral. 

Face ao desgaste causado pela crueldade dos bombardeios sobre civís indefesos (crime de Guerra?) constata-se o opróbrio internacional ao governo de Israel com intensidade  nunca antes vista. Muitos serão os israelenses contrários aos desmandos de seu governo na repressão em curso, gerando crescente repúdio interno e externo; importante que se diga que a crescente crítica à crueldade exibida não significa antisemitismo, este rejeitado pela maioria das nações ocidentais. 

Torna-se necessário romper o ciclo vicioso que rege o atual conflito. Para tal, medidas novas e corajosas serão necessárias. destacando-se a criação urgente de dois Estados, um Judeu, outro Palestino, ambos agindo dentro de um arcabouço legal que privilegie relações pacíficas e construtivas, onde não apenas soluções políticas prevaleçam mas, também, tratados de cooperação econômica e cultural. 

Esta parece ser a única solução duradoura. 


    

terça-feira, 19 de março de 2024

Religião e Poder



Diante de uma notável mudança no quadro religioso brasileiro, algumas observações merecen atenção.

O Brasil tem sido desde sua fundação uma nação católica. ainda que, não necessariamente, praticante. A obediência à seus preceitos tem sido, como tudo neste país, flexível e adaptáveis, dobrando-se aos costumes e tendências de diferentes núcleos culturais, como aqueles de origem africana ou indígena. 

E assim caminhou a evangelização do povo brasileiro, generosa e tolerante, aceitando ajustes e adaptações dentre circunstâncias diversas, mas todos aderindo às mensagens do Christo católico, ou seja, a da tolerância (não raro excessiva) e da generosidade do nosso povo.

Porém, eis que surge relevante novidade; hoje, no Brasil, a população Evangélica cresce à taxas surpreendentes, devendo superar o numero de fiéis católicos em 2030. Contudo, importante diferenciar-se as igrejas Pentecostais do conjunto das igrejas protestantes.

Conquanto as denominaçãos protestantes tradicionais, como a Luterana, a Presbiteriana e a Anglicana seguem um ritual mais contido e reflexivo, não distante d'aquela da Igreja Católica, onde a fé é compensada após a morte,  as demais denominações Evangélicas, Pentecostais e Neo Pentecostais, tendem à manifestação ativa dos fiéis ao longo do culto, unindo-os ao pastor em preces declamadas, onde a demanda é uníssona como, também,  o testemunnho das dádivas aqui recebidas e gozadas.     

Trata-se, pois, de uma revolução ideológica em andamento. Enquanto a visão Católica promove a aceitação pelos fiéis das condições de vida que lhes cabe, oferecendo a promessa da Salvação Eterna,  a mensagem Envangélica oferece à fidelidade de seus seguidores o prêmio de benefícios espirituais e materiais ainda em vida. 

Ainda, o "ethos" que move os evangélicos evidencia forte influência norte americana, por ser o berço de diversas cepas deste movimento, onde a visão do ganho a curto prazo é  contraria à visão Católica, esta sob influência Europeia.  

Constata-se, assim, forte atração popular  pelo imediatismo do benefício prometido pelo culto  Evangélico, sua expansão atingindo mais de 43 milhões de seguidores, com a perspectiva (vide gráfico abaixo) de superar, em prazo breve, a preferência nacional pelo catolicismo.   

Ainda, o movimento Evangélico pode se tornar notável instrumento de influência política. Ao unir o elemento político à fé religiosa, cria-se um instrumento de suma importância no quadro eleitoral, podendo tornar-se "fiel da balança" em decisões basilares para República. Difícil será evitar-se que estes eleitores, tornem-se massa de manobra de líderes político-religiosos, criando um ambiente onde a razão poderia ceder à emoção.




         

segunda-feira, 11 de março de 2024

A Luz no Fim do Túnel




Com justa razão, e finda a Segunda Guerra Mundial,  o Estado Judeu de Israel e sua população Judaica  mereceu clara simpatia do mundo Christão. Nunca o Planeta Terra presenciara tamanho genocídio.Neste ímpeto solidário, com laivos de expiação de culpa face à terrível mortandade dos Judeus Europeus por Christãos, a tolerância alimentada pela culpa dos povos Ocidentais chegou ao ponto de relevar as crueldades cometidas pelos imigrantes judeus contra a população palestina que preponderava da região do nascente Estado de Israel. 

Expulsos os Palestinos de suas seculares terras e casas pelas contínuas levas de judeus imigrados, tiveram suas aldeias esvaziadas, quando não eliminadas. Por consequência,  a invasão e repressão sobre os antigos habitantes gerou repúdio contra tal invasão e apropriação, assim criando núcleos de resistência armada usando, não raro, táticas terroristas contra civís. Teve-se, assim, a consolidação de diversos grupos armados na Cisjordânia, e o Hamas em Gaza. emulando  o ocorrido durante o domínio inglês da Palestina, quando os núcleos terroristas judeus,  Stern e Irgun, investiam contra soldados e civís ingleses e árabes. 

Inevitávelmente, a população árabe deslocada refugiou-se na Cisjordânia e Gaza. Lá, sob uma nascente autoridade Palestina, criaram novas casas, vilas e cidades, ainda que sob a tutela armada do estamento israelense, tornando tais territórios em prisões a céu aberto. Invevitávelmente, tal constrangimento criaria, necessáriamente, reações violentas. 

Como exemplo, Gaza, um territóriaso de apenas 365 km², resulta no cruel encarceramento de 2,5 milhões árabes, causando insuportável densidade populacional. São 6.849 habitantes por km², o seja, 7 pessoas por cada metro quadrado. Tal concentração, hoje agravada pela falta de comida e água potável, causa insustentável condições de vida que, por sua vez,  adubam a rejeição violenta ao domínio israelense

Ainda, o bombardeio indiscriminado pela aviação israelense já causou perto de 30.000 mortes, dentres as quais dezenas de milhares de crianças e mulheres. Trata-se de Crime de Guerra que, com o tempo, chegará aos tribunais internacionais. 

Esta perspectiva  histórica permite ter-se uma visão de causa e efeito do que hoje sucede em Gaza, e o porque da presença do Hamas terrorista sobre a região, como resposta desmedida à opressão sofrida. Em resumo, hoje, o ódio é a fonte da violência dos Palestinos à Israel bem como a dos Judeus aos Palestinos.  

Torna-se evidente que tal situação não deve perdurar, é hora de ser revertida, e o ódio entre as partes em litígio substituido pelo diálogo. Tal iniciativa só pode ter início e prosperar pela parte que detêm e exerce o Poder. Sómente Israel poderá criar condições para  o arrefecimento dos ódios atravéz de medidas que transformem, de acordo com plano pré-estabelecido, em fórmula de convivência pacífica.

Tivesse Israel estimulado e financiado a melhoria da qualidade de vida dos habitantes em Gaza assim  e permitindo o seu bem estar social e econômico, os benefícios decorrentes tornariam sem sentido o recurso ao terrorismo e a emergência do Hamas, uma vez que este se alimenta da frustração popular.  Tal projeto traria relevantes ganhos humantários e políticos.

Como exemplo, a Cisjordânia serve de constatação, pois apesar de violentada por ocasionais intervenções do  Exército Israelense, concede aos palestinos amplo território com relativa liberdade, este governado pela equilibrada e prudente  Autoridade Palestina. Nela, o Hamas radical e sanguinário, não pôde prosperar. 

A transformação do status vivendi  seria a base do Estado Palestino, convivendo pacíficamente, com o Estado de Israel. À Israel convém constatar que seu imenso capital de boa vontade internacional decorrente da 2a Guerra Mundial estaria, hoje, se esgotando  A endêmica tragédia que paira sobre a região não mais conta com o apoio dos povos e das potencias mundiais. Uma crescente parcela de norte-americanos não mais apoiam o domínio israelense.

Ao observador, parece ser do interesse de Israel o abandono do modelo falido da dominação e buscar o moderno equilíbrio de vontades e poderes, dentro dos princípios delineados na Carta das Nações Unidas. Quanto à segurança, sabe-se que o estado judeu domina o desenvolvimento dos instrumentos de vigilância que permitem o abandono das táticas de repressão medievais ora usadas.  

 



quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Incerteza

 



A partir do Ano do Senhor de 2024, o planeta Terra adentra nova fase, a da Incerteza. 

Seguindo a trajetória suicida, inciada nos anos 40 do século recém findo, ao inventar-se a Bomba Atômica, evoluindo para a Nuclear, a elite política e científica da Humanidade lhe oferece o instrumento de sua própria destruição. Para quando será o cataclísmo, não se sabe, mas, quanto à sua ocorrência uma questão de tempo será.

Mas, enquanto o Grande Fim não chega, temos mais uma contribuição de mentes´brilhantes e irresponsáveis": a Inteligência Artificial. Sua chegada inaugura a Era da Incerteza.

A pedra angular da credibilidade, pari-passu com a constatação de provas fáticas, seria o Testemunho. Ocorre que, doravante, o testemunho poderá ser falsificado, seja atravès da palavra, seja da imagem.

Ao grito "Eu Ví!" ou "Eu ouvi!", constroe-se a Acusação, que, não raro, elucida a dúvida. No entanto, com a evolução tecnológica, o "visto", tenha sido atravéz de imagem ou som, não mais gera certeza e deixará de tornar-se "prova". Com o advento da Inteligência Artificial, estas duas sensações, básicas na vida do individuo, são degradadas ao nível de dúvida.      

Para que tais percepções retornem à confiabilidade, o recurso à tecnologia será essencial para desvendar a manipulação criminosa. Para tal, onde tempo e capital são necessários, não raro estarão fora do alcance de um indivíduo. Assim, ao nível do relacionamento humano, o grau de confiabilidade na interrelação pessoal terá forte queda face à crescente sofisticação da "tecnologia do engano". 

E que nos promete o futuro? Talvez, um conflito permanente entre o engodo e a verdade. Porém, a vida prossegue no seu ritmo cada vez mais apressado pelo dinamismo cibernético? Até que ponto a profilaxia defensiva será oportuna e possível? Quanto custará à Sociedade, em termos não só monetários, mas em defesa de valores éticos? 

Até que ponto a enorme massa despreparada que se espalha Brasil afora a partir de 1970, quando os 90 milhões se tornaram hoje 205 milhões,  será  progressivamente vitimada pelos sofisticados bandidos virtuais?

Nos dias de hoje já se constata uma crescente onda de fraudes no uso verbal do telepone celular; tudo indica que novas técnicas, estas visuais, também estarão presentes em breve. 

 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Quo Vadis, Israel?


                                                                        

Ao declarar-se Israel um Estado Judeu, instaurou-se na Nação a supremacia da religião Judaica e de seus habitantes semitas como parâmetro de crença e comportamento. Tal condição teológica exige uma subordinação à textos do Primeiro Testamento Bíblico (por ser ela sua Constituição), Assim, as referênciais comportamentais de seus cidadãos se alteram profundamente e de forma diferenciada conforme a crença de cada um.

Tendo o mundo vencido, através dos séculos, as etapas na direção do Estado Laico, dando fim às cruéis guerras e revoluções internas de motivação religiosa, chega-se, neste Século XXI, ao superior gráu civilizatório da tolerância e respeito à livre escolha do cidadão quanto à sua fé. Ainda, a laicidade das leis valida a livre escolha sem que lhe domine um Culto de peso constitucional.    

Já, voltando à Israel, justo presume-se a implantação de garantias de paridade cidadã entre a maioria judaica e as minorias Cristãs, Muçulmanas e Druzas. Caso contrário,  quais seriam as consequências, vitais ou banais para estes estranhos à "religião oficial"?

Ainda, vale indagar-se como um Estado Judaico pode, ou deve exercer sua supremacia sobre um povo que não comunga com a confissão impositiva do dominador? No Século XXI não parece razoável negar-se à um povo a demanda por liberdade política que ora junta-se à liberdade religiosa. 

A manter-se a crua dominação da população Palestina na Cisjordânia e Gaza, esta legalmente injustificável pela lei internacional, inevitável vem sendo e será a gradual e constante perda de imagem de Israel  junto à opinião pública Ocidental. Tal repúdio, pela violência desproporcional  da repressão  tende ao esquecimento da atrocidade cometida pelo Hamas. 

Já, quanto ao conflito que perdura em Gaza, conta-se, até o momento, 28.000 mortes de civis dentre as quais  17.000 crianças, vítimas dos bombardeios indiscriminados que nem sequer encontram qualquer abrigo e sem oferecer qualquer  resistência. É um rebanho condenado ao matadouro.

Ainda, a atual concentração de mais de 1 milhão de Palestinos  em torno da pequena cidade de Rafah, permite prever, ou sua destruição e a de seus habitantes pela ofensiva israelense, ou o "cleansing" que abra as portas para a sua expulsão de suas terras. 

Agravando a viabilidade deste projeto, difícilmente haverá país, Árabe ou não,  que aceite receber milhão e meio de refugiados de uma só vez. Tal negativa pode levar à Israel optar por uma solução definitiva, ainda que reprovável pela comunidade internacional. 

O que parece  faltar ao âmbiente israelense seria uma manfestação publica contrária à continuidade  deste conflito de laivos medievais. Parece ser a hora de virar a página, criando condições favoráveis para a criação de dois Estados, Judaico e Palestino, assim dando fim ao conflio quase centenário. 


N.R. Que fique claro que as observações acima se referem ao comportamento do Estado de Israel em consequência das iniciativas de seu governo. De forma alguma representam elas um sentimento retrógrado antisemita.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Futuro Incerto





No longínquo 2004 deu-se o início da decadência do futebol brasileiro. Após a conquista ímpar de cinco copas mundiais, o Brasil sofreu fragorosa derrota, quando a Alemanha balançou nossas redes por sete vezes, deixando-nos a dúbia honra de um solitário gol.

Sendo o Brasil o "país do futebol", onde, de fato, a população sofre intima relação emocional, sucessos e derrotas em disputas internacionais influem, de forma relevante, no psiqué dos brasileiros.  Desde então, nosso histórico exibe triste e decadente desempenho.

Infelizmente, os infortúnios do futebol se repetem no comportamento da economia brasileira. Conforme se observa nos Gráfico 5 e 6 preparados pelo IBGE. A partir de 2012 a economia brasileira patina dentro dos limites da mediocridade, refletindo crescimento apenas na exploração do que a terra nos dá: a agricultura e a mineração. Porém, pouco contribui a contida operosidade no âmbito industrial, conforme demonstrado. 

Observa-se que o início da estagnação da economia brasileira deu-se a partir da posse de Dilma Roussef, e assim prosseguindo até os dias de hoje. Tal contenção reflete a modéstia do primeiro mandatário bem como a anomia que vem afetando o Congresso, destacando-se a Câmara de Deputados, onde a qualificação dos parlamentares revela sensível redução das qualidades que caracterizavam seus antecessores

O salto demográfico nos últimos setenta anos, de 90  para 205 milhões de brasileiros, ainda que positivo ao longo prazo, desde que as prioridades sejam bem escolhidas, teve por efeito negativo à curto prazo inevitável. Face à insuficiência da estrutura escolar em acompanhar tal evolução, ao reduzir a qualidade acadêmica do eleitor, tal fragilidade submete-os aos apelos emocionais e, não raro, irracionais. Ainda, a resultante expansão para 54 milhões  de analfabetos e analfabetos funcionais, agrava o quadro eleitoral. 

Por consequência,  tem-se um aviltamento da qualidade legislativa e a qualidade administrativa da nação. Tal anomia só poderá ser revertida pela prioridade à educação popular. Como exemplo da insignificância que lhe atribui a política atual, constata-se  o incompreensível abandono da rede de escolas construídas no Rio de Janeiro durante o governo Brizola. Reflete a perda de referência quanto às prioridade demandadas pela cidade do Rio.     

O mesmo ímpeto é urgente às regiões brasileiras onde haja déficit escolar pois, a perdurar o índice de ignorância e indigência cultural que ora se observa, os Poderes da Republica serão gradual e irreversivelmente degradados, levando o país à crescentes crises políticas, sociais e econômicas.  Enquanto não existir a capacidade do Estado em educar sua população, assim preservando a qualidade do processo eleitoral, cabe o retorno à invalidade do voto analfabeto, assim reduzindo os currais eleitorais de triste consequência.

 

Gráficos elaborados pelo IBGE

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O Planeta Inquieto

                                      

                                                                           

Se o planeta Terra tivesse uma força motriz, esta seria os Estados Unidos. Toda decisão sua tomada gera reflexos globais, seja para o bem, seja para o mal. A participação de seus exércitos contra as forças Nazistas, ainda que decidida após as heroicas e solitárias resistências Inglesa e Russa, assegurou a vitória final.

Como rescaldo, teve-se a reorganização politica do mundo, chegando ao fim desta etapa o gradual desmanche da União Soviética. A Paz estava assegurada, abriam-se as porteiras da prosperidade. Novamente, a preponderância norte-americana deu o tom; reinou solitária nas Américas. e na Europa. Cooptou nações e ilhas asiáticas do Japão, Filipinas, e Indonésia.

Contudo, o continente "amarelo" gerou continua contestação ao poder Yankee. O conflito Coreano e a guerra do Vietnam despertaram a atenção da China, até então pacifica e introspectiva, ao ver suas fronteiras potencialmente ameaçadas. Em ambos os casos os Estados Unidos sofreram derrotas. Rechaçados no Vietnam, e na Coreia do Norte graças à reação chinesa, coube à Washington lamber suas feridas.

Após décadas, vê-se a China emergir como potência, suplantando a debilitada Rússia, e redesenhando o quadro geopolítico do planeta. Seu ímpeto de crescimento, tendo por base a extraordinária escala de evolução acadêmica, o consumo, o investimento e a pesquisa em rapidez e proporções inegualáveis só poderá ser contido pela força ou atenuado pela concórdia. 

Constatando uma nova oportunidade, Beijing gerou novo "bloco" de nações de poder intermediário , congregando países da Ásia, Oriente Médio, África e América do Sul. Pouco peso militar terá, porém sua relevância política nos forii internacionais não deve ser desprezada. Estimulados pela indiferença político-econômica norte-americana, estes países vislumbram oportunidade de relevância até então desconhecida.     

Em conclusão, vislumbram-se duas opções: 1) erguer um quadro de respeito mútuo e de, até mesmo, parceria, ou 2) o recurso à confrontação. A segunda hipótese será de extrema complexidade. Um potencial conflito tradicional (não nuclear) traz fortes desvantagens para os Estados Unidos, face a sua distância do teatro de operações. Tal ônus tem como exemplo as derrotas sofridas em conflitos anteriores na região. Por consequência, até que ponto as alianças tradicionais perdurarão? Terá a Europa, beneficiada pelo substancial incremento comercial com a China, propensão à guerra? A mesma  pergunta se fará ao Japão, ameaçado pela curta distância dos foguetes chineses.  

Conforme diz a Esfinge de Gisé, que guarda as pirâmides egípcias: "decifra-me ou te devoro".


quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Moeda falsa



Esta coluna vem alertando aos que valorizam a higidez do mercado de valores bem como sua segurança no que tange a substância dos valores transacionados, preocupa o crescente movimento e ampliação do mercado Crypto, este sancionado por entidades privadas e, agora, públicas.  

Em impulso incontido e com a cumplicidade das autoridades pertinentes, o mundo financeiro mergulha no labirinto das "Crypto moedas" como se Moedas fossem apesar de não representar "Reserva de Valor", condição essencial à definição econômica de Moeda. Tanto a Securities and Exchange Commission¹ norte-americana quanto o Banco Central do Brasil recém validaram a formação de fundos de investimentos negociados junto ao publico investidor tendo por lastro títulos sem lastro. 

Em sua argumentação o Banco Central define a "moeda-crypto" como um Ativo Financeiro  porém, ao definir-se tal Ativo a presunção de Valor e Liquidez deve acompanhá-lo, fato que, por sua vez, exige um lastro quantificável,  assim evitando ser seu preço de mercado um mero encontro emotivo de demanda e oferta sem que represente um valor, ainda que variável, à guiá-lo. A prevalecer esta formulação, turbina-se seu potencial especulativo bem como o fator risco para seus investidores.  

À confirmar-se tal leniência das autoridades financeiras, cria-se condições para um potencial colapso destes produtos. Imprudente parece ser o estimulo concedido pelas autoridades financeiras do país. ao induzir a poupança pública a extremo risco. Nesta mesma linha de avaliação, reproduzo a seguir artigo divulgado em 12 de janeiro p.p. pela renomada Bloomberg sobre a matéria em questão:

"RIP, crypto chaos and gimmicks

It has to be a bittersweet day for Bitcoin believers. Not only are they expected to celebrate the industry's occupation by an institutional army with the debut of exchange-traded funds, but today also marks a serious diminishment of the role of what is best termed as inexplicable chaos in calling the cryptocurrency tune.

Just think about it. Now whenever Bitcoin bobs or weaves, people will have tangible reasons to explain why: exchange-traded fund flows. Where's the fun in that? Crypto's complete lack of fundamental drivers had been a major force for democratization, making everyone with a social media handle an expert on its swings. Now it'll be inflows this, outflows that -- the same drab pseudo-science spewed on Wall Street to give stocks and bonds a chimera of predictability.

Not that anything actually works -- just ask reporters who watched equities surge in 2010 when everyone and their mother was bailing out. But it's one more explanation than zero, the former sum total of believable reasons for moves in cryptocurrencies."


(1) Publicado em 11-01-2024 no Bloomberg: Regulators Approve New Type of Bitcoin Fund, in Boon for Crypto Industry




                                                                                                                                                                                        

sábado, 6 de janeiro de 2024

Nova Era


                                                                Desafio Planetario 


O ano de 2024 parece ser o portal para uma nova realidade, tanto para o Brasil quanto para o planeta que habitamos.

Do ponto de vista politico, constata-se o enraizamento de nova classe política, onde seus próceres não mais advém de uma elite econômica-cultural fruto de uma sociedade estável e de uma demografia regrada,  mas, sim, de contínua emergência de novas levas de eleitores com sensível redução da média  cultural. Por resultado tem-se a perda de qualidade eleitoral, agravada pelo voto obrigatório e pela franquia  do voto analfabeto.

Tal tendência o reflete, inevitavelmente, a diluição da qualidade do colégio eleitoral, refletindo-se no perfil dos eleitos, na escolha das prioridades políticas e na propensão à gratificação pessoal. 

Ainda, importante parece ser a perda da primazia introspectiva Católica face à emergência do dinâmico movimento Evangélico no Congresso. Levando-se em conta a queda da primeira em sua missão pedagógica, justo prever-se gradual alteração de conceitos e prioridades no quadro cultural brasileiro onde a influência reflexiva do Catolicismo europeu cede espaço ao ritmo vivaz da atuação Evangélica, tendo ela por base cultural os Estados Unidos onde tais vertentes cristãs surgiram e prosperam.            

Noutra dimensão, esta global, tem-se a iminente ubiquidade  da Inteligência Artificial.  Em progressão geométrica, ter-se-á um mundo em constante mudança, onde indivíduos, instituições e governos farão uso da nova "Lâmpada de Aladim", com todo os benefícios e perigos que dela decorrem.

Ainda, o crescente desequilíbrio climático promete perigosas consequências. Para enfrentá-la torna-se essencial a cooperação de todas as nações na adoção de políticas preventivas. Tal coordenação só será possível sob a orientação das Nações Unidas, ou instituição similar, com poder para o estímulo e punição.   

Quanto a reordenação do equilíbrio internacional, a manter-se o crescimento chinês em ritmo superior àquele das sociedades já sedimentadas,  caberá às duas maiores potências, Estados Unidos e China, optarem pela confrontação ou a conciliação. A primeira hipótese  traz consigo alta probabilidade de conflito ou chantagem nuclear com consequências apocalípticas; já, a segunda, poderá resultar em novo salto de prosperidade "urbi et orbi".  

Feliz 2024.


terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Contra-senso?


                        

Em surpreendente ballet de estímulos e desestímulos, tem-se a última decisão do governo Lula em prol (conforme declarado) do Projeto de Mobilidade Verde (MOVER) envolvendo carros elétricos e proteção ambiental.

O governo está correto em regulamentar e sofisticar a aplicação de recursos em estímulo que protejam o meio ambiente. Favorece, assim,  constante aumento de produtividade, abrindo mercados nacionais e internacionais, estes fortalecendo as reservas cambiais, fator essencial  à ampliação e sofisticação dos meios de produção, em circulo virtuoso para nossa economia.

Um setor que merece especial atenção envolve a queda do consumo de petróleo, hoje o "bicho papão" da higidez ambiental, ao substituir a frota  movida por seus derivados por uma nova equação, esta  dependente de força motriz elétrica. A pluralização de fontes desta energia, que abrange o Sol, o Vento a Maré  casa-se com a tecnologia de seu armazenamento que vem revelando veloz expansão de métodos e soluções.

Desta forma, já se valida esta substituição, iniciando e consolidando economias de crescente escala, onde o Brasil parece contar com forte vantagem competitiva graças à sua conformação e locação geográfica.

Assim sendo, presume-se que o esforço de reduzir a produção de automóveis movido por gasolina/diesel deveria merecer prioridade. Ledo engano. Em intrigante decisão o governo Lula recém decide financiar o projeto através um aumento de imposto sobre a importação de veículos verdes, tornando-os menos competitivos 

A notícia não revela aumento de imposto (já muito elevados) para a produção de veículos movidos à derivados do petróleo, assim protegendo-os da crescente competição com os recém chegados. Será a melhor estratégia, ou não temos pressa? Ou o lobby contestador foi forte o bastante?

"Jabuticaba"(¹) amarga. 

1) Só no Brasil