quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Rússia, Ucrânia e os USA

O conflito que hoje envolve a Europa Oriental, onde Russia e Ucrânia são protagonistas, tem no seu histórico atos e decisões anteriores ao fim da 2a, Guerra Mundial. Hoje, também   revela a influência dos  longínquos Estados Unidos na sua eclosão. Para que as observações a seguir permitam compreensão, importante familiarizar-se com os fatos relevantes. mantendo sua análise  despida de parcialidade.

"Ab initio", todo conflito envolve emoção, assim a imparcialidade no julgamento de suas causas  torna-se duvidosa. Porém o esforço é necessário para melhor atender ao leitor a compreensão destas linhas. De inegável importância, que poucos se lembrarão, que a Rússia moderna deve sua existência à Ucrânia. 

Farão muitos Séculos, uma dúzia de principes de origem eslava, russos-ucraniânos,  dominaram a Ucrânia, sendo a Russia em suas fronteiras, ainda, um país em formação. Alguns desdes Píncipes se mudaram de Kiev para Moscou, fundando uma dinastia russa.  A passagem do tempo, a grande populaç~so das áres a desenvolver aliada à situação geográfica ofereceu ao principado Russo a crescente expansão geográfica, militar e política, desaguando a seguir na imensa  Rùssia dos Czares. 

"Fast-Forward", estes relevantes fatos históricos moldaram nova relação entre as duas nações.  A notável mudança de força relativa que antecederam o SéculoXX aentaram crescente hostilidade mútua. Kiev, capital do país menror, teve sua expansão contida, sendo Moscou posição dominadora.

 Terreno fertil para preservar ódios históricos, estes vieram à tôna quando da 2a, Guerra Mundial, levando Kiev a  aliar-se ao agressor Nazista na 2a. Guerra Mundial. Vítima de ódio superando o bom senso Mais uma vez, a revanche domina o bom senso. Ao longo da guerra, a União Soviética incorpora a Ucrânia e, nada menos, designa o ucraniâno Nikita Khrushev como líder da Rússia comunista. As pazes estão feitas.

Será????        

Em salto histórico, chega-se a 2004(?). A libertação das nações compondo a  Europa Oriental do jugo soviético inverte a realidade política onde a supremacia político-militare no continente europeu passou para a Europa Ocidental, esta sob o guarda chuva norte-americano. Desta forma o acirrado ambiente confontacional mudou de configuração, a Rússia tornando-se o lado mais fraco. 

O que parece ser boa notícia para o planeta talvez não o seja, pois nada mais perigoso do que um Império nuclear em decadência.   


 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Momento Histórico




Surge, na história do Brasil, um mau militar. Um jovem tenente,  nítidamente tresloucado, demitido e aposentado do exército nacional graças aos seus deméritos, ao posto de capitão. Os deméritos envolviam atos que denunciavam claramente seu desequilíbrio mental, pois ninguém "normal" espalha bombas na cidade para enfatizar a justeza de suas opiniões. 

Mas não parou por aí, graças à leniência que caracteriza a aplicação da Lei no Brasil  Por resultado teve-se, não o apaziguamento dos ânimos, mas, sim, estimulou-se um criminoso tornado político (por vezes sinônimos) a persistir e ampliar a sua trajetória de desatinos. A partir de então vislumbra-se um prenúncio de comportamento futuro cuja gravidade e perigo para a sociedade só fez aumentar.

Como sóe acontecer, segundo a sabedoria popular francesa, "chasser le naturel, il revient au gallop."(1) Pois assim foi. Tendo por prêmio exdrúxulo, Jair galgou, em lícita eleição, à presidência da Nação, graças ao claro apoio da "elite" argentária brasileira.  Esta, priorizando o benefício econômico que lhe traria o ex-Tenente, deixou de lado a busca de um governo responsável o qual não poderia decorrer de um presidente irresponsável. 

Hoje, paga-se um alto preço. Retorna o pretenso líder  à Vara Criminal. Em julgamento no Supremo Tribunal Federal o presidente Bolsonaro e ex ministros são levados à cadeia por conspiração gangsteril-militar e roubo da dignidade pátria. Recorreriam ao veneno, para Lula e Alkmin, e tiro para Xandão. (2)

Ainda, em certas elegantes tertulias matinais, e com certo ar de indignação, os abastados e toscos  aprendizes do ex-presidente não deixam de criticar o estílo sartorial de Janja...

1)Despreze o normal  que ele voltará à galope.

2) Agatha Christie teria adorado o tema.

terça-feira, 12 de novembro de 2024

O Estupro de Gaza





Ninguém em sã consciêrncia poderá justificar o crime hediondo cometido pelo Hamas ao raptar e assassinar mais de milhar  de jovens Israelis enquanto reunidos em festas e brincadeiras nos confins  de Gaza.

Porém , ninguém poderá justificar a represália Israelense obliterando a região e cidades de Gaza, matando mais de 40.000 homens, mulheres e crianças Palestinas, onde a esmagadora maioria inocente foi sacrificada.

Com justa indignação, porém desvairada decisão, citando trecho cruel da Bíblia, escrito há milhares de anos quando o Homem ainda era bárbaro, Netanyahu enunciou: em represália mataremos todos os homens mulheres e crianças, cavalos e cachorros que habitam a região de Gaza onde o cruel crime ocorreu.

Desprezando os Séculos de maturação das regras morais e de movimento civilizatório, o líder Israelense (cujo apelido de BiBi lembra a inocência infantil) retornou à Idade das Trevas; levando consigo (provavelmente à contra-gosto) a imagem do país que comanda,  assim procedendo como se fora uma competição de maldades e não uma justa punição por crime cometido.  

Em ajuste contabil macabro, o preço é pago por milhares de inocente, de ambos os lados, seja Hamas, seja Israel, por cada vítima, também inocente, do crime cometido pela incapacidade de encontrar-se o caminho da tolerãncia mútua. Até hoje, de parte à parte rege a selvageria sob o império da Vingança.      

A tragédia hmanitária em Gaza decorre de "punição coletiva" a exemplo dos assassinatos potencializado do masscre na cidade Tcheca de Lídice, perpretado pela Alemanha Nazista. Abandonado(1) foi o conceito de "Justa Retribuição" o que caracteriza a evolução civilizatória do conceito de Justiça. Assim, recorre-se, não à Justiça, mas ,sim, à Vingança.

E, como parte da vingança,  tem-se a recente prohíbição, por Tel Aviv, da atuação da agência das Nações Unidas (a UNRWA) que traz socorro médico e alimentar à população dizimada de Gaza. Fica ela entregue à própria tragédia, buscando auxílio nos escombros dos  hospitais bombardeados.

Sem dúvida, à Israel cabe o direito de defender-se e neutralizar as forças inimigas, infiltradas dentre da população civil. Tal combate, respeitando-se a imposição moral de resguardo da população civil, requer o emprego de sua tropa que, auxiliada pela sua conhecida  eficiente rede de informação, identifique e elimine as fontes do terrorismo palestino. 

E porque existe tal terrorismo. É ele exclusivo das forças Árabes. A resposta é: Não. Tanto Judeus quanto Árabes recorrem ao terrorismo em busca de validar seu domínio territorial.

Tal terroContudo, a atual condição geo- politica em Gaza decorre, em  parte relevante, do domínio político-militar israelense sobre os três milhões de  Palestinos que lá habitam há décadas, que precedem o Estado de Israel.  

Contudo mais vale olhar para frente, onde novas condições sejam criadas que permitam a convivência pacífica e construtiva entre estes dois povos, hoje inimigos. A formula é hoje aceita pelas nações líderes do Ocidente como a de um reequilíbrio político entre  os povos Palestino e Judeu, ao recomendar a criação de um Estado Palestino em terras hoje majoritáriamente por eles habitadas, assim oferecendo, por um lado,  sua libertação política e , por outro, sua responsabilização pelos seus atos perante a comunidade internacional. 

Neste Século XXI não mais se justifica tornar a relação entre estas duas Nções como se dependente fosse sua posse dos territórioa da região validada por  teor religioso e não pela realidade política, assim desprezando a evolução política e demográfica ocorrida no último Século.

Para extirpar o veneno que na região ainda hoje impera, causa de conflito infindável entre Judeus e Árabes, é essencial o redesenho geográfico que permita a  Paz na região. Esta será uma conquista civilizatória pelas partes envolvidas, viabilizando um futuro prospero e feliz pela esperança de Paz aos vizinhos e aos que lá habitam. Persistir no formato atual, fonte de ódio e mortes, equivale condenar à Negro Futuro aos que lá estão e nascerão.

A Comunidade Internacional não mais aceita a subserviência religiosa que até hoje tem norteado o ambiente´de ódio que até hoje pérsiste. Ainda, este tumor que infecta os espiritos e a racionalidade há de causar catástrofes em creswcente escala. 

O futuro Estado Palestino, composto pelos territórios hoje preponderantemente habitados por Palestinos, ou seja, a Faixa de Gaza e a banda Oeste da Cisjordânia, (esta  já concedida aos palestinos pelas Nações Unidas), seria o berço de uma nova realidade, tornando possível a concordia entre os oponentes.  Para Israel, vista a insignificancia numérica de seus habitantes que lá residem,  pequeno será o preço pago pela relocação de seus  imigrantes ilegais na Cisjordânia, face à conquista de tão grande benefício. Em troca haveria o enserilhamento das armas, trazendo consigo a paz social, polírica, financeira  e théológica.  

Que o bom senso prevaleça e que as desgraças cessem.




 (1) Hoje a região da Cisjordânia vem sendo sendo  invadida por "imigrantes" israelenses com o apoio ostensivo do governo de  Israel, tornando quase impossível sua independência como Estado Palestino..  

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Um Novo Mundo?



Justo esperar-se por uma avalanche de dados, pensamentos, afirmações e conclusões ao instalar-se a Inteligência Artificial no nosso cotidiano. Em intensa concorrência com o conhecimento acumulado  ao longo de vidas, ter-se-á a inteligência virtual.

Sem dúvida a sabedoria acumulada nas bibliotecas, transformada em "inputs" para a nova formulação eletrônica em muito contribuirá para o desenvolvimento de pesquisas bem como elemento  potencializador do pensamento humano.

Tratar-se-a  de um notável salto na solução de enigmas até hoje insuperáveis, de novos horizontes no mundo cientifico, na longevidade graças ao aperfeiçoamento da ciência. Novo instrumental econômico será criado, e as guerras talvez sejam menos sangrentas. Será um "Brave New World"¹ onde o Homem terá crescente domínio sobre seu futuro, relegando as armadilhas e viscicitudes bem como neutralizando os perigos existenciais.

No entanto, milagres não vêem sós, uma vez que o advento da IA resulta em mudanças estruturais,  tendo por efeito a necessária   adaptação à nova configuração social. Talvez seja o início da decadência das atuais regras que regem a Humanidade? A antropologia, a genética, a psicologia revela cabalmente que sem o desafio, nem a mente nem o corpo se fortalece. Sob crescente aperfeiçoamento e uso do instrumento "AI", barreiras até então intransponíveis serão facilmente vencidas, com progressiva aumento de poder da elite dominante. 

Contudo, como se muleta fosse, parcela relevante da população, vítima de modesta educação, dela se servirá, não como instrumental para romper novas barreiras, mas, sim, relegando o desafio intelectual em prol do receituário de simplificada sobrevivência. Como consequência, a clivagem econômico-social, será acentuada a ponto de criar dois "mundos" díspares.  A ver...       

domingo, 29 de setembro de 2024

Febre Alta

 


O planeta está febril, seu quadro clínico revela sintômas de infecção nuclear...

Com a disseminação do poder Nuclear torna-se necessária a revisão das praticas seculares nas relações internacionais e a consequente diplomacia. A frase recém lançada  por Condoleeza Rice, ex ministra das relaçõe Exteriores dos Estados UNidos, ao comentar o atual relacionamento entre as potências globais, merece especial atenção:  "Great powers don’t get to just mind their own business."

Esta frase bem reflete o que tem caracterizado  o jogo entre os Poderes neste e nos Séculos passados. Contudo, parece extremamente imprudente manter-se a máxima  acima citada, pois  um novo fator, a dissminação do Poder Nuclear, não deve ser desprezada ao sugerir ajustes.

Além das atuais potências nucleares, Estados Unidos, Russia, França, Grã Bretanha Israel tem-se a emergência de novo "player", a China. Uma potância de mais de bilhão de seres já dominando  os segredos nucleares exige profunda revisão do grau de interferência entre nações  até hoje em voga.

A frase lapidar de Condoleeza melhor se aplica ao passado. Hoje, a relação das potências nos assuntos alheios passam a exigir maior sensibilidade e cautela, ao reconhecer os limites erguidos pela tecnologia.    

No campo nuclear, a superioridade norte-americana cede sua primazia à Rússia cujo arsenal parece ser equivalente. Ainda, pode se estimar que, em breve, a China também terá uma crescente  presença nuclear, aumentando, a pressão sobre Washington. Neste caso, a soma dos arsenais russo-chineses poderá levar os Estados Unidos à ação preventiva, antes que a aliança adversária atinja a plenitude  de seu poder. 

São muitos os episódios onde a história revela que a emergência de nova potência, contestando a primazia do poder reinante, gerando em progressão geométrica a tensão internacional face à sucessão de medidas defensivos e ofensivos. Lícito esperar-se a evolução desta tensão, podendo levar ao conflito mundial.     

Assim, torna-se urgente o recurso à diplomacia, reconhecendo com a devida prudência as ambições das partes, negociando um  novo equilíbrio. Dificilmente haverá a desnuclearização dos arsenais uma vez que a amplidão das populações asiáticas desequilibra a paridade de poder convencional entre Oriente e Ocidente.

A iniciativa Norte Americana, onde a cooptação da Ucrânia para a OTAN feria claramente a segurança da Russia, revelou que o "perigo russo" é  uma ilusão, como cabalmente confirma a evolução da guerra russo-ucrâniana desde que se atenha aos arsenais não nucleares.  Com a dissolução da União Soviética, o poder bélico de Moscou é uma palida imagem de seu passado. Já, seu imenso poder nuclear. não deve ser desafiado.

Assim como o Pacto de Varsóvia foi extinto voluntáriamente pelo presidente Yeltsin, não houve a contrapartida esperada do Ocidente com a dissolução da OTAN. Ainda, o relevante enfraquecimento do exército russo, revelado pelo atual conflito com a Ucrânia, acentua probabilidade de recurso extremo à solução nuclear como única forma de garantir à Russia condições de defesa. 

Não mais tem-se a estratégia russa ampliando sua expansão geográfica, o mesmo se aplicando à China. Já do lado Occidental revela-se um animus expansionista (vide acima) sob a égide de "política preventiva". Esta deve ter limite.

Do ponto de vista das armas nucleares, quanto mais fraco o adversário, mais perigoso se torna. Um novo equilíbrio de poder deve ser desenhado pelas grandes potências, atenuando a agudeza das arestas.   Este retomado diálogo traria novo alento para a pacificação do Planeta.  

A ver...

    


1. "As granndes potências não só cuidam de seus assuntos."

terça-feira, 17 de setembro de 2024

O Cérebro e a IA

 


De primordial importância, e como ímpeto civilizatório, tem-se a evolução dos meios de comunicação, evoluindo do gesto para a simples fala, seguida da invenção da escrita. Assim, tem-se a disseminação do pensamento, e hoje, uma nova etapa sob a regência da eletrônica em suas diversas formas.


À todos, com exceção daqueles manietados por extrema indigência conômica, condenados à ignorância, tem sido dadas as condições de acesso ao conhecimento acumulado pela sociedade. Cria-se assim, um “level playing field” onde ao Homem é dada a mesma oportuniade intelectual.*


Nâo deve ser esquecido, porém, que a pobreza, a má saúde, e a ocasional estreiteza mental criam condições adversas à plena igualdade de oportunidades. No entanto, se considerarmos a adoção de políticas públicas adequadas, criam-se condições para que a classe média que compõem a base da sociedade global resulte em embasamento cultural disseminado globalmente pela eletrônica na direção de uma gradual semelhança culural dentre as nações.


Aceita esta premissa, mais eficaz tornar-se-á a aplicação da Inteligência Artificial no âmago das culturas multiformes do planet. Delega-se, assim, ao computador, ainda que parcialmente, o Livre Arbitro, este essencial ao lastro cultural e psicológico do Individuo. A usurpação do poder decisório humano pelas fórmulas sintectisadas pelo Computador não poderão substituir a míriade de condições variaveis que efetam, não sómente a lógica do processo decisório humano. A “intuição”, a “premonição”, a "experiência da vida" bem como a “emoção”, elementos essenciais no processo decisório, não terão réplica eletrônica.


A conformação binária e ascética da fórmula computacional não poderá subtituir a multidude de bits e bytes e as emoções que o cérebro humano produz e contêm.


segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Redes Sociais



A ubiquidade das redes sociais torna-se cada vez mais evidente. Este instrumento de comunicação íntima e interncional abrange todos os povos e nações. Apesar de seus usuários espalharem-se pelo mundo afora, no que no Brasil  observa-se por fonte inquestionável a influência cultural norte-amricana, criadora deste novo instrumento de comunicação.  Reflete, assim, sua influência nas sociedades receptivas, gradualmente modificando suas preferências e valores  . E por boa razão, pois o número de internautas daquela região supera, em bom numero, a dos demais países e suas culturas.  

Por um lado, a internacionalizção da comunicação individual, caracterítica destas redes, expõe culturas  díspares levando-à um denominador comum, onde o diálogo quase intuitivo  se despe de sotisficação, refletindo emoções não raro primárias e conhecimentos básicos assim derrubando as respectivas  muralhas culturais. Esta miscigenação de pensamento, revela, tambem, a crescente intrusão de novos  valores oriundos das fonte mais stivas e penetrantes, influido de forma crescente sobre hábitos e valores dos destinatários de tendência mais passiva.

Tal se observa no scenário brasileiro, onde crescentes efeitos sobre sua cultura tradicional, esta de origem européia, bem mais contida do que o arroubo comportamental trazido pela fonte preponderante, ou seja, os Estados Unidos. 

No quadro abaixo observa-se a notável expansão internauta nos Estados Unidos e no Brasil, estes interagindo graças à familiaridade com os idiomas recíprocos. Já, as redes asiáticas, apesar de seus  idiomas herméticos, a todos superam graças às suas imensas populações. 


  • 1) Número de internautas p/países:

  • China                  1.032.000.000                     2021

    Índia                      824.890.000                 2022

    Estados Unidos    307.200.000                  2022

    Indonésia             196.000.000                  2020

  • Brasil                    165.300.000                 2022







segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Um Novo Brasil


Os Séculos passam e as sociedades se acomodam aos valores vigentes. Rarmente vê-se alteraçãos significativas na sua estrutura cultural, estabilidade esta decorrente da prevalência étnica que se verifica dentre a maioria das nações mundo afora.

Mas, não é o caso do Brasil. Desviando-se da experiência que parece dominar o planeta, tem-se no Brasil uma experiência única dentre as nações relevantes pela sua presença no quadro internacional. Constata-se que sua configuração racial, dominante e majoritária de origem europeia vê-se, após cinco Séculos, superada, abrindo espaço para uma nova maioria, esta de origem africana.  

No Brasil, com sua histórica e sábia tolerância racial herdada dos colonizadores portugueses, permitiu tamanha mudança sem que surgisse os conflitos e resistências que, em outros continentes e países, geraram reações impiedosas, mortes e rios  de sangue. Não, aqui nesta terra generosa, coube a  adaptação e a miscigenação.

Esta terá por base, sobretudo, a política, pois será ela que regerá o processo de conciliação interna, atenuando as tensões crescentes que acompanham toda mudança de Poder. A Demografia ascende um sinal de alerta, demandando a priorização da Educação dos mais modestos aos mais exaltados centros de instrução. 

Quanto mais conhecimento for oferecido às classes ascendentes tanto mais suave será a inevitável rearrumação da sociedade, tanto cultural quanto políticamente. Tal projeto torna-se prioritário, tática e estratégicamente, para a Nação.  

Também, o discurso político deve abster-se de extremado protecionismo dos privilégios consolidados e enquistados  pelo  status-quo-anti quando em busca de um novo status-mutandi. O ponto fulcral será o Legislativo, onde a mutação genética do quadro eleitoral terá reflexo na composição do Parlamento e demais Poderes,  a partir do qual ter-se-á a construção de um novo equlíbrio social gerando os direitos e deveres deste novo Brasil. 

Tal tendência parece inexorável, e qualquer tentativa para alterá-la terá por consequência a fragilização do Estado de Direito com suas perigosas consequências políticas e sociais.     

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Terá a 3a Guerra Mundial Começado?

 


Incursão Ucranina em territótio Russo
(acima da fronteira )


O observador atento ao conflito Ucrânia vs. Rússia teria boas razões para ficar preocupado, muito preocupado. A cartilha que descreve o início de uma conflagração mundial se reflete no atual quadro bélico entre Kiev e Moscou.

Incapaz de atingir seus objetivos, ou seja a derrota do exército ucrâniano, a Russia ora vê seu próprio território invadido apoderanso-se o inimigo na famosa¹ região de Kursk sem que tenha podido vencer seu inimigo. Esta brilhante e surpreendente manobra de Zelenski e seus generais estabelecendo a presença do exército ucraniano em solo russo  deixa Moscou política e militarmente vulnerável no seu âmago. Exige, assim, pronta contra-ofensiva, pois o tempo agrava o mal estar nacional.

Porém, para tal, serão exigidas novas Divisões de seu exército, muitas ja empenhadas na região do Donbass e Criméia. Assim, as reservas existente podem não ser suficiente, levando Moscou à intensificar sua política de recrutamento, agravando, ainda mais, o mal estar politico já existente. 

A gravidade que ora enfrenta Moscou, tendo o inimigo dominando parcela da "Mãe Russia", traz consigo forte conteúdo estratégico, político e emotivo exigindo a expulsão inimiga de seu território. 

Para tal, o exército russo terá que lidar, com um adversário fortalecido com recursos e armamento de última geração providos pelos Estados Unidos e parte da Europa Ocidental. Tal situação de perigo. senão de fragilidade,  possivelmente leve Putin ao uso de armas táticas nucleares. 

Neste scenário de extremo risco e face à potencial plena nuclearização do conflito,  não seria impensável ver-se o comando militar russo, em forte desacordo com o presidente Putin, optando, assim, por sua destituição e o início de negociações com os Estados Unidos para resolução do conflito.    

A ver...

1) Foi nesta região que Stalin derrotou a "ponta de lança" da invasão Nazista na Russia, iniciando sua progressão até a queda de Hitler em 1945.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Prebendas e Emendas


                                            

A imaginação daqueles que comandam a distribuição de dinheiros em troca de benefício político, não parece ter limites. Este projeto, o do Orçamento Secreto,  criado pelo Legislativo, onde o contribuite dos sofridos impostos nada saberiam sobre os destinos de sua contribuição ao erário, encontrou entusiasta aprovação. 

Contudo, tentativas pelo Legislativo nesta direção surpreenderam-se ao encontrar justa e necessária  oposição pelo Judiciário, tanto à tése quanto à prática. 

                                           


 
Não se dando por achados, os ilustres Representantes do Povo reagiram e recuperaram seu inalienável direito de distribuir benesses em troca de benefícios políticos sem que tenha à prestar contas ao eleitorado. Perdida uma artimanha, cria-se outra... 

Com agilidade e velocidade substituiram a prática recém vedada pelo Supremo Tribunal por novo artificio: a Emenda Pix. Mantem-se, assim, a opacidade do destino final da moeda liberada e quais suas contrapartidas. Ora, a insistência por tal penumbra, em vez da necessária clareza solar,  sugere  um mercado clandestino de favores duvidosos.Novamente, a Corte Suprema decide intervir tendo por exigência a transparência dos atos públicos bem como o destino dos recursos aplicados.

Esta surpreendente sequência de atos repreensíveis pela liderança e parte relevante do  Legislativo prejudica a higidez republicana bem como a  imagem da Nação.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

"1984" ou o conflito Ocidente-Oriente




A ficção, por vezes, supera a realidade, ao dar-lhe nova vida dantes inesperada...(¹)

As notícias que nos chegam das Americas revelam uma degradação na qualidade dos governantes das principais  nações que as compõem.

Na costa Leste da America do Sul, temos a mediocridade dos dois comandantes das forças políticas brasileiras. Lula, ainda que inteligente, tem seus horizontes encurtados por uma cultura incompleta. Simplifica sua política ao atendimento (necessário) das classes desfavorecidas, porém relegando o impulso à iniciativa privada atravèz de beneficios artificiais às empresas estatais. Desta forma reduz a eficiência da economia brasileira a troco de benefício político.

Já, Bolsonaro exibe uma penúria intelectual, incapaz de dar-lhe o impulso político que busca. Sua escolha de colaboradores não produziu os efeitos desejados graças à instabilidade de seus objetivos táticos e estratégicos, estes subordinados à contínos ajustes políticos.

Já, sua vizinha, a Argentina, parece estar ela sob o comando de um precário líder, cuja única qualidade parece ser a oposição que faz ao Peronismo dominante, sem contudo oferecer alternativa políticamente viável. Vítima de excitação febril, pretende corrigir o câncer político que há décadas domina "nuestros hermanos" com medidas draconianas e de prazo imediato, menosprezando as consequências de uma súbita mudança sobre um povo infectado por décadas de benefíios artificiais responsáveis pelos mediocres resultados de sua economia.  

Ao norte sul americano, a Venezuela se exaure sob o comando do caricato Maduro, aplicado aluno de Chávez, ambos com o demérito de desmontar a sua penosamente construida democracia. Como senão bastasse, desorgnizou-se sua outrora notável produção de petróleo, fonte do seu desenvolvimento passado. 

A costa Oeste sul-americana revela comportamento inverso, onde a boa administração parece manter-se. Destacam-se a Colombia, ora livre de suas endêmicas guerrilhas, o Chile, tendo já exorcisado líderes de mau agouro e o Perú, tranquilo em sua placidez.

Ao norte, nos Estados Unidos, tem-se um Donald (não confundir com o admirável Pato) prestes a assumir o comando da mais poderosa das nações, sem que tenha, aparentemente, as qualidades para manter as décadas de sua liderança sobre a segurança do Ocidente. Palocontrário, revela Trump sua prefer|ência pelo isolacionismo, distanciando-se das responsabilidades globais dos USA.

Já, a União Europeia, apesar da "demise" da Grã Bretanha, transformada de império de poder inigualável em pequena monarquia desamparada, mantêm ela uma boa trajetória política e econômica. De volta ao continente Europeu, vê-se ele dividido em duas partes, onde o grupo Ocidental se difere da sua banda Oriental, sendo a primeira coesa em torno de governos respeitáveis reforçados pela longa aliança com os Estados Unidos enquanto a segunda parte, a Oriental, se dispersa conforme as diferentes prioridades regionais de cada nação que a compõe.  

Do ponto de vista bélico, vê-se o continente enfraquecido pela multiplicidade de políticas nacionais e prioridades estratégicas. Ainda, um multi-nacional comando militar, sugere ineficiência em caso de conflito.

Em contraposição a este cenário Ocidental, tem-se, no Oriente² a aliança Russo-Chinesa, Confronta-se, sobretudo, com a estratégia afirmativa seguida pelos Estados Unidos. obedecendo o comportamento histórico onde o Poder preponderante não admite pacificamente a ascenção de  Poder emergente. Assim,  já se obseva crescente animosidade entre os dois  Polos da Poder,  nas respectivam iniciativas diplomáticas e econômicas, quando não militares.

Ainda, ao Leste extremo, com a fustigação norte-americana  dos interesses chineses ao exacerbar o contencioso de Taiwan, constroi-se um potencial casus belli em momento que o poder chinês ainda não se aproxima ao do norte-americano. Lembra a outrora crise USA-Cuba, resultando em potencial conflito USA-Russia, levando de roldão seus respectivos aliados.

Este aumento de temperatura bélica ocorre em momento onde  as potências Asiáticas, longe de serem potências passivas, ainda não parecem ter atingido o poder necessário para uma possível  confrontação, Parece haver, ainda, tempo para retrocesso e negociação. 



1) O conflito entre Ocidente e Oriente. Ver "1984" por George Orwell

2) Aqui considera-se a Russia como pais asiático por estar 3/4 de seu território situado na Ásia     

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Mundo Instável




A História nos ensina inumeros casos em que as grandes conflagrações bélicas ocorrem quando da ascenção político-militar de um país emergente,  assim ameaçando a preponderância daquela nação já estabelecida na liderança internacional. As duas guerras de extensão  mundial no Século 20 seguiram este roteiro.

Já no Século 21 constata-se a liderança inquestionável dos Estados Unidos, definida graças ao desmonte da União Soviética, em muito enfraquecendo a Russia no cenário internacional. Apesar de possuir o maior arsenal nuclear do planeta, seu poder militar convencional é uma pálida imagem daquele anterior, conforme evidência o insucesso de Moscou em sua guerra contra  a Ucrânia. 

Hoje, a atenção se volta  para a chegada da China no cenário internacional. Talvez o mais perigoso desdobramento neste campo seria a reação dos Estados Unidos  à esta tendência. A continuidade da ascenção econômica da China nas relações comerciais no mercado norte-americano bem como a expansão de sua presença comercial e política no campo internacional parece inevitável.

Em resposta vê-se a reação política de Washington, tanto no campo militar quanto no político. Sua relação com  Taiwan e Filipinas e Japão acentua sua presença militar no entorno da China. No campo econômico observa-se alta da temperatura, visto a contínua elevação de tarifas norte-americanas sobre o fluxo comercial com a China, revertendo a tendência favorável à Pequim existente no passado recente.  

Apesar da China não demonstrar agressividade bélica, concentrando-se na expansão comercial e econômica, os Estados Unidos vêem, com sua frota e aviação fustigando as fronteiras marítimas da China no entorno de Taiwan e do Mar Amarelo. 

Para atenuar as tensões, o presidente Chinês tem declarado que o retorno de Taiwan à sua soberania será projeto para as gerações futuras, assim desarmando o "animus belli" em torno deste diferendo. Tal visão não muito se diferencia da atual relação de Washington com Cuba. Contudo,  a forte militarização empreendida por Washington na costa Sul chinesa gera alto potencial de desestabilização. 

Face ao crescente perigo de confronto militar impõe-se que tal percepção leve as partes litigantes à um "animus negociandi" centrando-se sobre tratados que limitem tanto a expansão quanto a reação. Este momento é especialmente perigoso onde, com um Estados Unidos semi-acéfalo à espera de novo presidente, navega-se momentos turvos de desafios entre mega-potências, onde um erro de percepção pode mergulhar o planeta em conflito nuclear.      

Já,  o provável retorno de Donald Trump à presidência norte-americana sugere a revisão de sua política internacional, provavelmento priorizando as questões internas enquanto reduz a intensidade de sua exposição à política externa. A redução das tensões internacionais devido à não mais existir a ameaça da expansão comunista, mais espaço se abre para novas fórmulas de aproximação, estas  mais direcionadas aos interesses  econômicos das partes. 


  

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Milei e Brasil

                                  O Sr. Javier Milei, presidente da Argentina

Não é comum contemplar-se no cenário internacional um presidente histriônico, de maus modos, tendo por norma uma verbalização rasteira e grosseira. Infelizmente isto agora ocorre em pais vizinho, importante aos interesses brasileiros. Usando expressões de baixo calão, designando o presidente do Brasil como "dinossauro idiota", tal palavriado inverte a tradição das nossas relações com a Argentina, estas de longo histórico construtivo.

Os expletivos lançados  por Javier Milei ferem, gravemente, o protocolo respeitoso que deve nortear as relações entre dois países, estes com importantes interesses comuns tanto políticos quanto econômicos, deixando transparecer que o atual presidente argentino não tem pleno domínio de suas faculdades emocionais.

Porém, o mal está feito. O desrespeito de nação extrengeira que se revela hostíl, à nível de insulto à instituição Presidencial brasileira, não pode passar em branco, sob risco de degradação de sua imagem internacional. O caso se agrava, ainda, ao declarar Milei seu interesse em participar de evento promovida por Jair Bolsonaro em oposição ao governo brasileiro.

Ora o debate interno sobre política brasileira é para brasileiros, não cabendo à extrangeiros dele participar. Ao apresentar-se Milei neste debate, estará internacionalizando a questão, esta diretamente ligada à Segurança Nacional.  Ora, a presença de estrangeiros neste conclave, hostís ou não ao governo brasileiro, disvirtua o debate sobre assuntos internos nacionais. Assim, deve ela ser vedada.   A nada fazer, tal passividade terá por estímulo a repetição e o agravamento de agressões verbais de uma nação, a Argentina, face ao Brasil, envenenando relações históricas de cordialidade e cooperação. 

Assim sendo, cabe  ao Planalto "sugerir" ao presidente Milei , não sendo ele um cidadaão argentino qualquer, que lhe cabe, prioritáriamente, apresentar seus respeitos ao seu equivalente brasileiro, ou seja  ao Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva.

Em seguida, cabera à Lula eslarcer à Milei a impropridade  dele imiscuir-se em assuntos políticos brasileiros, mais prudente sendo seu retorno à Buenos Ayres. 

O Brasil tem que ser respeitado.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Estória da Carochinha



Dona Carochinha, famosa por seus contos ingênuos, teria adorado este relato.  As crianças leitoras, confrontadas pelo Mago da Duplicidade  são por ele vitimadas. Contudo, ao ouvi-lo, as criancinhas, felizes na sua credulidade infantil, acreditam e se divertem e vêem um  futuro feliz e cheio de brinquedos e agrados.  Já, se contada para adultos, mais difícil seria (ou não?) convencê-los. 

Conselho de Administração, quadro Executivo, Auditoria Interna, Auditoria Externa, todos estes "players" teriam sido enganados por um pequeno núcleo de dirigentes das Lojas Americanas. E por mais de ano nada se soube, sem que alertas soassem, sem que dúvidas surgissem, sem que denúncias (por funcionários honestos) ocorressem. E, ainda, sem exigências pelos acionistas mais familiarizados com a empresa. 

Ou, então, sabedores todos das sérias impropriedades , mantiveram-nas "in pecto", na esperança de solução antes da divulgação ao mercado e às autoridades. Aposta arriscada...

 Hoje a imprensa relata um "rombo" em torno de R$ 40.000.000.000 (aprox. 10 bilhões de dolares) o qual não poderia, havendo contrôles contábeis corretos,  passar despercebido aos responsáveis  pela posição econômica e financeira da empresa. Nem pelo contador nem por aqueles acionistas intimamente ligados à gestão da empresa.  

Presume-se que, em algum momento, neste histórico de relatórios "auditados", os resultados revelando uma grave inversão na posição financeira (caixa, estoque, aplicações, dívidas contratadas, etc...) exigiria medidas imediatas para correção de rumo. Talvez devido à sucessão de lançamentos destinados a nublar informações relevantes, a adoção imediata de medidas corretivas tardaram, assim aguçando o descalabro subsequente. 

Mas o dano está feito, não sómente à empresa em questão, mas, também à higidez que o mercado de capitais demanda. Imediata correção, necessária atravéz de reforço de sua  capitalização  e dispensa e responsabilização daqueles que permitiram a fragilização de empresa da importância das Lojas Americanas não parece ter ocorrido. Pelo contrário, parece ter havido acobertamento. Constatou-se, assim, profundo dano ao mercado de capitais e seus acionistas minoritários que, ignorando a grave crise em andamento, não souberam tomar ações defensivas.

Importante, neste momento, será o reconhecimento e Atribuição aos responsáveis pelos erros cometidos, a recapitalização das Lojas Americans e, "last but not least" o aperfeiçoamento de seu quadro e formato dirigente, com clara atribuição de poderes. Por resultado, ter-se-á a volta ao mercado desta outrora  importante empresa, atendendo seu relevante mercado e restabelecendo a confiança que nas décadas passadas fez por merecer.   


domingo, 23 de junho de 2024

Lula e Desafios

 Não é a primeira vez que um presidente da república conflita com o Banco Central. Na realidade, a rusga não só é esperada como é quase necessária. Afinal de contas, a política é, por natureza,  expansionista, visando benefícios a curto prazo, deixando eventuais ônus para com eles lidar depois. Já  o Banco Central tem por missão permanente a estabilidade da moeda. 

Verifica-se, hoje, a política do "aqui e agora" pois à generosidade fiscal, se, por um lado, adiciona alguns pontos no crescimento econômico a curto prazo, por outro também contrata a inflação futura, tendo por preço o desregramento da Sociedade e a contenção do crescimento.





O cenário atual criado pelo Presidente Lula, cuja ambição política, senão bem dosada levá-lo-á  à imprudência fiscal, oferce à suas bases argumentação simplista e populista, enganando seu eleitorado com promessas irrealizáveis. Já , em cenário alternativo e  otimista, pode o governo Lula alcançar notável sucesso ao seguir o rumo prudente e consequente de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

No campo da política  externa, a opção pela aproximação à China, cuidando para não prejudicar nossa boas relações com os Estados Unidos, revela-se uma política sóbria e correta, podendo ela turbinar os investimentos industriais no Brasil, bem como nas áreas tecnológicas como comerciais.  

Justo estimar que aos Estados Unidos é crucial manter boas relações bem como influir nos rumos a  serem tomados pelo Brasil. Tal condição deverá estimular investimentos,  intercanbio financeiro e comercial no sentido Norte Sul porem sem prejuízo de nosas crescentes relações com Pequim. A manutenção desta dualidade nos é positiva, sem qualquer  exclusão, e se revela crucial aos interesses tanto de nosso país como, também, os de  nossos parceiros.



Os Estados Unidos não podem se dar o luxo de minimizar suas relações com o Brazil, tendo em vista o peso estratégico de sua vasta geografia como a quinta maior nação do planeta, de ser ele a nona economa mundial, com uma população de 200. milhões e, ainda, sendo sua localização dominante no continente da Ámerica do Sul. 

Assim, tudo indica que Brasilia, com bom uso dos excelente quadros do Itamaraty, merecerá  crescente atenção dos demais polos de poder internacional. Como exemplo, tal flexibilidade diplomática tem permitido à India, com índices inferiores ao Brazil (salvo a população), ser  continuamente cortejada pelas grandes potências.  

Está na hora de agirmos como Potência, despindo-nos do complexo de inferioridade.



domingo, 16 de junho de 2024

Possível e Provável

                                                        Mapa-mundi  tendo a China por centro     

 
Nestes tempos que correm, vê-se em muitos países a chegada do calendário eleitoral, onde as partes litigantes vem demonstrando crescente e aguda radicalização. 

Nos Estados Unidos aproxima-se o embate entre dois campos diametralmente opostos, onde os Republicanos comandados por um contundente e impositivo Donald Trump enfrentará um medíano Joe Biden cuja principal força deriva de sua oposição e rejeição  ao adversário Republicano. Contudo, para o "líder do mundo livre" a política internacionl tem peso relevante nas decisões internas. Os temas que regem a tensão crescente entre Washington e o eixo Moscou-Pequim, trazendo no seu bojo o espectro de conflito politico e armado, trarão reflexos às opções de política interna norte-americana.    

Ainda, na França tem-se o moderado Macron desafiado pela contundente Marine le Pen, ésta oferecendo a alternativa do Estado Forte em substituição da tolerância trazida pela prevalência do Estado Social, juntando-se à crescente rejeição à invasão dos imigrantes ilegais. No Reino Unido tem-se a expectativa do retorno iminente dos Socialistas ao poder, tornando mais complexo o processo de reajuste imposto pela retirada de Londres da União Européia.

Trantando-se do Continente Americano, ter-se-á no Brasil a disputa entre uma esquerda fortalecida pela sua recente explosão demográfica, porém debilitada por um envelhecido Lula e equipe. Tanto Esquerda quanto Direita cultuam "verdades" já exaurídas pelas décadas passadas, ignorando mudanças teóricas e tecnológicas (vide a influência na formação de opinião pública atravéz das redes) Já, no comando da oposição, tem-se uma direita radical sob o clã Bolsonaro

Na Argentina observa-se a vitória da direita radical de Xavier Milei, procurando no Século XXI a pureza teórica do capitalismo, isto num país viciado pelos artificialismo do Estado Distributivo que não mais resiste às realidades do momento atual. Face à ameaça de suspensão do já tradicioal apoio orçamentário às classes trabalhdoras, aumenta de forma relevante a prevalência de estabilidade política na Argentina. 

Já quanto à Ásia, o diferendo entre  em curso também toma aspectos eleitorais. O candidato democrata Joe Biden assume uma postura confrontacional com o eixo China-Russia, enquanto Trump mantêm relações construtivas com estas nações. Contudo, tendo a História por guia, a ascenção de novo poder internacional capaz de desafiar a liderança existente e já estabelecida gera crescentes tensões entre o poder preponderante, os Estados Unidos, e a nação emergente, a China. 

Os arsenais nucleares dos aliados China e Rússia equivalem àqueles dos Estados Unidos e Europa, permitindo prever que tal conflito, pela sua potência conjunta, se detonada, redundaria em incalculável morticínio, envenenaria a atmosfera criando uma permanente núven invernal.

Face a crescente probabilidade deste Armaguedon, torna-se essencial o desarmamento dos espíritos e o abandono do comportamento reativo que tantas guerras gerou no passado. Tais conflitos foram causados pela inflexibilidade da Nação-líder ao negar à Nação em ascensão, comercial e política, em busca de influência internacional. 

 


sábado, 8 de junho de 2024

Nação e Religião



                                                                    Netanyahu                                 Khamenei


Desde o Século XVI o mundo civilizado empreendeu um conflito religioso que levaria, nos séculos seguintes, à laicidade das nações. Tal percepção em muito se deveu às guerras cruéis que  na Europa levaram  os países  católicos como França, Espanha e Itália à enfrentarem nações Protestantes, encabeçadas pela Inglaterra a Prússia e outros estados Teutônicos. Ainda, as leis locais abraçavam o extremismo religioso, levando seus cidadãos às nuvens escuras dos dogmas então prevalentes. 

Face à morte e destruição neste periodo cruel de guerras religiosas, teve início um processo de modernização laica liderado pela França, onde o processo de separação do Estado e da Igreja trouxe, no tempo, a adesão e modernização política  do Ocidente.

Séculos passados, quando tudo indicava a consolidação de tal processo, trazendo aos povos a prioridade da Razão sobre a Crença, observa-se com  crescente preocupação a iniciativa, neste Século XXI, de dois países importantes no concerto da Nações.

Adotando seus textos sagrados como se Constituição fosem, tanto o Irã quanto Israel optam por divinizar as decisões de Estado,  tendo a Religião como elemento de geração, interpretação e justificação de decisões políticas, estas confrontando os países laicos subordinados à Lei Internacional.  

A prevalecer tal dicotomia, tornar-se-á ela fonte de continuas e crescentes dissenções de ambito legal, político e ético, contaminando o ambiente civilizatório construido ao longo de Séculos e representado pela Organização das Nações Unidas. Esta entidade, que outrora defendeu com sucesso a criação do Estado de Israel,  revela hoje crescente preocupação face às ações do Estado Judeu tendo por vítima o povo Palestino.

Ao observador do conflito em Gaza, mais sensato seria Israel concentrar sua justificada ira contra o Hamas sem tornar vítimas as dezenas de milhares de mães e crianças abatidas como se cumplices fossem.  

Os jornais noticiam hoje que quarenta e cinco crianças foram mortas por bombardeios aéreos israelenses, alegando o seu comando militar a presença de membros do Hamas dentre os estudantes! Ora, tal narrativa não justifica a calamidade, devendo os infiltrados ser capturados por ação de tropas, indentificando criminosos e inocentes. 

Ao justificar Netanyahu tal massacre com base em trecho milenar Bíblico, onde propugna, como represália à ataque sofrido, a morte de todos os homens, mulheres, crianças e animais das terras inimigas, esqueçe o líder israelense que o processo civilizatório dos últimos Séculos não mais permite reação tão selvagem como evidencia sua proposta exterminadora. 

Confiamos que o bom senso das elites e povo de Israel, cuja relevante parte de sua população discorda dos  desmandos de seu governo,  imponha um imediato armistício (sem prejuizo de capturar os assassinos do Hamas) assim contendo a atual mortandade que causa profunda degradação da boa imagem e respeito que hoje o país sofre.   

 





sexta-feira, 31 de maio de 2024

O Oriente Acordando

"Deixem a China dormir, pois quando ela  dspertar o Mundo vai estremecer" disse  Napoleão faz 200 anos.

Pois o dia chegou. Após uma ascenção meteórica, hoje a China é a 2a. economia do planeta, crescendo em rítmo que lhe permitirá igualar o PIB norte-americano em uma década. Ao optar por uma política de confrontação Washington empurra a China aos braços  da Russia, hoje inimiga declarada do império americano e possuidora do maior arsenal nuclear existente.


Tem-se, assim, a formação de um novo equilibrio no planeta, tanto político quanto militar. Assim,  leva as demais nações a reverem suas alianças tradicionais, seja para enfraquecê-las, seja para fortalecê-las. O quadro atual revela uma União Européia aliada à Washington, ainda que tal fidelidade poderá ser limitada pela dissídia de algum de seus membros, veja a Hungria. 

O Terceiro Mundo, tanto americano quanto africano e asiático estará em busca de maior participação nas questões internacionais. Tal polaridade resultará no realinhamento dos países de segunda linha no que tange seus interêsses eonômico e militar. A soma dos votos destes países será relevante nos "fori" internacionais, como na Assembléia Geral das Nações Unidas. Também, no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas os Etados Unidos vê sua supremacia reduzida, uma vez que Russia e China, também detentores do Poder de Veto, dele fazem parte.

Pode-se dizer que o movimento visando o reequilíbrio do Poder mundial já teve início neste ano de 2024, abrindo as portas para os reajutes internacionais que se farão imperativos. Tais mudanças causarão reações e desafios de complexa adaptação revelando ser a petrificação do status-quo-ante  não mais possível.  Para se evitar uma guerra catastrófica entre potencias  nucleares torna-se urgente e essencial  buscar-se na política ajustes penosos que reconheçam a nova realidade, assim dando à paz duradoura uma nova chance.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Verdade e Censura



Esse Blog vem sofrendo sério problema de intervenção externa e desconhecida. A partir da publicação  em 19 de abril p.p. do primeiro Blog sobre o conflito em Gaza, os quatro artigos seguintes sobre o assunto, apesar de publicados,  foram apagados  e não mais encontrados.

Repita-se, tal anomalia só visa artigos comentando o morticínio desproporcional ora em curso  da população civíl árabe pelas forças armadas israelenses, resultando, portanto, em intervenção contrária à livre expressão de opinião. A última matéria sobre o assunto em pauta ainda constando do Blog foi publicada em 19 de abril p.p. Porém, os quatro artigos seguintes sobre o mesmo tema "prohíbido" tiveram sua publicação subreptíciamente eliminadas por "intervenção de origem desconhecida", não deixando rastro. 

Cabe, portanto, um exame rudimentar sobre a origem deste procedimento ilegal. Em sendo estas "censuras" resultado de intervenção de terceiro desconhecido conforme verificação técnica, cumpre seguir-se a rotina  investigativa: "À quem interessa?" A resposta padrão seria: "o alvo da crítica do artigo". Ora, como os artigos eliminados do Blog tratam do morticínio de civís Palestinos na faixa de Gaza pelas forças israelenses, resta apenas alguma agência israelense como autor desta censura ilegal.

Apesar deste esforço obscurantista, o povo israelense não está totalmente submerso na "visão oficial". Pelo contrário,  o texto a seguir, de autoria de veteranos do Exércitro Israelense, demonstra visão contrária ao governo Netanyahu, semelhante à opinião deste Blog. 

Segue a seguir pequeno trecho de artigo publicado pela organização acimaa citada:


By Avner Gvaryahu

Mr. Gvaryahu is the director of Breaking the Silence, an organization of veterans opposed to the occupation of Gaza and the West Bank.

Want to stay updated on what’s happening in Israel and the West Bank and Gaza Strip? Sign up for Your Places: Global Update, and we’ll send our latest coverage to your inbox.

Israel’s military has brought utter devastation to the Palestinians of Gaza after the attack by Hamas on Oct. 7. But the extreme response is not only a reaction to the horrors of that day. It is also a product of the decades-long role the military has played in enforcing Israeli occupation of Palestinian territories.

The occupation has cultivated a longstanding disregard among Israeli soldiers for Palestinian lives, and similar impulses in the words and actions of commanders can be seen to lie behind the horrors of what we are witnessing today. etc..."


quarta-feira, 8 de maio de 2024

Competição Internacional

                                 

     


                                                        

A formação de dois blocos internacionais de potencial conflitante deve merecer a atenção, tanto como perigo quanto como oprtunidade.

Hoje, os Estados U|nidos e a União Européia se unem cultural, conômica e militarmente, assim dominando, de forma preponderante, o rumo do planeta. Contudo, seu caminho começa a ser contestado pela união da Rússia e China, ambas com o propósito de conter a uni-polariadade ameaçadora à seu desenvolvimento e indpendência política.

Cria-se, assim, um ambiente de crecente hostilidade, cuja intensidade parece ameaçar as relações pacíficas de interesse global.

Não há dúvida que a preferência pelo modelo democrático do primeiro Bloco seduz as nações de cultura Ocidental, dentre eles o Brasil. A posição geografia também tem forte importância, agravando ou atenuando as consequências de um potencial conflito. Estes, fatores nos aproximam mais ao Ocidente, que é nossa origem, do que ao Oriente, cujas diferenças culturais adicionam risco relevante. Porém, sob a ótica das oportunidades comerciais e econômicas, abre-se uma nova porta em direção ao Leste.

Quanto ao Brasil, sendo ele parceiro ideológico do bloco Ocidental, tem ele mantido boas relações comerciais, porém muito aquém do seu potencial, dado à barreiras tarifárias. Do outro lado do tabuleiro importantes benefícios comerciais já derivam das relações com o Bloco "asiático". O comércio brasileiro com este último vem superando, em muito, as transações com o Ocidente, o que aconselha manter e ampliar esta aproximação

Contudo, as relações entre nações não devem lastrear-se, tão sómente, no interesse comercial mas,sim, no conjunto de interesses, cultural, político, econômico e estratégico sem interferência do fator ideológico, de parte a parte. Assim sendo, a aproximação deverá seguir política que valorize suas exportações sem que fragilize a vocação brasileira de pertencimento ao entorno americano. Tais condições reforçam a longevidade dos tratados celebrados. 

Assim,  cabe à política externa brasileira manter as melhores relações com as potências envolvidas. É válida sua participação no "Bloco dos Pobres" por ser ele mais includente, quando o "Bloco dos Ricos" mantêm políticas que  privilegia barreiras tarifárias (USA) e reservas de mercado (UE) assim reduzindo  o fluxo comercial competitivo. 

Também importante, até o momento tais relações vem se mantendo sob o manto do interesse comercial, não havendo exigência por parte do Bloco China de contrapartidas político-ideológicas, neutralizando, desta forma, oposição mais robusta do Bloco USA.

Ao Brasil interessa a paz reinante e a plena liberdade no comercio internacional. Tal missão não será fácil face à dúvida quanto a perenidade de tal modelo, vista a inevitável competição comercial e ideológica que poderá contaminar ambos os Blocos, em busca da hegemonia.


quarta-feira, 1 de maio de 2024

Um Novo Oriente Médio?



Morando e estudando nos Estados Unidos por sete anos, em colégio e universidade, observei, com surpresa, o interesse limitado do corpo estudantil americano pelas  questões internacionais.

É verdade que naqueles longínquos idos não existiam o computador e, muito menos, as redes sociais. Estes instrumentos de globalização,  somente há pouco existentes, geram ativa polêmica, reação e protesto público. 

Neste momento, a rebelião em pról dos Palestinos, corretamente identificados como vítimas de cruel e injustificável massacre, abre novo capítulo na crônica universitária americana. Tal indignação não se limita a estes estudantes, mas espalha-se  mundo-a-fora contra o governo de  Netanyahu. Em sua defesa, são muitos os que capitulam tal revolta como  Anti Semitismo, não por erro de raciocínio mas sim por conveniência estratágica. Tal epíteto convém aos responsáveis pela crise humanitária ora em curso,  por oferecer ao injustificável massacre dos Palestinos esta falsa linha de defesa. 

Ora, o repúdio  ao cataclismo despejado sobre dezenas de  milhares de crianças e mulheres Palestinas nada tem de Anti-semítico. Trata-se, sim,  de repúdio civilizatório contra atos capitulados como crime pela Lei Internacional. 

No caso em questão não será admissível, na defesa de princípios morais e da lei da guerra, que os atos desumanos perpetrados tanto por Israel quanto, ainda que menor escala mas igualmente cruel, pelo Hamas, sejam tolerados. 

Também relevante ao cenário, pesa, também, a nova e formal  designação de Israel como Estado Judeu que altera o equilíbrio regional conquistado há décadas, e por criar barreiras adicionais à sua posição internacional. Do ponto de vista interno, vale a observação que tal mudança afeta a essência deste novo Estado. Assim fazendo, fragiliza o status dos não-Judeus, reduzindo-lhe direitos e identidade política, assim criando cidadãos de segunda classe com inevitável perda de significado político e, em decorrência, perda de competividade econômica.

Em profunda ironia histórica, de laico e moderno o Estado de Israel hoje abandona o movimento civilizatório do Ocidente, descarta a laicidade da Constituição para juntar-se à visão político-religiosa  de seus vizinhos Árabes e Persas. Os Textos Sagrados, como aquele citado por Netanyahu para justificar a aniquilação em Gaza dos homens, mulheres, crianças e animais, citando escritos em passado bíblico milenar, reflete o perigo de tal caminho. Ter-se-á, possivelmente, um retrocesso cultural ao reduzir-se a laicidade, fonte de iluminismo do desenvovimento mundial.

Parece a este autor que tal movimento tectônico no Oriente Médio terá consequências criando para o Ocidente nova fonte de instabilidade e angustia. 

domingo, 28 de abril de 2024

Aniversário

Neste mês de maio. este Blog cumprirá seus 12 anos, publicando mais de 2500 artigos, comentando sobre os meandros da política e as imprudências internacionais e, last but not least, reconhecer as infrequentes e boas surpresas que nosso Brazil e o Planeta nos trazem. Foram eles lidos 175.000 vezes por fiéis leitores, o que me causa sincero reconhecimento. 

Cumpre-me, pois, agradecer tal pasciência e leniência.

Apesar de meus 91 anos, não penso pendurar minhas chuteiras. para que possa, ocasionalmente, chutar as proverbiais canelas daqueles que mal querem à nossa terra e ao nosso bem estar.    

Um abraço do Pedro


O Celular Ubíquo


                                                                  O cerco do Planeta


Quase todos sabemos que os extremos devem ser evitados, visto a instabilidade latente que geram para sociedade, colocando  seus seguidores diante uma sequência de reações contrárias de itensidade semelhante. Tais reações podem ser instantâneas ou após décadas, mas o troco virá, não raro, talvez ainda mais intenso. 

Com o advento da era tecnológica, as reações que outrora eram de longa espera, ultrapassando, não raro, gerações, hoje, a instantâniedade e ubiquidade na disseminação destas informações alcançam todas as camadas sociais do planeta, gerando uma reação imediata, seja ela favorável ou contrária.  

Ainda no passado, os governos, no controle da disseminação das informações deturpavam os fatos de acordo com suas conveniências, assim amortecendo e conduzindo as reações na direção desejada.  Já nestes dias, a informação flui por canais privados, onde o acesso do individuo é irrestrito, assim dificultando sua manipulação. 

Compondo este novo quadro potencialmente contestatário, crescente será a influência de culturas extra-nacionais sobre o segmento alvo, dada a derrubada de barreiras entre as "comunidades celulares".

Se o governo é criado para reger e disciplinar atravéz das leis, por elas controlando o comportamento do cidadão, já a revolução cibernética cria um universo paralelo e proto-autônomo. Ele pensará e agirá de forma pessoal ou grupal, saciando seus interesses e desrespeitando os limites impostos pela sociedade  tradicional, formada pelos eleitos e as elites que compõem a res pública.   

Facilita-se, assim, atravéz das redes virtuais, a geração de incontáveis núcleos sociais e internacionais, com interesses de curto prazo em busca de gratificação imediata ou mediata, que possam ser acompanhados e realizados no dia a dia, assim reduzindo a energia coletiva voltada à objetivos nacionais e não grupais. 

Assim, forma-se um ambiente imediatista de cadente interesse temporal. Por resultado, a sociedade se desagrega em núcleos de interesses autônomos, não raro conflitantes, dificultando o objetivo de conjunto majoritário nacessário ao desenvolvimento comunitário e da Nação.

Exagero? Talvez. Trata-se de especulação desabrida tendo por objetivo gerar uma introspecção e um questionamento quanto ao futuro cibernético, cujas vantagens e ameaças estão por ser conhecidas.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Jogo de Espelhos




Antes da explosão tecnológica usava-se a bela expressão "Jogo de Espelhos"  para identificar a habitual tarefa de à outros enganar. O que parece ser não é. Hoje, os artificios eletrônicos são tantos que o velho espelho foi abandonado.

Transportado este conceito para a área internacional, dá-se o recente ataque israelense sobre a embaixada do Irã em Bahgdad causando a morte de 3 Generais iranianos. Ávida por notícias, e cumprindo com seu dever, jornais e televisões encheram as manchetes e artigos. 

Em seguida, a disproporcional retaliação do Irã ao assassinato ofereceu bem-vindos  motivos para criar um novo clima  conflituoso tão ao gosto da mídia internacional, assim criando eficaz movimento diversionário fazendo crer  que mais outra guerra estaria por acontecer.

E porque teria ocorrido, nestes dias, tal ataque comandado por Israel, uma vez que o histórico diferendo entre estes dois tradicionais inimigos estava em fase mais verbal do que letal? A resposta estaria no proverbial e perene conceito: "Vamos mudar de assunto!"

De fato, como por encanto, o massacre de 30.000 civís (incluido milhares de mulheres e crianças) em Gaza perdeu a prioridade para a mídia apesar de sua alta intensidade. Caindo em armadilha bem concatenada por Jerusalém, a imprensa abandona o Principal para cobrir o Secundário. E porque secundário? Porque são as vítimas relatadas apenas três militares iranianos. Porque a matança em Gaza continua enquanto nem no Irã nem em Israel sequer começou.

Hoje, como por encanto, a mídia pouco trata de Gaza. A avalanche de manchetes e artigos prioriza este renovado conflito, por sua vez, de baixa intensidade. Mas não, não foi "por encanto" e sim por  manobra  bem urdida  por Netanyahu e Cia. que, constatando a indignação mundial face ao horror que castiga Gaza e o profundo dano causado à imagem de Israel,  buscam novo alimento para a esfomeada imprensa internacional.

O efeito pode, hoje, ser por todos observado; parabéns, Bibi. Deu certo!

terça-feira, 16 de abril de 2024

O Planeta Inquieto




Ao observar o andar de nosso planeta, constatam-se diversos tumores em via de supuração. A revolução nos meios de comunicação turbina a competição eleitoral nas midias eletronicas, seja televisão, seja celular, onde a captura da atenção do eleitor impõem a maximização do efeito e a minimização do custo.

Assim, o apelo à emoção da massa eleitoral supera, em larga margem a eficácia do outrora discurso político. Ajustando-se à este nível intelectualmente mais modesto, a penetração no psyqué popular exige a simplificação da Idéia, dando ênfase à emoção, suplantando a reflexão. As redes sociais refletem a relevância dominante deste novo elemento ao quadro eleitoral. Em ambiente de frases curtas, refletindo reações mais do que reflexões, simplifica-se o  debate político. O imediatismo prevalece.  

No Brasil, os efeitos são sentidos, onde a recente competição eleitoral não soube encontrar candidatos à Presidência de qualidade. Sujeito aos apelos de dois candidatos de limitada abrangência intelectual, teve o quadro eleitoral brasileiro que optar por aquele que seria o "mal menor".  

Na Argentina, deu no que deu; um governo messiânico e uma oposição onde o fator emocional prevaleceu, redundou na desagregação política e em possível fracasso institucional.

Nos Estados Unidos tem-se um Biden, de boa índole porém atropelado pela idade, e um Trump dominado pela cobiça política e argentária, tendo a Presidência por salva-vida. Ainda, tem China e Russia como potencias nucleares e inimigas.

Na Grã Bretanha, vota-se o divórcio com a União  Europeia transforma-se numa luta pela sobrevivência, tornando a que foi a mais poderosa das nações em pequena provincia subsidiária dos Estados Unidos.

Na Russia, a maior potência nuclear, se joga o futuro politico da Europa, esta protegida pelas muralhas da União Europeia. Satisfará o Kremlin menter-se em suas fronteiras? É verdade que o único voto foi de Vladimir Putin

Já, como se plágio do livro "1984"  fosse, o poder emerge no Leste, dominado pela China, potência nuclear em busca de relevância internacional às expensas imediatas da India e do Japão e mediatas, dos Estados Unidos.

...este mundo não é para amadores...

quarta-feira, 10 de abril de 2024

O Golpe de 1967




Muito se fala do Golpe de 64 e pouco se fala da política destrutiva trazida por João Goulart nos idos d'aquele ano.

Impelido por febre demagógica, acometido de ímpeto distributivista infantil, anunciava ele o confisco de terras produtivas e empresas para doá-las ao lumpen despreparado para explorar e gerir a base da estrutura econômica brasileira. Pari passu, gerava a desídia nas forças armadas em discursos pregando e causando a quebra da disciplina dentre marujos e soldados.

O projeto de João Goulart levaria ao país a desestruturação de suas instituições, ao colapso da propriedade privada como pedra angular e, consequentemente, ao desmonte do ordenamento político, este substituido por um desgoverno em busca de novas regras e novos equilíbrios para uma República atônita e uma nova elite despreparada.

O Brasil fervia nestes dias de outono prevendo um gélido inverno sócio-político. Enquanto os núcleos contestatários espalhavam-se no entorno político, já a burguesia brasileira, intimidada pela violência dos discursos ameaçadores vindos tanto dos governantes quanto de setores radicais e incontidos, buscaram proteção nas Forças Armadas.

Estas não faltaram; Minas Gerais se rebela e suas tropas se dirigem ao Distrito Federal, arrastando consigo as tropas paulistas. No Rio, Jango foge e, em sinal de vitória, os tanques guarnecendo o palácio presidêncial aderem à Carlos Lacerda.    

Terá sido um Golpe Militar ou uma ação preservando a República brasileira, não restando à Nação outro instrumento que à protejesse? Apesar de instaurado um Regime de Exceção, a preservação do Congresso e do Supremo Tribunal Federal e das eleições indiretas mantiveram a base necessária à redemocratização. E assim projetava o Gen. Humberto Castello Branco o retorno à democracia que, gradualmente permitiria o desmonte da repressão. 

Contudo, não era esta a visão do Alto Comando Militar, sob a direção do Gen. Costa e Silva. Ao tomar posse em 1967, este proclamou o Ato Institucional no. 5 onde as garantias constitucionais tornam-se  subordinadas aos atos de repressão. 

Talvez tenha sido esta a real data do Golpe. Em 18 de julho daquele ano morre Castello Branco em estranho acidente aéreo, em colisão com avião da FAB. Resta saber se, realizado o projeto de redemocratização defendido por Castello Branco,  evitaria ele as reações violentas de parte a parte que dilaceraram o Brasil nas décadas seguintes.    

No entanto, tendo por consequência um novo e próspero Brasil, este redemocratizado, com a Direita e Esquerda políticas em jogo regrado, alcançou o país novos índices de desenvolvimento dentro de um quadro social estabilizado e justo.