Face à morte e destruição neste periodo cruel de guerras religiosas, teve início um processo de modernização laica liderado pela França, onde o processo de separação do Estado e da Igreja trouxe, no tempo, a adesão e modernização política do Ocidente.
Séculos passados, quando tudo indicava a consolidação de tal processo, trazendo aos povos a prioridade da Razão sobre a Crença, observa-se com crescente preocupação a iniciativa, neste Século XXI, de dois países importantes no concerto da Nações.
Adotando seus textos sagrados como se Constituição fosem, tanto o Irã quanto Israel optam por divinizar as decisões de Estado, tendo a Religião como elemento de geração, interpretação e justificação de decisões políticas, estas confrontando os países laicos subordinados à Lei Internacional.
A prevalecer tal dicotomia, tornar-se-á ela fonte de continuas e crescentes dissenções de ambito legal, político e ético, contaminando o ambiente civilizatório construido ao longo de Séculos e representado pela Organização das Nações Unidas. Esta entidade, que outrora defendeu com sucesso a criação do Estado de Israel, revela hoje crescente preocupação face às ações do Estado Judeu tendo por vítima o povo Palestino.
Ao observador do conflito em Gaza, mais sensato seria Israel concentrar sua justificada ira contra o Hamas sem tornar vítimas as dezenas de milhares de mães e crianças abatidas como se cumplices fossem.
Os jornais noticiam hoje que quarenta e cinco crianças foram mortas por bombardeios aéreos israelenses, alegando o seu comando militar a presença de membros do Hamas dentre os estudantes! Ora, tal narrativa não justifica a calamidade, devendo os infiltrados ser capturados por ação de tropas, indentificando criminosos e inocentes.
Ao justificar Netanyahu tal massacre com base em trecho milenar Bíblico, onde propugna, como represália à ataque sofrido, a morte de todos os homens, mulheres, crianças e animais das terras inimigas, esqueçe o líder israelense que o processo civilizatório dos últimos Séculos não mais permite reação tão selvagem como evidencia sua proposta exterminadora.
Confiamos que o bom senso das elites e povo de Israel, cuja relevante parte de sua população discorda dos desmandos de seu governo, imponha um imediato armistício (sem prejuizo de capturar os assassinos do Hamas) assim contendo a atual mortandade que causa profunda degradação da boa imagem e respeito que hoje o país sofre.
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