sexta-feira, 2 de agosto de 2024

"1984" ou o conflito Ocidente-Oriente




A ficção, por vezes, supera a realidade, ao dar-lhe nova vida dantes inesperada...(¹)

As notícias que nos chegam das Americas revelam uma degradação na qualidade dos governantes das principais  nações que as compõem.

Na costa Leste da America do Sul, temos a mediocridade dos dois comandantes das forças políticas brasileiras. Lula, ainda que inteligente, tem seus horizontes encurtados por uma cultura incompleta. Simplifica sua política ao atendimento (necessário) das classes desfavorecidas, porém relegando o impulso à iniciativa privada atravèz de beneficios artificiais às empresas estatais. Desta forma reduz a eficiência da economia brasileira a troco de benefício político.

Já, Bolsonaro exibe uma penúria intelectual, incapaz de dar-lhe o impulso político que busca. Sua escolha de colaboradores não produziu os efeitos desejados graças à instabilidade de seus objetivos táticos e estratégicos, estes subordinados à contínos ajustes políticos.

Já, sua vizinha, a Argentina, parece estar ela sob o comando de um precário líder, cuja única qualidade parece ser a oposição que faz ao Peronismo dominante, sem contudo oferecer alternativa políticamente viável. Vítima de excitação febril, pretende corrigir o câncer político que há décadas domina "nuestros hermanos" com medidas draconianas e de prazo imediato, menosprezando as consequências de uma súbita mudança sobre um povo infectado por décadas de benefíios artificiais responsáveis pelos mediocres resultados de sua economia.  

Ao norte sul americano, a Venezuela se exaure sob o comando do caricato Maduro, aplicado aluno de Chávez, ambos com o demérito de desmontar a sua penosamente construida democracia. Como senão bastasse, desorgnizou-se sua outrora notável produção de petróleo, fonte do seu desenvolvimento passado. 

A costa Oeste sul-americana revela comportamento inverso, onde a boa administração parece manter-se. Destacam-se a Colombia, ora livre de suas endêmicas guerrilhas, o Chile, tendo já exorcisado líderes de mau agouro e o Perú, tranquilo em sua placidez.

Ao norte, nos Estados Unidos, tem-se um Donald (não confundir com o admirável Pato) prestes a assumir o comando da mais poderosa das nações, sem que tenha, aparentemente, as qualidades para manter as décadas de sua liderança sobre a segurança do Ocidente. Palocontrário, revela Trump sua prefer|ência pelo isolacionismo, distanciando-se das responsabilidades globais dos USA.

Já, a União Europeia, apesar da "demise" da Grã Bretanha, transformada de império de poder inigualável em pequena monarquia desamparada, mantêm ela uma boa trajetória política e econômica. De volta ao continente Europeu, vê-se ele dividido em duas partes, onde o grupo Ocidental se difere da sua banda Oriental, sendo a primeira coesa em torno de governos respeitáveis reforçados pela longa aliança com os Estados Unidos enquanto a segunda parte, a Oriental, se dispersa conforme as diferentes prioridades regionais de cada nação que a compõe.  

Do ponto de vista bélico, vê-se o continente enfraquecido pela multiplicidade de políticas nacionais e prioridades estratégicas. Ainda, um multi-nacional comando militar, sugere ineficiência em caso de conflito.

Em contraposição a este cenário Ocidental, tem-se, no Oriente² a aliança Russo-Chinesa, Confronta-se, sobretudo, com a estratégia afirmativa seguida pelos Estados Unidos. obedecendo o comportamento histórico onde o Poder preponderante não admite pacificamente a ascenção de  Poder emergente. Assim,  já se obseva crescente animosidade entre os dois  Polos da Poder,  nas respectivam iniciativas diplomáticas e econômicas, quando não militares.

Ainda, ao Leste extremo, com a fustigação norte-americana  dos interesses chineses ao exacerbar o contencioso de Taiwan, constroi-se um potencial casus belli em momento que o poder chinês ainda não se aproxima ao do norte-americano. Lembra a outrora crise USA-Cuba, resultando em potencial conflito USA-Russia, levando de roldão seus respectivos aliados.

Este aumento de temperatura bélica ocorre em momento onde  as potências Asiáticas, longe de serem potências passivas, ainda não parecem ter atingido o poder necessário para uma possível  confrontação, Parece haver, ainda, tempo para retrocesso e negociação. 



1) O conflito entre Ocidente e Oriente. Ver "1984" por George Orwell

2) Aqui considera-se a Russia como pais asiático por estar 3/4 de seu território situado na Ásia     

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