domingo, 28 de abril de 2024

O Celular Ubíquo


                                                                  O cerco do Planeta


Quase todos sabemos que os extremos devem ser evitados, visto a instabilidade latente que geram para sociedade, colocando  seus seguidores diante uma sequência de reações contrárias de itensidade semelhante. Tais reações podem ser instantâneas ou após décadas, mas o troco virá, não raro, talvez ainda mais intenso. 

Com o advento da era tecnológica, as reações que outrora eram de longa espera, ultrapassando, não raro, gerações, hoje, a instantâniedade e ubiquidade na disseminação destas informações alcançam todas as camadas sociais do planeta, gerando uma reação imediata, seja ela favorável ou contrária.  

Ainda no passado, os governos, no controle da disseminação das informações deturpavam os fatos de acordo com suas conveniências, assim amortecendo e conduzindo as reações na direção desejada.  Já nestes dias, a informação flui por canais privados, onde o acesso do individuo é irrestrito, assim dificultando sua manipulação. 

Compondo este novo quadro potencialmente contestatário, crescente será a influência de culturas extra-nacionais sobre o segmento alvo, dada a derrubada de barreiras entre as "comunidades celulares".

Se o governo é criado para reger e disciplinar atravéz das leis, por elas controlando o comportamento do cidadão, já a revolução cibernética cria um universo paralelo e proto-autônomo. Ele pensará e agirá de forma pessoal ou grupal, saciando seus interesses e desrespeitando os limites impostos pela sociedade  tradicional, formada pelos eleitos e as elites que compõem a res pública.   

Facilita-se, assim, atravéz das redes virtuais, a geração de incontáveis núcleos sociais e internacionais, com interesses de curto prazo em busca de gratificação imediata ou mediata, que possam ser acompanhados e realizados no dia a dia, assim reduzindo a energia coletiva voltada à objetivos nacionais e não grupais. 

Assim, forma-se um ambiente imediatista de cadente interesse temporal. Por resultado, a sociedade se desagrega em núcleos de interesses autônomos, não raro conflitantes, dificultando o objetivo de conjunto majoritário nacessário ao desenvolvimento comunitário e da Nação.

Exagero? Talvez. Trata-se de especulação desabrida tendo por objetivo gerar uma introspecção e um questionamento quanto ao futuro cibernético, cujas vantagens e ameaças estão por ser conhecidas.

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