terça-feira, 1 de julho de 2014

Dias de luto



Nada mais compreensível do que o repúdio, a raiva, o sofrimento dos Israelenses face ao terrível assassinato dos três adolescentes desarmados. A imprensa internacional, divulgando declarações de chefes de Estado, acentua a barbárie de quem mata jovens inocentes.

O mesmo repúdio cabe ao assassinato de três jovens palestinos, desarmados. Os primeiros dois antes do rapto dos adolescentes Israelenses, o segundo, logo após. A imprensa divulgou a barbárie,  porém não mereceram menção de líderes internacionais. Compreensível, uma vez ter o estado Palestino duvidosa existência.

Temos agora o momento da represália. Acusados de participante, o Hamas foi designado autor do torpe crime. Noticia-se que os mandantes ainda não foram identificados. Bombardeios se sucedem na Faixa de Gaza, centenas de prisões e algumas mortes na Cisjordânia.

E assim prossegue o ciclo da violência. De um lado um povo que privilegia segurança a qualquer preço. De outro, um povo que busca sua liberdade a qualquer custo. Razoável é prever-se que o atual estado das relações entre os dois povos levará as futuras gerações à repetição do sofrimento e da frustração.

Porque não meditar-se sobre o hipótese, por remota que seja, da substituição da Ocupação, com todo o derramamento de sangue que dela decorre para ambas as partes, pela Cooperação. A criação de um Estado Palestino, apoiado por Israel, irrigado por agressiva política econômica Israelense e internacional,  redundaria em explosivo crescimento econômico e amadurecimento sócio-político. Transformar-se-ia todo um povo vizinho, hoje mergulhado na pobreza, na frustração e no ódio.   

O reconhecimento e o enriquecimento do estado Palestino retirariam os alicerces da mensagem terrorista. A recuperação da dignidade de um povo subjugado traria o mesmo efeito pacificador.  A recuperação exponencial da imagem de Israel, hoje tão sofrida, traria benefício não só a seus habitantes mas, também,  à Diáspora. Sem dúvida, muitos seriam os detalhes e problemas a resolver, dentre eles o da confiança mútua que somente  ações concretas e discurso conciliador poderão consolidar. Porém, uma vez o arcabouço acordado,  o projeto encontraria seu  bom caminho.  Os milhares de futuras vítimas da violência bem o merecem.


Shalom,  As-Salamu Alaykum

Nenhum comentário: