Palavras fortes. Inadequadas para o dialogo calmo,
equilibrado no trato de assunto importante. De pouco uso nos corredores do
Itamaraty. Porém, certos fatos, certas imagens, certas frases tanto
diminuem a Nação que a adrenalina incontida aflora e gera expressões de repúdio
tal que atropela o comedimento.
A imagem ofensiva ao Itamaraty se desnudou quando do recebimento dos
embaixadores estrangeiros pela presidente Dilma Rousseff. À sua esquerda
postava-se o Sr. Marco Aurélio Garcia e à sua direita estava o Ministro das
Relações Exteriores, o Embaixador Mauro Vieira.
A visão daquelas três pessoas traduz o quadro de nossa
política exterior. O comando supremo, entregue à pessoa irascível, impaciente,
impulsiva. O segundo personagem em importância, súdito de ideologia
ultrapassada, jejuno na sua compreensão do mundo, de preferência totalitária
onde a democracia é subordinada à uma pretensa justiça social. O terceiro
personagem, um profissional, bem treinado, culto, educado nas artes da
negociação, porém manietado, neutralizado na sua atuação.
Pois é este trio que determina para onde irá o Brasil no
concerto das nações. Quais os benefícios políticos e econômicos que poderão decorrer
de nossas relações com as demais nações do planeta, para que, impelido por
convergências, possa o Brasil prosperar?
A atual doutrina externa revela ideais juvenis, decisões
auto destruidoras, destituída de
qualquer comprovação ou validação empírica. Substitui a oportunidade de parceria com grandes
nações, essencial ao nosso desenvolvimento político e econômico, pela
aproximação íntima e degradante com estados semi-falidos. Conspurca-se a letra
e o espírito do tratado gênese do
Mercosul, fragilizado pelas manhas e artimanhas de governos, tais como o da argentina Christina Kirchner e do venezuelano Nicolas Maduro.
A tolerância indevida para com os atos totalitários de Caracas contamina e invalida
as demais cláusulas do tratado, tornando-o peso morto a ser suportado por um
Brasil já combalido pelas desventuras do desgoverno.
Os desvios e desmandos, somados ao humilhante desrespeito imposto
ao alto funcionalismo do Itamaraty, clama por protesto. Parece ser este o momento
para uma manifestação formal e inequívoca de repudio, a ser subscrita por embaixadores, já aposentados
ou não*, que tanto de suas vidas deram ao país e à Casa de Rio Branco.
*Oportuno será lembrar
o protesto de Vasco Leitão da Cunha, então Secretário Geral do MRE, contra a
missão de João Dantas à Alemanha Oriental, desrespeitando tratados firmados com
a Alemanha Ocidental. Ameaçada a
reputação do Brasil, e de sua diplomacia, não hesitou o diplomata em manifestar
sua contrariedade ao Ministro Affonso Arinos de Mello Franco e ao Presidente
Janio Quadros, assim colocando sua carreira na balança dos princípios.
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