O rei Salman Al Saud |
No passar do
tempo, revela-se cada vez mais frágil a liderança dos Estados Unidos no Oriente
Médio. O enfraquecimento do líder Ocidental parece acentuar a dúvida
quanto à lealdade que lhe é devida por seus
aliados. O fiasco da invasão do Iraque,
tendo por conseqüência a falência daquele Estado, vem gerando aguda
instabilidade nas nações árabes. No rescaldo desta trágica aventura, o que se
vê é o crescimento dos movimentos radicais e terroristas, às expensas dos
governos formais. Dividida que está entre populações Xiitas e Sunitas, e ,
ainda, entre Árabes e Curdos, a Mesopotâmia se transforma em caos, onde viceja
o terrorismo do Califado.
O novo cenário que se desenha no Oriente Médio
parece ser inaceitável para a Arábia Saudita bem como para as monarquias sunitas
do Golfo Pérsico. A incipiente tolerância norte-americana para com o Irã, a dúbia
aceitação do regime de Al-Assad na Síria, a perda do Iêmen para os Houtis xiitas,
o dominante Hesbollah xiita no Líbano e, ainda, os perigos que decorrem das
minorias xiitas nas terras de monarcas sunitas torna-se alarme estridente.
Sentindo-se desprotegida pelos erros cometidos,
tanto pelo Departamento de Estado como pelo Pentágono, são fortes os indícios
que a Arábia Saudita tenha decidido tomar à si as rédeas políticas da região. A recente derrubada do preço de petróleo nega viabilidade econômica ao “fracking” e a
resultante auto-suficiência aos Estados Unidos, mantendo-o sob a influência Saudita. Ainda, a
contribuição de Riad , de 12 bilhões de dólares, ao governo Egípcio revela tentativa
de co-optação da mais poderosa nação Árabe para a esfera de influência da
dinastia dos Al-Saud. Tal colaboração empalidece a anuidade que lhe oferece Washington no valor de,
aproximadamente, 2 bilhões de dólares.
De especial interesse é a recente compra pelo Egito
de 24 aviões de caça Rafalle, e de uma fragata, todos de fabricação francesa.
Seria uma mera transação de armas, ou esta operação revelaria um início de
mudança no equilíbrio geopolítico no Oriente Médio? Porque buscar na França armamento até então
suprido pelos Estados Unidos? Será uma operação isolada, ou um início de
tendência? A resposta talvez se encontre no fato de ser o uso
de armamento norte-americano condicionado ao beneplácito de Washington. Tais
limites não se aplicam ao armamento comprado à França.
São diversas as iniciativas que sugerem o nascimento
de uma nova aliança no Oriente Médio, não mais comandada pelos Estados Unidos,
mas sim pela dinastia Saudita. A contenção do poder xiita intra-fronteiras e o
risco existencial advindo do Irã, parecem impor um remanejamento, tendo por
líder o fundamentalista Wahhabita, o Rei Salman Al-Saud.
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