sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Será uma nova aliança?

Image result for photo of salman al-saud
O rei Salman Al Saud


No  passar do tempo, revela-se cada vez mais frágil a liderança dos Estados Unidos no Oriente Médio. O enfraquecimento do líder Ocidental parece acentuar a dúvida quanto  à  lealdade que lhe é devida por seus aliados.  O fiasco da invasão do Iraque, tendo por conseqüência a falência daquele Estado, vem gerando aguda instabilidade nas nações árabes. No rescaldo desta trágica aventura, o que se vê é o crescimento dos movimentos radicais e terroristas, às expensas dos governos formais. Dividida que está entre populações Xiitas e Sunitas, e , ainda, entre Árabes e Curdos, a Mesopotâmia se transforma em caos, onde viceja o terrorismo do Califado.

O novo cenário que se desenha no Oriente Médio parece ser inaceitável para a Arábia Saudita bem como para as monarquias sunitas do Golfo Pérsico. A incipiente tolerância norte-americana para com o Irã, a dúbia aceitação do regime de Al-Assad na Síria, a perda do Iêmen para os Houtis xiitas, o dominante Hesbollah xiita no Líbano e, ainda, os perigos que decorrem das minorias xiitas nas terras de monarcas sunitas torna-se alarme estridente.

Sentindo-se desprotegida pelos erros cometidos, tanto pelo Departamento de Estado como pelo Pentágono, são fortes os indícios que a Arábia Saudita tenha decidido tomar à si as rédeas políticas da região.  A recente derrubada do preço de petróleo nega  viabilidade econômica ao “fracking” e a resultante auto-suficiência aos Estados Unidos, mantendo-o  sob a influência Saudita. Ainda, a contribuição de Riad , de 12 bilhões de dólares, ao governo Egípcio revela tentativa de co-optação da mais poderosa nação Árabe para a esfera de influência da dinastia dos Al-Saud. Tal colaboração empalidece a anuidade  que lhe oferece Washington no valor de, aproximadamente, 2 bilhões de dólares.

De especial interesse é a recente compra pelo Egito de 24 aviões de caça Rafalle, e de uma fragata, todos de fabricação francesa. Seria uma mera transação de armas, ou esta operação revelaria um início de mudança no equilíbrio geopolítico no Oriente Médio?  Porque buscar na França armamento até então suprido pelos Estados Unidos? Será uma operação isolada, ou um início de tendência? A resposta talvez se encontre no fato de ser o uso de armamento norte-americano condicionado ao beneplácito de Washington. Tais limites não se aplicam ao armamento comprado à França.

São diversas as iniciativas que sugerem o nascimento de uma nova aliança no Oriente Médio, não mais comandada pelos Estados Unidos, mas sim pela dinastia Saudita. A contenção do poder xiita intra-fronteiras e o risco existencial advindo do Irã, parecem impor um remanejamento, tendo por líder o fundamentalista Wahhabita, o Rei Salman Al-Saud.


Nenhum comentário: