sábado, 28 de fevereiro de 2015

Comentários recebidos sobre o artigo "Vergonha e revolta"


Concordo com você. Nossa política externa simplesmente não existe. Pena, pois é uma área em que o executivo pode agir sem consultar o legislativo. Tanto que o Obama, depois de ser considerado um pato manco, ainda tirou da cartola o reatamento das relações com Cuba e faturou uns trocados políticos com isso. Fiquei chocado, com a atenção que nossa presidente deu ao Marco Aurélio Garcia (beijinhos, abraços e afagos) contrastando com a indiferença com que tratou o Ministro Mauro Vieira. Para mim esse Ministro não tem um pingo de altivez.
Carlos Alexandre


Maria Isabel escreveu: "Concordo com você, Pedro Leitão da Cunha, no que diz respeito à ridícula atitude da presidenta quanto a política externa. Se na Indonésia existe a pena de morte, no nosso país as violentas mortes, deixam com inveja o Estado Islâmico. As mortes aqui, são execuções sem julgamentos. E todos os dias sabemos de mais casos que se empilham de uma forma banalizada os requintes sádicos."
Maria Isabel

Pedro, como de resto, nossa política externa está uma calamidade: incrível, pq sempre tivemos um Itamaraty de alto nível e o Brasil sempre teve uma irreprensível reputação internacional neste campo.
Uma pena, mas isso é o reflexo de toda conjuntura brasileira atual: na verdade, o país está “down the hill” numa velocidade impressionante, sob todos os aspectos.
Bjs, Carmo

Parabéns!!!

Poucos foram tão claros quanto você, no ataque à vergonhosa política externa de D. Dilma. E é sempre bom lembrar as atitudes corajosas do Embaixador Vasco Leitão da Cunha.  Orgulho-me desse passado!
Antonio

Bravos, Pedro!  É isso mesmo.  Uma presidente primária, um Garcia atrelado ao que há de obscurantismo político e....   vamos negociar com a Guiné Equatorial!
O que nos falta são homens como Dr. Vasco.  Lembro-me bem do episódio que você mencionou e em que ele agiu como devia.
Beijos     Maria Luiza.

Merci, Cher Pedro !
Quelle tristesse de voir à nouveau une bonne partie de notre si chère Amérique Latine aux mains de dirigeants si peu fiables...
Amitiés,
Jean-Pierre.



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Vergonha e revolta



Palavras fortes. Inadequadas para o dialogo calmo, equilibrado no trato de assunto importante. De pouco uso nos corredores do Itamaraty. Porém, certos fatos, certas imagens, certas frases tanto diminuem a Nação que a adrenalina incontida aflora e gera expressões de repúdio tal que atropela o comedimento.

A imagem ofensiva ao Itamaraty  se desnudou quando do recebimento dos embaixadores estrangeiros pela presidente Dilma Rousseff. À sua esquerda postava-se o Sr. Marco Aurélio Garcia e à sua direita estava o Ministro das Relações Exteriores, o Embaixador Mauro Vieira.

A visão daquelas três pessoas traduz o quadro de nossa política exterior. O comando supremo, entregue à pessoa irascível, impaciente, impulsiva. O segundo personagem em importância, súdito de ideologia ultrapassada, jejuno na sua compreensão do mundo, de preferência totalitária onde a democracia é subordinada à uma pretensa justiça social. O terceiro personagem, um profissional, bem treinado, culto, educado nas artes da negociação, porém manietado, neutralizado na sua atuação.

Pois é este trio que determina para onde irá o Brasil no concerto das nações. Quais os benefícios políticos e econômicos que poderão decorrer de nossas relações com as demais nações do planeta, para que, impelido por convergências, possa o Brasil prosperar? 

A atual doutrina externa revela ideais juvenis, decisões auto destruidoras,  destituída de qualquer comprovação ou validação empírica.  Substitui a oportunidade de parceria com grandes nações, essencial ao nosso desenvolvimento político e econômico, pela aproximação íntima e degradante com estados semi-falidos. Conspurca-se a letra e o espírito do tratado  gênese do Mercosul, fragilizado pelas manhas e artimanhas de governos, tais como o da  argentina  Christina Kirchner e do venezuelano Nicolas Maduro. A tolerância indevida para com os atos totalitários de Caracas contamina e invalida as demais cláusulas do tratado, tornando-o peso morto a ser suportado por um Brasil já combalido pelas desventuras do desgoverno.

Os desvios e desmandos, somados ao humilhante desrespeito imposto ao alto funcionalismo do Itamaraty,  clama por protesto. Parece ser este o momento para uma manifestação formal e inequívoca de repudio,  a ser subscrita por embaixadores, já aposentados ou não*, que tanto de suas vidas deram ao país e à Casa de Rio Branco.


*Oportuno será lembrar o protesto de Vasco Leitão da Cunha, então Secretário Geral do MRE, contra a missão de João Dantas à Alemanha Oriental, desrespeitando tratados firmados com a Alemanha Ocidental. Ameaçada  a reputação do Brasil, e de sua diplomacia, não hesitou o diplomata em manifestar sua contrariedade ao Ministro Affonso Arinos de Mello Franco e ao Presidente Janio Quadros, assim colocando sua carreira na balança dos princípios.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Comentários sobre "Nova Aliança ?"


Agora brilhante sua rápida análise do turmoil no Oriente Médio. Mas exatamente pelas razões que você dá - a força necessária da liderança saudita - é que eu acho que os Estados Unidos vão ter que se impor na região. Ainda mais se um presidente republicano vier aí. Mas mesmo com a Hillary, o lobby israelense - vide Mearsheimer- vai impor uma atitude mais forte dos EUA - vide o Bibi no Congresso todo republicano americano. Acho que a França não dá pra saída - apesar de ter tido forte presença pró-Israel no Pós WWII. Em suma, acho que exatamente pelas razões que você levantou, os EUA vai unir suas facções internas em torno de Israel uber allles - perdão pelo xiste.
Ney


Bela análise, Pedro. Só tenho dúvidas a respeito da queda no preço do petróleo. Esta queda não seria uma consequência do sucesso do shale gás? Não haveria, também, uma intenção de atingir três coelhos com uma só cajadada: O Irâ, a Rússia e a Venezuela? Nesse caso, não seria uma ação coordenada entre Washington e Riad, e não. uma disputa entre ambos?
Carlos Alexandre

N.R. Não fora o fato de ter a queda do petróleo inviabilizado a exploração do shale, pareceria razoável supor-se conluio entre Riad e Washington.

Parece q de novo os EEUU irão se unir mais fortemente aos israelenses, infelizmente...   
Carmo

Comentários sobre  "Repensando a guerra'"



Estou louca para ver o filme ,o unico que falta dos indicados para o Oscar "best movie'
E ainda mais depois de toda essa polemica que foi criada em torno do Assassinato do Franco atirador Chris Kyle por Routh e que abre controversias sobre o Herói ou a
penas mais um Assassino??E no meu entender sendo Americano o atirado depois de sua morte ai sim o eleva a categoria de Herói !!!!
Mas com certeza os iraquianos não pensam assim ;o filme foi proibido em Bagdá!'!!'!!!!! 


Marianne


Fui ver o filme ! Uauuu ,nunca fui simpatizante dessa guerra no Iraque e por isso me causou indignação a covardia dos Seals e do próprio Chris que cumpria seu dever de soldado mas depois do primeiro tiro pareceu-me obsessivo e até gostar do que fazia !herói sob o ponto de vista de guerra ok mas não deixa de ser também um assassino ! Ó ódio pelos iraquianos seja "lavagem cerebral ", do inimigo ficou latente! Bom filme Clint parece querer marcar o personagem como herói mas nas "entre linhas " deixa a interpretação para o espectador (no que faz bem feito). Cumprir o dever pode ser muito Ruim ou muito Bom ,e acho que para ele não foi ruim criando um trauma enorme depois ao voltar para casa !!!Me veio à memória a frase da Ana Arendt sobre :A banalidade do Mal !

Marianne


Por causa do seu comentário quis ver o filme - que ainda não vi por, digamos, preconceito contra a guerra no Iraq. Mas há muito mais além de um simples pastiche. Obrigado. Quero ver logo e comentar

Ney


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Será uma nova aliança?

Image result for photo of salman al-saud
O rei Salman Al Saud


No  passar do tempo, revela-se cada vez mais frágil a liderança dos Estados Unidos no Oriente Médio. O enfraquecimento do líder Ocidental parece acentuar a dúvida quanto  à  lealdade que lhe é devida por seus aliados.  O fiasco da invasão do Iraque, tendo por conseqüência a falência daquele Estado, vem gerando aguda instabilidade nas nações árabes. No rescaldo desta trágica aventura, o que se vê é o crescimento dos movimentos radicais e terroristas, às expensas dos governos formais. Dividida que está entre populações Xiitas e Sunitas, e , ainda, entre Árabes e Curdos, a Mesopotâmia se transforma em caos, onde viceja o terrorismo do Califado.

O novo cenário que se desenha no Oriente Médio parece ser inaceitável para a Arábia Saudita bem como para as monarquias sunitas do Golfo Pérsico. A incipiente tolerância norte-americana para com o Irã, a dúbia aceitação do regime de Al-Assad na Síria, a perda do Iêmen para os Houtis xiitas, o dominante Hesbollah xiita no Líbano e, ainda, os perigos que decorrem das minorias xiitas nas terras de monarcas sunitas torna-se alarme estridente.

Sentindo-se desprotegida pelos erros cometidos, tanto pelo Departamento de Estado como pelo Pentágono, são fortes os indícios que a Arábia Saudita tenha decidido tomar à si as rédeas políticas da região.  A recente derrubada do preço de petróleo nega  viabilidade econômica ao “fracking” e a resultante auto-suficiência aos Estados Unidos, mantendo-o  sob a influência Saudita. Ainda, a contribuição de Riad , de 12 bilhões de dólares, ao governo Egípcio revela tentativa de co-optação da mais poderosa nação Árabe para a esfera de influência da dinastia dos Al-Saud. Tal colaboração empalidece a anuidade  que lhe oferece Washington no valor de, aproximadamente, 2 bilhões de dólares.

De especial interesse é a recente compra pelo Egito de 24 aviões de caça Rafalle, e de uma fragata, todos de fabricação francesa. Seria uma mera transação de armas, ou esta operação revelaria um início de mudança no equilíbrio geopolítico no Oriente Médio?  Porque buscar na França armamento até então suprido pelos Estados Unidos? Será uma operação isolada, ou um início de tendência? A resposta talvez se encontre no fato de ser o uso de armamento norte-americano condicionado ao beneplácito de Washington. Tais limites não se aplicam ao armamento comprado à França.

São diversas as iniciativas que sugerem o nascimento de uma nova aliança no Oriente Médio, não mais comandada pelos Estados Unidos, mas sim pela dinastia Saudita. A contenção do poder xiita intra-fronteiras e o risco existencial advindo do Irã, parecem impor um remanejamento, tendo por líder o fundamentalista Wahhabita, o Rei Salman Al-Saud.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Repensando a guerra

Image result for photo of sniper



O mais novo filme de guerra, dirigido por neo conservador Clint Eastwood, traz à grande tela mais um herói. Chris Kyle, soldado engajado na guerra do Iraque, é um atirador de elite. Mata a grande distância. A tradição desta especialidade é levar a morte ao inimigo relevante, ao líder, ao oficial cuja morte pode desestruturar a unidade que comanda. Lord Nelson é abatido, atingido por um atirador de elite francês (ou seria espanhol?) postado no alto mastro do navio inimigo.

Assim, o atirador de elite, com paciência infinita espera, muitas vezes por horas, aquela oportunidade, aquele uniforme, aquela patente visível, que recompensará a sua razão de ser. É uma seifa solitária, distante.

Porém, o filme não trata daquelas guerras. Em salto no tempo, o herói se depara com uma indistinta massa em suas indistintas roupagens. Inimigos, amigos e indiferentes, povoando as ruas, surgindo nas janelas, subindo nos terraços, numa sequência infindável de alvos possíveis. Carregam kalashnikovs, encomendas, baldes  vassouras. 

Fará um rosário de vítimas. Homens, mulheres e crianças, semelhantes na aparência, com armas aliadas ou inimigas, com atitudes curiosas ou hostis, motivadas por medo ou raiva, passarão pelo seu crivo turvado pela distância.

Hora da verdade. É o momento da razão de ser. Sabe e gosta da missão, perfil essencial para o cargo.   Culpado ou inocente? A sentença de morte  é inapelável. O erro e o acerto é irrelevante, a estatística impossível, a culpa difusa. Decide. Pressiona o gatilho e lança a morte inapelável.


Chris volta para casa. Mais um Herói numa guerra bandida. Clint Eastwood faz o seu filme, relata e inventa, fatura. Já o "sniper" terá momentos de reencontro com expressões de surpresa e morte.  

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Comentários sobre o artigo "Itamaraty ferido"

Carlos Alexandre ----Pedro, Concordo com você em gênero, número e grau. Não entendo como um diplomata de carreira com um mínimo de altivez se sujeite a ser Ministro das Relações Exteriores tendo que dividir responsabilidades com essa figura abjeta do Marco Aurélio Garcia. A consequência desse estrabismo diplomático é a irrelevância à qual fomos relegados nos fóruns internacionais.



N.R. Por ocasião da publicação deste artigo, surgiu uma anomalia, já corrigida, que impediu acesso a muitos leitores. Espero que estes impedidos pelos mistérios da eletrônica, acessem e comentem.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Esboço de um quadro recessivo


Segue abaixo excelente artigo de autoria do Professor Dr. Julian Alfonso de Magalhães Chacel, cuja publicação valoriza este Blog.




Esboço de um Quadro Recessivo

O ano de 2015 será um tempo de purgação para corrigir os erros que nos últimos anos marcaram a má condução da política econômica. .A purificação  de nossa Economia  requer, em face dos “déficits gêmeos”, o fiscal e o externo, rígido controle do gasto público e livre flutuação do câmbio. E mais, um realinhamento de preços relativos, em especial tarifas, que significa impor ao país um período de “inflação corretiva”. Na busca de confiabilidade através do cumprimento da palavra empenhada, esqueça-se a meta de inflação de 4,5% e aumente-se a  ampla margem de tolerância no seu limite superior.

A meta fiscal de um superávit primário fixado prudentemente em 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) contém, apesar disso, um conteúdo de indeterminação. Qual será ao final do ano o valor do denominador? No dia de hoje há fortes indícios de contração comparativamente ao resultado estimado para o ano anterior, 2014, que aponta para uma taxa próxima de zero refletindo a estagnação, ou melhor, a ausência de crescimento econômico.

Além do efeito de contração resultante da tentativa de corrigir o desequilíbrio das contas públicas como pré-condição para domar a inflação rampante, há do lado real da economia restrições ao aumento do PIB sintetizadas na expressão “condições físicas da oferta”. As crises hídrica e elétrica são, no curto prazo, fatores limitativos da expansão dos níveis atuais de produção. A escassez de água compromete a produção agropecuária e na indústria de transformação alimentos e bebidas, siderurgia, papel e celulose e química, em escala decrescente consomem, no todo, cerca de 70% da energia utilizada pelo setor.

As vicissitudes que assolam a Petrobras, resultantes de erros de gestão associados ao uso político da empresa pela via da corrupção, também apontam na direção de um declínio da atividade econômica. A tudo isso se acrescenta a provável redução do seu programa de investimento, de vez que a viabilidade econômica de certos campos fica comprometida diante da queda  de preço do barril de cru. Pela sua dimensão e natureza do negócio, a contração da empresa no futuro imediato e a inevitável revisão dos contratos firmados com as grandes empreiteiras da construção civil geram um efeito em cascata sobre uma miríade de fornecedores. A matriz das interações industriais será profundamente afetada.


Esses são os principais argumentos que permitem prever um clima de recessão, com todo seu cortejo de consequências, para este ano de 2015. Dai falar-se na abertura deste escrito em “tempo de purgação”. Condição essencial para forjar um novo ciclo de crescimento.

Comentários recebidos sobre "Sansão e a Oposição"


Início do Governo Lula, Palocci e Meirelles contaram com o apoio da bancada do PSDB do Senado para as medidas de correições necessárias à estabilidade da economia.
Paulo Antonio


Esperemos, muito mesmo, que as necessidades nacionais prevaleçam sobre os partidarismos imediatistas !!!!!!!....LINA

Não posso acreditar que Aécio venha adotar esse tipo de atitude.--------Ary
Acho exatamente isso,que é um momento de união e muito trabalho para dar continuação ao Brasil e impedir o caos total ,que dificilmente sera arrumado depois,união pontes e parcimônia,acho que estas junto de reflorestamento deveria ser as palavras chaves.............Ana Amélia

Acabei de ler o seu último artigo no seu blog sob o título “Sansão e a oposição” e aproveitei para reler os três anteriores.
Devo dizer que estou de pleno acordo com todos esses artigos, sobretudo com o último e o intitulado “Purificação e auditorias”......Sérgio


O que se está vendo é o "fogo amigo" do PMDB e a contestação do próprio PT.
Até agora o PSDB não me parece estar contestando as medidas do Joaquim Levy, que aliás são medidas próximas a que tomaria o Armínio Fraga, se o povo soubesse votar.
O Sansão neste caso é a " base do Governo".
                                       Abraços, Alfredo


Não vejo em nenhum de nossos políticos a isenção necessária que o momento pede. Vejo hj um país dividido e cheio de rancor, desejo o melhor, mas não consigo enxergar.
Regina

Gostei muito do artigo e espero q o Aécio tenha bom senso e altruísmo para colocar os interesses do Brasil na frente de antagonismos políticos.
Bjs, Carmo



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sansão e a Oposição

Resultado de imagem para fotos de aecio e dilma


Sansão, o herói bíblico, buscou na destruição do Templo Filisteu  o seu último gesto político. Ao derrubar as colunas que a Casa sustentavam, nada sobrou, nem ele, nem o edifício, nem o o povo.  

Opor-se às medidas de ajuste econômico a serem apresentadas ao Congresso dentro em breve, poderia lembrar o ato niílista de Sansão. Espera-se de Aécio Neves prudência, comedimento e, sobretudo, grandeza. É necessário que lidere o PSDB por entre os escolhos que surgirão quando apresentadas pelo governo Dilma, as medidas fiscais, financeiras e econômicas imprescindíveis ao saneamento da economia brasileira.

A repulsa, a negação, a rejeição de medidas que emanam do Planalto são reações naturais para um partido de Oposição, que,  fazem anos, luta contra as iniciativas do PT e seus aliados. Estas levaram o país à extrema fragilidade que se encontra.

Contudo, neste momento de aguda crise, onde o país arrisca o tropeço interno e o  repudio internacional,  há que saber-se  diferenciar entre as propostas de conveniência partidária do PT e as de interesse nacional. Importante será  endossar àquelas apresentadas pelos ministros da área econômica, vide Joaquim Levy, quando tecnicamente apropriadas.

Aproxima-se, assim,  o momento onde opositor e governante deverão, momentaneamente, dar-se as mãos para que não sofra a nação. É o momento da maturidade política, aquela que distingue o Político do Estadista. Uma trégua específica parece  essencial para que se façam os ajustes necessários.  A prioridade cabe ás necessidades nacionais, relegados a segundo plano os objetivos partidários imediatistas.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Apoio inesperado

Este Blog contou com o apoio do renomado articulista norte americano (New York Times), Thomas L. Friedman quanto à visita intempestiva do Primeiro Ministro Israelense:


...The decision by Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu and House Speaker John Boehner to cook up an address to Congress by Netanyahu on why the U.S. should get tougher on Iran is churlish, reckless and, for the future of Israeli-American relations, quite dangerous...

...It doesn’t only disrespect our president, it disrespects our system and certain diplomatic boundaries that every foreign leader should respect and usually has...


Quais serão os limites de Bibi?



Purificação e auditorias


                                                        



O caso Petrobras pode representar o término da impunidade que protege a degradada gestão das empresas estatais. A derrubada da represa, outrora erguida por políticos e administradores corruptos, se fará graças à opinião pública e, sobretudo a juízes probos e policiais honestos. A enxurrada das águas purificadoras será, possivelmente, o réquiem das manipulações, desvios e astúcias das contas autárquicas.Também de  importância será a figura do Auditor Independente.

A auditoria externa e independente, está sujeita, legalmente,  à comportamento ilibado.  Quando de renome e subsidiária de matriz no exterior, tanto maior será o impositivo ético, face à exposição internacional de seu comportamento. Contudo, ainda que a fraude e o crime não sejam tolerados,  nem sempre todo o rigor contábil  se verifica na prática. Tendo por objetivo o lucro, como qualquer empresa, o Auditor se curva, muitas vezes, às pressões de seus clientes. Por vezes,  a severidade das provisões colidem com os clamores por maiores lucros. Afirmações dos dirigentes são aceitas sem maiores verificações. Avaliações inconvenientes são relegadas a padrões mais flexíveis. Estas observações, que podem parecer cruéis, merecem credibilidade quando se constata a fragilidade das auditorias precedentes, onde somente agora acionistas e agências são alertados para os desmandos desvendados.

Porém, parece inevitável que uma onda de bem proceder levará os, por vezes, flexíveis Auditores à maior severidade no exame dos livros de seus clientes. Ameaçados pela exposição pública dos meios de comunicação e pelas implicações onerosas, tanto no campo legal quanto no financeiro e profissional, o Auditor deverá buscar, doravante,  proteção em conduta impecável, protegendo-se de processos bilionários decorrentes de incúria ou má fé. Ainda, quando subsidiário de firma norte americana ou européia, o Auditor estará sujeito às penalidades financeiras e legais aplicáveis à suas matrizes no exterior. Em suma, o custo de mal proceder tornar-se-á exponencial, com conseqüências terminais, trazendo à tona o exemplo emblemático da auditora Arthur Andersen.


Chega-se, então, à conclusão purificadora. Não será difícil prever-se que as empresas estatais enfrentarão, doravante, auditoria de extrema severidade. Tal severidade trará à tona fatos de estrema gravidade, no penal e no político.   Lícito prever-se o abandono das flexibilizações, compreensões, e interpretações. Por resultado, abrir-se-ão as “Caixas Pretas”, desvendar-se-ão os labirintos da contabilidade imprecisa, enganosa e “criativa”,  frutos da politização indevida das empresas Estatais.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Repetição

A quatro de janeiro de 2013 o artigo a seguir constou deste Blog. Contrariando esperanças, a dois de janeiro de 2015, nada melhorou. Em vez de Mensalão temos o Lava Jato, substituindo o notável Ministro Joaquim Barbosa temos o admirável Dr.Sérgio Moro. Mas bastará?


Cri de coeur!

Não é de se estranhar. O que esperar de um ano que termina com “13”? 

Na nossa terra, o querido Brasil, a economia desmandada pelo governo, ou acumula erros e enganos ou por falta de capacitação não realiza os projetos fundamentais para a modernização do país. Erros de todos os tipos; administrativos, econômicos, prioridades erradas, urgências descartadas. Enganos para com a sociedade, escondendo fracassos, e, num misto de wishful thinking e lorota, inventando iniciativas e realizações, fantasiando soluções. 

Sem perdão para aqueles setores privados aliados do poder  no assalto ao erário, no engodo e mistificação. Feitores de estradas que esburacam, de pontes que se quebram, de túneis que se esquecem, de consciência que se perde. Achacadores de um lado, corruptores de outro, desvendam a crescente teia de interesses escusos que enreda e paralisa o bom que resta.

Assiste-se o colapso crescente da Ética, tida por contingente crescente como conto da carochinha, para crianças sonhadoras  e adultos ingênuos. Esquecem que é ela a argamassa que mantêm uma sociedade unida, que valida a Regula Magna onde a convergência  das diferentes aspirações e divergentes opiniões são contidas pelo limite do bem comum, do povo, da Nação. Sem a Ética escorrega-se para a lei do mais forte, para o tempo primordial das selvas; abandona-se o que há de civilizado. Sem ética não existe meritocracia, mas sim uma concorrência inversa onde quem menos escrúpulos tem é o vencedor. Sem ela, vende-se a alma da sociedade, do indivíduo.

Fragiliza-se, assim, a democracia. A diluição moral das assembleias legislativas e de setores executivos desmoralizam-na, levando uns à decepção, outros à busca de opção autoritária. Democracia só é viável com o funcionamento inquestionável da Justiça, em todas as suas instâncias. Sem ela, as vantagens espertamente recíprocas ou auto-concedidas pelos que deteem e exploram o poder  deturpam e reforçam os canais de influência, distanciando-se do mandato concedido pelas urnas. Resta, portanto, sobre os ombros dos Ministros da Côrte Suprema  a esperança de gradual e paulatina dispersão da sombria névoa que cobre a Nação.

"BASTA DE ROUBALHEIRA, CHEGA DE INCOMPETÊNCIA"  é o primeiro grito do ano, daqueles que querem um Brasil melhor. Que o ano de 2014 seja generoso.