Quem não sabe que a sociedade de Consumo aliou-se à televisão
para criar a necessidade de compra, seja deste ou daquele produto?
Esta é fase da “motivação
direta”, ou seja aquela que exibe na telinha moças bonitas
num carro brilhante e a mensagem “compre seu Chevroford”, ficando
implicito que, com aquelle conversivel, o telespectador tambem
conquistará belas mulheres.
Este clamor ao consumo, através do apêlo óbvio e dirigido a
segmentos indentificados pelas agências de propaganda, já está em
vias de obsolecência. Está sendo superado por novo salto
tecnológico, ainda desconhecido pela sociedade em geral, e pelos
consumidores, específicamente.
Evitando citar seu verdadeiro nome, vale mencionar a expertise da
empresa “XCST”. O seu insumo é o da informação, coletada em
quantidade inimaginável para o leigo, comprada à operadores e
grandes “sites” da Internet. Com ajuda dos seus “cookies”,
nome de infinita meiguisse e candura, escavam impiedosamente todas as
informações sobre a vida, gostos e preferências de seus usuários.
Em alianças e parcerias, pinçam, ainda, as viagens feitas e por
fazer, as opções sexuais e o histórico médico destes clientes,
seguindo o objetivo, não para conhecer apenas o perfil do segmento,
mas também desvendando as mais intimas preferências do Indivíduo.
O histórico de toda pesquiza nos “programas de busca”, todo site
procurado, seja para lazer seja para informação, seja para
comércio, enfim toda a atividade realizada através do computador
que não se resguarde de especial segurança, submete-se ao domínio
da “XCST” e seus associados.
A partir desta imensa “database”, entre 20 e 40 petabytes, a
XCAST negocia seu tesouro com empresas já diretamente engajadas na
promoção comercial, utilizando técnicas de indução, sejam elas
diretas, sejam elas subliminares, criando afinidades insuspeitas
entre cliente e produto, entre cliente e prestador de serviço.
Dir-se-á o leitor, “assim serei melhor servido pela oferta do
mercado”. Dois aspectos, contudo, desfazem esta imagem de generosa
prestação. O primeiro é insidioso, pois o consumidor não mais
escolhe, pelo contrario, é levado a escolher. Sua vontade é
manipulada, levando-o a ação involuntária, na medida em que é
desvinculada do processo decisório cognitivo.
Já o segundo aspecto, de relevância vital para a sociedade
moderna, será, a conhecer-se a permanente busca ao poder que tanto
marca o ser humano, o indevido uso destas técnicas de manipulação
psicológica, lastreada em informações íntimas e confidenciais,
para fins políticos e repressores. O indivíduo, o consumidor e,
finalmente o cidadão, tornar-se-á refém de forças que ignora e
que lhe determinarão o futuro, seu e da sociedade, sem que delas
possa defender-se.
Vitima de obsolecência forçada, sucumbe o notável “1984”.
Se livro houver, seu título será “2014”.
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