quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Afinal, há Liderança?




Ao desejar o Ocidente uma liderança internacional, melhor que seja ela Norte Americana. Porém os Estados Unidos estão em maus lençóis. A liderança de Barack Obama parece estar se esvaindo, sob a multiplicidade de desafios que se lhe apresentam. Nos mais diversos quadrantes do planeta os problemas surgem, se agravam, e se disseminam, sem que Washington demonstre ter desenvolvido estratégias adequadas para resolvê-los.

Como pano de fundo para a continua e crescente perda dos corações e mentes das populações  Árabes,  Washington observa impotente o conflito  Israel-Palestina, neutralizado que se encontra pelo Lobby Judeu. Apesar de suprir Israel com um caudal de capital e armas, não mais sabe usar sua influência para impor a paz.

No Oriente Médio, a guerra do Iraque desmontou  sua  estrutura laica e relativamente estável. Ao derrotar Saddam Hussein abriu-se a Caixa de Pandora, desmembrando a milenar Babilônia em etnias divididas, onde Curdos, Sunitas e Xiitas se odeiam e se combatem. Ainda, por resultado indesejado, fortalece-se o Iran, ainda tido por inimigo de Washington.

Defronta-se, também,  com a Síria em frangalhos, sem poder decidir se convêm combater o governo Assad, enquanto o Pentágono apóia, timidamente, os movimentos rebeldes que fazem a guerra a Damasco.

Beneficiado pela discórdia religiosa e étnica, insuflado pelos ódios da guerra, estão, agora, todos ameaçados pelo fanático Califado Islãmico. Fruto do profundo esgarçamento político, social e moral que redunda da guerra entre civilizações díspares,  surgem as forças mais obscurantistas, embasadas numa fanática interpretação Salafista do Corão. Seu líder, Al-Baghdadi busca, não apenas o domínio da região, mas declara-se, ainda, inimigo mortal dos Estados Unidos.

Já no Egito, o General Sissi atropelou a Primavera Árabe, defendida por Barack Obama. Confrontado pelo fato consumado da derrubada do presidente Mursi, não coube alternativa à Washington, senão aceitá-lo. Ainda, no cenário Africano, a caos se alastra na Líbia, onde o Embaixador Norte Americano foi assassinado, sem que robusta retaliação fosse viável.

Já na Europa, a crise Ucraniana teve por início o desastrado apoio político Norte Americano à derrubada do governo eleito de Yanukovich. Após pressão, a União Européia juntou-se ao movimento que se tornaria vitorioso.   

Ora, um estudo de História haveria de reconhecer que a intromissão na Ucrânia, Alma Mater do Império Russo, traria conseqüências sérias. Revelaria, também, que desde o Século XVIII exércitos nascidos no Ocidente ameaçaram a soberania  Rússa. As invasões de Carlos XII da Suécia, de Napoleão I, da Coalizão Turco-Franco-Britânica na Criméia, e por fim as hordas Nazistas na Segunda Grande Guerra criaram na psique Russa profunda desconfiança quanto as ambições Ocidentais.


Putin pede o  cessar fogo e negociações que dê aos rebeldes autonomia e impeça  Kiev aliar-se à OTAN;  já Porochenko insiste na solução militar. Surpreendido pela  reação de Moscou, Barack Obama hesita entre a solução negociada e aquela baseada nas armas. 

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