segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A última cartada






Não é fácil chegar-se a conclusão do que é a elite basileira. São tantos os segementos que ela abrange que evocá-la torna-se impreciso. Porém, dentre muitas, vale a definição que identifica o que se chamaria de “elite tradicional”, ou seja aqule grupamento social que compartiha um alto nível educacional, com preferência pela prevalência de valore éticos e morais na condução do Estado.


Pois bem, esta que aqui chamar-se-á de elite tradicional acaba de confirmar sua inelutável vocação pelo suicídio. Longe de ser privilégio brasileiro, a história está repleta de exemplos, onde as elites não reconheceram os perigos que ameaçavam sua existência. Numa persistente e alienada incapacidade de compreender que ao querer preservar seus anéis, foram-lhes os dedos. E, em alguns casos, a própria cabeça.


A última pesquisa da Folha revela que Dilma Rousseff cruzou seu Rubicão eleitoral. Pela primeira vez revela sua supremacia sobre Marina da Silva no segundo Turno. Promete a crescente probabilidade de termos o PT por mais um, dois, treis mandatos, causando danos, talvez irreparáveis, às instituições republicanas.


Torna-se urgente, portanto, um despertar, uma revisão das táticas a serem adotadas nesta derradeira semana que antecede o primeiro Turno das eleições. A desestruturação da candidata Marina pelos dois rivais já revela profundo dano às aspirações da elite tradicional. A chegar Aécio ao segundo turno, diícilmente alcançará a vitória no escrutínio seguinte; o mesmo insucesso, em gráu menor, parece ameaçar Marina a não ser que uma aliança entre os dois candidatos opositores se concretize.



Neste momento crucial, onde se joga o futuro do país e de sua elite tradicional, caberia um acordo de Estadistas, não apenas de Políticos. Este acõrdo seria o compromisso de apoio mútuo àquele cujo sufrágio lhe levasse ao segundo Turno. O reconhecimento público das qualidades de ambos os candidatos para o correto exercício da Presidência permitiria a concentração das críticas ao PT, hoje embaralhadas e enfraquecidas pela dispersão fraticida.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Vontade manipulada

Quem não sabe que a sociedade de Consumo aliou-se à televisão para criar a necessidade de compra, seja deste ou daquele produto? Esta é fase da motivação direta”, ou seja aquela que exibe na telinha moças bonitas num carro brilhante e a mensagem “compre seu Chevroford”, ficando implicito que, com aquelle conversivel, o telespectador tambem conquistará belas mulheres.


Este clamor ao consumo, através do apêlo óbvio e dirigido a segmentos indentificados pelas agências de propaganda, já está em vias de obsolecência. Está sendo superado por novo salto tecnológico, ainda desconhecido pela sociedade em geral, e pelos consumidores, específicamente.


Evitando citar seu verdadeiro nome, vale mencionar a expertise da empresa “XCST”. O seu insumo é o da informação, coletada em quantidade inimaginável para o leigo, comprada à operadores e grandes “sites” da Internet. Com ajuda dos seus “cookies”, nome de infinita meiguisse e candura, escavam impiedosamente todas as informações sobre a vida, gostos e preferências de seus usuários. Em alianças e parcerias, pinçam, ainda, as viagens feitas e por fazer, as opções sexuais e o histórico médico destes clientes, seguindo o objetivo, não para conhecer apenas o perfil do segmento, mas também desvendando as mais intimas preferências do Indivíduo. O histórico de toda pesquiza nos “programas de busca”, todo site procurado, seja para lazer seja para informação, seja para comércio, enfim toda a atividade realizada através do computador que não se resguarde de especial segurança, submete-se ao domínio da “XCST” e seus associados.


A partir desta imensa “database”, entre 20 e 40 petabytes, a XCAST negocia seu tesouro com empresas já diretamente engajadas na promoção comercial, utilizando técnicas de indução, sejam elas diretas, sejam elas subliminares, criando afinidades insuspeitas entre cliente e produto, entre cliente e prestador de serviço.


Dir-se-á o leitor, “assim serei melhor servido pela oferta do mercado”. Dois aspectos, contudo, desfazem esta imagem de generosa prestação. O primeiro é insidioso, pois o consumidor não mais escolhe, pelo contrario, é levado a escolher. Sua vontade é manipulada, levando-o a ação involuntária, na medida em que é desvinculada do processo decisório cognitivo.


Já o segundo aspecto, de relevância vital para a sociedade moderna, será, a conhecer-se a permanente busca ao poder que tanto marca o ser humano, o indevido uso destas técnicas de manipulação psicológica, lastreada em informações íntimas e confidenciais, para fins políticos e repressores. O indivíduo, o consumidor e, finalmente o cidadão, tornar-se-á refém de forças que ignora e que lhe determinarão o futuro, seu e da sociedade, sem que delas possa defender-se.


Vitima de obsolecência forçada, sucumbe o notável “1984”. Se livro houver, seu título será “2014”.




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Artigo imperdível.




Rubens Ricupero



O governo Itamar resolveu em 2 anos os dois maiores problemas econômicos legados pelo regime militar

Será possível governar sem lotear os ministérios pelos partidos e, sem reeleição, deixar marca imperecível na história do Brasil? A julgar pela opinião unânime de políticos e analistas, as duas hipóteses parecem irrealistas.


Foi, no entanto, o que aconteceu 20 anos atrás. Ao gravar depoimento sobre o presidente Itamar Franco para o museu que será inaugurado em sua honra em Juiz de Fora (MG), lembrei que ele governou somente dois anos, metade do mandato presidencial.


Itamar não dispunha de tempo nem de maioria parlamentar. A rigor, seu próprio mandato era frágil, já que chegou à Presidência apenas em decorrência do impeachment de Collor. Não tentou comprar a maioria que lhe faltava negociando com os partidos ministérios e cargos. Nomeou quem escolheu, dentro e fora dos partidos. Não praticou o "presidencialismo de coalizão", suposta condição da governabilidade.


Mesmo assim, aprovou-se em seu governo algo que contrariava interesses entrincheirados no Congresso: a desvinculação de verbas orçamentárias para reduzir gastos públicos por meio da Emenda Constitucional nº 10. Fernando Henrique Cardoso, seu ministro da Fazenda, teve de dirigir apelo dramático para que o Congresso adotasse a proposta. Da mesma forma, as Medidas Provisórias do Plano Real e a legislação complementar precisaram ser exaustivamente negociadas.


Graças a esse esforço, o governo Itamar deixou resolvidos em dois anos os dois maiores problemas econômicos legados pelo regime militar: a crise da dívida externa e o iminente risco de hiperinflação.


Mudou as perspectivas do país, transformou em ascendente a curva da evolução econômica que mergulhava rumo ao caos, tornou possível tudo o que veio depois, inclusive em avanço social.


Poucos presidentes realizaram algo comparável apesar de terem tido muito mais tempo e apoio político. No caso do Plano Real, estiveram presentes duas condições que explicam o sucesso. De um lado, existia ameaça grave e iminente; do outro, o governo era o único capaz de afastá-la ao oferecer solução exequível, que deixava sem alternativa o Congresso e os partidos.


Marina Silva tem razão ao propor-se a governar com todos em função da solução dos desafios atuais, não na base de coalizões que fizeram explodir a corrupção sem aprovar reformas, nem resolver problemas. Também é ela a realista, não os críticos, ao comprometer-se a não buscar um segundo mandato.


A seu favor, conta com o precedente de Itamar e a vantagem estratégica de não atropelar ambições ao se limitar a ocupar o poder por quatro anos.


É ilusão crer que um tempo elástico permite concluir a obra e impor a própria vontade ao destino e ao futuro. O tempo nunca basta, pois, como sabia Fernando Pessoa: "O esforço é grande e o homem é pequeno [...] a alma é divina e a obra é imperfeita".


Ariano Suassuna, que temia não poder terminar seu último livro, gostava de citar os versos seguintes, em que Pessoa fazia o navegador Diogo Cão dizer: "... da obra ousada, é minha a parte feita:/ O por fazer é só com Deus".

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Uma grande trapalhada





Poucos diriam que um bando de Árabes radicáis, sem beira nem fronteira, traria táo profundo incômodo aos Estados Unidos, e ao mundo.

Pois agora, ao reconhecer o perigo que o cruel Califado da Síria e do Iraque trás à sua segurança, Obama lança-se ao ataque. Declara limitar, inicialmente, sua intervenção militar à aviões, drones, e poucos soldados especializados. Porém, seu Estado Maior considera excessivamente tímida a proposta do presidente. Sim, precisamos de tropas no Iraque, diz o General Dempsey em depoimento ao Congresso, deixando claro que a empreitada será bem mais espinhosa do que, por enquanto, revelada.

A se concretizar a avaliação do experimentado militar, teremos tanto o Pentágono quanto o Tesouro pressionados por exigências guerreiras e econômicas. O conflito atrapalha a recém lançada política exterior de Washington, visando a “virada para o Leste”. ou seja, a contenção do rolo compressor Chinês. Reduz, também, a margem de manobra que o Pentágono teria face ao contencioso Rússia-Ucrânia.

Prevê-se que a reação ao ISIS tornará necessária a extensão de bombardeios, e talvez a alocação de tropas americanas no terreno Sírio. Neste caso, difícil será compatibilizar a atuação Norte Americana com os limites impostos pela Lei Internacional. Afinal de contas, a Síria é paìs soberano; como impor-se a presença de tropas estrangeiras sem autorização de Damasco? Qual será o preço pedido por Bashar al Assad pela acquiescência ou negativa? Mas não termina aí a complexidade da questão; como pode Obama declarar-se, simultâneamente, inimigo do ditador Sírio enquanto este também o é do ISIS. E como se enquadra o crescente apoio de Obama ao Exércitode Libertação Síria, que, por sua vez luta contra Damasco e o ISIS? (O leitor desculpe este labirinto lógico, não da lavra desta coluna mas sim da sempre supreendente politica externa norte americana.)

Como se não bastasse, Vladimir Putin congratula-se por ter os Estados Unidos como inesperado semi aliado, por combater o ISIS, inimigo de Assad, seu aliado. Enquanto a confusão prossegue, digna dos nossos simpáticos “Trapalhões” de outróra, a Rússia mantêm fornecimento de armas para o governo Sírio, a partir de sua base naval naquele país.

Parece caber dúvida quanto ao atual sucesso do ISIS caso Barack Obama não tivesse apoiado a rebelião Síria. A experiência Iraquiana, onde a derrubada de Hassam Hussein abriu as comportas para a avalanche do terror sectário e incertezas geo-políticas, parece sugerir que, do ponto de vista Ocidental, os governos laicos, ainda que por vezes cruéis, são os que melhor garantem a estabilidade da região, por saberem administrar o mosáico de religiões conflitantes que povoam aqueles países. A desconstrução do Iraque e da Síria são relevantes exemplos de como errar no Oriente Médio.

Enquanto os mais lúcidos analistas recomendariam um acôrdo entre os Estados Unidos e o governo Sírio, a mais eficaz aliança para trazer de volta a ordem naquela região tão conturbada, Obama se vè impedido pelos convergentes propósitos dos díspares Israel, Arábia Saudita e Turquia, todos em busca de vantagens inconfensáveis. O primeiro quer a Siria, sua vizinha, enfraquecida. O segundo têm os Xiitas, aliados de Assad, por inimigos mortais,  O terceiro quer a expansão da Irmandade Muçulmana, contrária ao Estado laico.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Escoceses e a Europa


Escócia e Inglaterra
Se acontecer, abre-se uma caixa de Pandora, que derrama acontecimentos e situações antes não imaginados. Trata-se da independencia da Escócia, se vitorioso for o partido do YES.

Não é fácil pegar os Inglêses despreparados, mas é o que aconteceu. Ao autorizar o pebliscíto, o governo Conservador, por arrogância, (seria desprezo aos Escoceses ?)  jamais imaginou enfrentar a perda daquela terra subsidiária que hoje representa, graças ao petróleo do Mar do Norte, uma parte relevante de seu PIB. Para evitar a sombria derrota, o premier David Cameron monta uma coalizão dos Conservadores, Liberais e Trabalhistas para prometer à Edinborough mais dinheiro e mais autonomia. Ameçam, tambèm, o líder separatista  Mr. Salmond e seus seguidores, negando-lhes a moeda e prometendo-lhes a evasão de bancos e empresas caso vitoriosos.

Já faz tempo, deveriam ter reconhecido os pleitos dos Scots, porém como soe acontecer em tais circunstâncias, agora pode ser tarde.

Outro desdobramento seria o voto anti União Européia no plebiscito também prometido por Cameron, para 2017. Como os Escoceses hoje representam sólida preferência pela permanência do Reino Unido na UE, teme-se que sua ausência dará à ala contrária a maioria, forçando Londres à separação. As conseqências econômicas e comercias de tal retirada seriam fortemente negativas, incluido a derrubada do Primeiro Ministro. Ainda, por irônico, a Escócia independente deverá ingressar na União Européia, e colher alguns dos benefícios que a Inglaterra, possívelmente, venha a abandonar.

Redesenhar-se-ia o mapa das ilhas Britânicas, com contaminação possível na já instável situação na Catalunha. Barcelona já vem, há anos, lutando pela sua independência da Espanha. O precedente lhe dará novas forças. A época é de alterações geográficas que ocorrem na fronteira da guerra; A Criméia torna-se Russa e o Oriente Médio busca uma nova e cruel identidade. Quem mais estará na espreita?


sábado, 13 de setembro de 2014

Herança maldita



Os verdadeiros terroristas


Morto, Osama Bin Laden mostra quanto impeliu o Ocidente a lutar contra o terrorismo, que se reflete na inevitável redução dos direitos de seus cidadãos.

As primeiras vítimas foram  a retorno às práticas obscuras  de prisão, já abandonadas no século passado pelos países civilizados, sem  ordem judicial e encarceramento sem culpa formada e julgada. Seguiu-se o uso legalizado da tortura, prática medieval há muito abandonada. Logo após, veio a ilimitada espionagem eletrônica dos cidadãos, incluindo aqueles  de boa fé. Foi decretada a morte da privacidade e das proteções legais sob a argumentação que a liberdade se troca pelo preservação da Segurança Nacional. No seu contexto geral, parece inevitável a conclusão que a “Guerra ao Terrorismo” serviu, de forma indesejada, para justificar a fragilização dos direitos do cidadão.

Ainda, a  designação de “terrorista” passou a ser desvirtuada, tornando-se arma política, segundo a conveniência política do Poder. O valor semântico de  “terrorista” não mais respeita a definição correta, aquele que traz o terror à população civil para atingir seus objetivos políticos. Porém, na realidade, inclui, também, aquele que pacificamente protesta, ou aquele que enfrenta forças militares estrangeiras de ocupação. Estes não são “terroristas”. Como exemplo,  a ocupação Alemã designava a reação armada dos maquisards   franceses como se terroristas fossem.

Assim, no caso do Hizbollah, o termo “terrorista” aplicado por um governo, não o é por outro, em clara demonstração da relatividade de seu conteúdo. Neste caso, Europeus e Norte Americanos discordam, por estar o primeiro sob influência de Israel e o segundo por entender que a luta contra a ocupação do sul do Líbano pelo estado Judaico não constituía ato terrorista. 

No Egito ditatorial o epíteto transforma-se em instrumento político, ao designar como “terrorista” a Irmandade Muçulmana, um partido que há pouco elegeu seu presidente deposto, estando seus membros condenados à pena de morte. No Bahrein, os movimentos de oposição política, e não armada, da minoria Xiita, também é designada, oficialmente, de “terrorista”.  Na Ucrânia, Kiev designa os rebeldes que lutam contra seu exército como “terroristas”  e não como separatistas. É como se Lincoln designasse os  Confederados como terroristas. Desta forma,  observa-se o sequestro político do adjetivo que, por vezes,  coíbe a liberdade em vez de protegê-la.

Agora, novo surto de “auto proteção” invocada por países líderes Ocidentais, como o Reino Unido e a França contemplam duas medidas cujo desdobramento merece reflexão. Londres pretende impedir a entrada do cidadão, quando suspeito de retornar do jihad; Paris deseja impedir a saída de seu território de cidadão suspeito de juntar-se ao jihad. Conquanto compreende-se a intenção dos governos em questão, difícil será conhecer a intenção  ou a participação do suspeito. As medidas visam, de fato, a preservar a Segurança Nacional. Não será preciso, porém,  grandes saltos de imaginação para perceber-se quantas impropriedades e injustiças, e quantos arranhões resultarão nos direitos do cidadão inocente.

Como dizia Nietzsche, “quando combatendo monstros, cuidado para não tornar-se um monstro”.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Dilma Vence as Eleições !


Após um soluço estatístico projetando Marina à vitória no Segundo Turno, observa-se agora um ligeiro recuo, devolvendo ao PT a probabilidade de re-eleição.  Torna-se, assim, muito provável vermos os jornais brasileiros estampando esta manchete, logo após o segundo turno eleitoral.

Assim, a vitória parece se distanciar das forças da Oposição. Só poderá salvá-las a ação coordenada do PSB e do PSDB. 

O formato habitual, e compreensível, de ilimitada disputa no primeiro turno, onde o desgaste é generalizado, não se aplica em caso onde um dos partidos, o PT, representa para seus opositores a falência político-administrativa da Nação. Nestas condições, perder não é uma opção.

No caso atual, a formulação pré Primeiro Turno, deve ser outra, outra que assegure a vitória daquele partido que detenha a maior probabilidade de sucesso. A continuarem  as críticas de Aécio contra a candidata Marina, perder-se-ão votos não mais por ela recuperados no turno subseqüente.  Estes votos podem representar a diferença entre vitória e derrota.

Contando com a vitória, Marina  Silva ver-se-ia ungida com os poderes que lhe dariam as mais altas fichas nas eventuais tratativas com seus eventuais parceiros políticos. Contudo, as novas pesquisas já alteram o quadro ufanista, recomendando à equipe da candidata oposicionista reavaliação de seu poder de negociação inter-oposição. Tanto a prudência como a convergência  dos princípios que norteiam PSB e PSDB, recomendam urgente aliança.

Ainda, compreende-se a ambição de Aécio Neves. É natural seu desejo de luta e sua ânsia de vitória. Porém, sendo a política a arte do possível, não mais possível parece ser a vitória. Na coalizão, uma vez vitoriosa, o PSDB retornaria ao poder Federal, há tanto alijado. Numa equação benigna, semelhante na forma,  mas não no conteúdo, repetir-se-ia a aliança entre PMDB e PT.  

Assim, como plano alternativo face ao enfraquecimento retratado nas pesquisas, sugere-se a coalizão pré-eleitoral das forças de oposição. A não fazê-lo, possivelmente caberá ao Partido dos Trabalhadores ditar o futuro da Nação.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Rescaldos de uma guerra

Já se observam as conseqüências internacionais da guerra em Gaza. Não que tais manifestações afetarão os rumos tomados pelo governo Netanyahu, mas, a seguir o atual rumo, será continua a erosão da imagem do Estado Judeu.
Assim, é transcrito abaixo excertos do jornal Israelense Haaretz, publicado hoje, 9 de setembro:
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The ambassadors of Britain, France, Italy, and Spain, and the deputy ambassador of Germany delivered the written protest to National Security Adviser Yossi Cohen during a meeting in the Prime Minister’s Office on Monday, and stressed that Israel’s declaration of nearly 4,000 dunams (1,000 acres) of land in Gush Etzion, south of Jerusalem, as state land had greatly angered the countries of the European Union.

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The White House has instructed the Pentagon and the U.S. military to put on hold a transfer of Hellfire missiles that Israel had requested during its recent operation in the Gaza Strip, the Wall Street Journal reports.
According to the report, during Israel's Operation Protective Edge, White House officials were dismayed to discover how little influence they wield over the topic of Israeli arms shipments, against the backdrop of the U.S. government's unhappiness with the widespread damage inflicted upon Palestinian civilians.
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Esta coluna espera que, com a ajuda da diáspora Judaica, haja suficiente pressão para que Israel e Palestina cheguem à Paz através de dois Estados soberanos e respeitosos de seu vizinho, se necessário com  supervisão norte americana. Enquanto houver o apoio incondicional ao atual governo Israelense, que se observa em importantes segmentos dos Judeus dispersados, o Knesset (parlamento) não será demovido de sua expansão continua nas “terras bíblicas”, com a conseqüente rebeldia Palestina.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

CURTAS



Resultado de imagem para fotos independencia da escóciaO desejo dos Escoceses de abandonarem o Reino Unido parece se fortalecer. As pesquisas já lhes dão a maioria. Estão cansados de pagar impostos que mais beneficiam a Inglaterra, querem o beneficio integral de seu petróleo e, provavelmente, de seu whiskey. Com visão mais social democrata, repudiam o crescente laissez faire imposto por Londres. Provavelmente, se independente, a futura capital, Edinborough há de juntar-se à União Européia ainda que tente preservar a Libra Esterlina. Afinal, o Euro não parece tão sedutor...


                        

Resultado de imagem para fotos vladimir putinArmistício na Ucrânia, ou apenas um temporário cessar fogo? As condições de parte a parte são conhecidas. Por iniciativa Russa, a proposta se baseia em autonomia parcial da região russófila  e da desmilitarização do país, sem OTAN. As condições propostas por Putin não surpreendem, pois nesta coluna já foram antecipadas. Resta saber se os extremistas de ambos os lados se darão por satisfeitos.  Nota-se um ligeiro distanciamento de Bruxelas das pressões falcônicas de Washington, uma vez que a retaliação de Moscou, sem efeito nos Estados Unidos,  apenas prejudica os Europeus.




Resultado de imagem para fotos draghi e merkelNo campo econômico observa-se arrefecimento. Até mesmo a Alemanha demonstra sinais de cansaço,  o decréscimo de seu PIB ferindo sua imagem de locomotiva. Em contrapartida, e face à ameaça de deflação,  o Banco Central Europeu defende uma política de maior liquidez, seguindo o modelo Norte Americano, porém enfrentando a oposição de Frau Merkel. Parece que, desta vez,a resistência teutônica terá que ceder. Por antecipação, o EURO despenca, boa notícia para uma melhor competitividade.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A encruzilhada


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A 5 de outubro o Brasil saberá se continua na vertente descendente imposta pela ideologia do poder a qualquer preço e pelo populismo imediatista, seguida pelo Partido dos Trabalhadores, ou se reencontrará, nos candidatos opositores, o caminho do equilíbrio econômico e a ética na política.

Já é possível prever-se o rumo que deverão tomar as eleições presidenciais. Apesar da impossibilidade de estimar-se a distância entre os presidenciáveis, razoável será estimar-se a ordem de chegada desta corrida.

Assim, é forte a probabilidade de ter-se Dilma Rousseff vencedora, na medida em que sua aceitação vem melhorando, os índices de sua aprovação parecendo ser o piso acima do qual deverá progredir. Já, Marina Silva parece encontrar dificuldade em superar aquele nível de aceitação que muitos definem como um teto de difícil superação. Já pouco se espera da probabilidade de vir Aécio Neves aproximar-se da liderança eleitoral.

Assim, vale meditar quanto a necessidade de priorizar-se a candidatura Marina Silva, afunilando em sua 
direção toda a energia político-eleitoral das forças que lutam pela reversão do quadro político atual.

A partir deste momento, todo esforço na direção de apoio à candidatura Aécio Neves tenderá a diluir as chances de Marina Silva, a única candidata crível para a derrocada do PT. Aécio não é pior do que Marina, nem Marina é melhor do que Aécio, porém a lógica eleitoral deu à Senadora Acreana a primazia da escolha opositora, e para ela deveria encaminhar-se toda a energia.

A atual estratégia de desestruturação mútua, dentre os dois candidatos oposicionistas, é prejudicial ao objetivo maior de dar ao Brasil novas perspectivas. A cada critica que emana do PSDB, poderia se estimar que mais um contingente de eleitores  afastar-se-á de Marina, assim reduzindo seu ímpeto para o segundo turno. A degradação da imagem da candidata, no turno seguinte, terá por conseqüência o aumento do voto em branco e nulo, o que favorecerá a candidata Dilma Rousseff. Tal perda poderá significar a diferença entre a vitória e a derrota.

Nada mais perigoso do que a atitude do “já ganhou”, ou melhor, “Dilma já perdeu”. Não, a batalha será árdua, e todas as forças em prol da mudança deveriam ser arregimentadas tão cedo quanto possível. 
Importante seria que Aécio Néves determinasse trégua política com Marina Silva, antes que a atual competição torne-se contrária ao interesse nacional. Para atenuar o custo da renuncia ao embate, não seria, nem surpreendente nem inédito que acertos pré-eleitorais dessem  ao PSDB justo reconhecimento e participação no governo a se constituir, se vitorioso.

Caso prossiga a autofagia política que ora se verifica dentre os partidos da oposição, coloca-se em risco todo um futuro, por tomar-se o caminho descendente desta encruzilhada.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Afinal, há Liderança?




Ao desejar o Ocidente uma liderança internacional, melhor que seja ela Norte Americana. Porém os Estados Unidos estão em maus lençóis. A liderança de Barack Obama parece estar se esvaindo, sob a multiplicidade de desafios que se lhe apresentam. Nos mais diversos quadrantes do planeta os problemas surgem, se agravam, e se disseminam, sem que Washington demonstre ter desenvolvido estratégias adequadas para resolvê-los.

Como pano de fundo para a continua e crescente perda dos corações e mentes das populações  Árabes,  Washington observa impotente o conflito  Israel-Palestina, neutralizado que se encontra pelo Lobby Judeu. Apesar de suprir Israel com um caudal de capital e armas, não mais sabe usar sua influência para impor a paz.

No Oriente Médio, a guerra do Iraque desmontou  sua  estrutura laica e relativamente estável. Ao derrotar Saddam Hussein abriu-se a Caixa de Pandora, desmembrando a milenar Babilônia em etnias divididas, onde Curdos, Sunitas e Xiitas se odeiam e se combatem. Ainda, por resultado indesejado, fortalece-se o Iran, ainda tido por inimigo de Washington.

Defronta-se, também,  com a Síria em frangalhos, sem poder decidir se convêm combater o governo Assad, enquanto o Pentágono apóia, timidamente, os movimentos rebeldes que fazem a guerra a Damasco.

Beneficiado pela discórdia religiosa e étnica, insuflado pelos ódios da guerra, estão, agora, todos ameaçados pelo fanático Califado Islãmico. Fruto do profundo esgarçamento político, social e moral que redunda da guerra entre civilizações díspares,  surgem as forças mais obscurantistas, embasadas numa fanática interpretação Salafista do Corão. Seu líder, Al-Baghdadi busca, não apenas o domínio da região, mas declara-se, ainda, inimigo mortal dos Estados Unidos.

Já no Egito, o General Sissi atropelou a Primavera Árabe, defendida por Barack Obama. Confrontado pelo fato consumado da derrubada do presidente Mursi, não coube alternativa à Washington, senão aceitá-lo. Ainda, no cenário Africano, a caos se alastra na Líbia, onde o Embaixador Norte Americano foi assassinado, sem que robusta retaliação fosse viável.

Já na Europa, a crise Ucraniana teve por início o desastrado apoio político Norte Americano à derrubada do governo eleito de Yanukovich. Após pressão, a União Européia juntou-se ao movimento que se tornaria vitorioso.   

Ora, um estudo de História haveria de reconhecer que a intromissão na Ucrânia, Alma Mater do Império Russo, traria conseqüências sérias. Revelaria, também, que desde o Século XVIII exércitos nascidos no Ocidente ameaçaram a soberania  Rússa. As invasões de Carlos XII da Suécia, de Napoleão I, da Coalizão Turco-Franco-Britânica na Criméia, e por fim as hordas Nazistas na Segunda Grande Guerra criaram na psique Russa profunda desconfiança quanto as ambições Ocidentais.


Putin pede o  cessar fogo e negociações que dê aos rebeldes autonomia e impeça  Kiev aliar-se à OTAN;  já Porochenko insiste na solução militar. Surpreendido pela  reação de Moscou, Barack Obama hesita entre a solução negociada e aquela baseada nas armas. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O roubo de terras e àgua

On Sunday, Israel announced the appropriation of land in the Etzion Jewish settlement bloc near Bethlehem, a move which an anti-settlement group said was the biggest such claim in 30 years. (publicado no jornal israelense, Haaretz)

Torna-se enfadonho retornar ao conflito entre Israel e Palestina, porém novo conflito se avizinha, desta vez por causa do roubo de terras Palestinas por Israel. No rastro da destruição de Gaza, a "vitima" Israel resolveu buscar compensações pela meia duzia de casas danificadas (nenhuma destruída) pelos foguetes artesanais inimigos.


Haaretz
Green line é a fronteira
Seria surpreendente que a compensação não fosse altamente lucrativa. Lá (cor laranja) serão instalados novos assentamentos, todos eles, bem como os demais do gênero, considerados ilegais pelas Nações Unidas e condenados pela comunidade internacional.

Desde os tempos de Menachen Begin, primeiro ministro israelense anteriormente líder de organização terrorista Irgun Zvei Leumi,  já são 500.000 judeus que hoje se assentaram na Palestina, apropriando-se da terra e da escassa água (prioridade de uso)  dos 2,4 milhões de Palestinos que lá habitam. A política expansionista confirma a tese que à Israel não interessa a Paz, mas sim a progressiva absorção do território Palestino. A cada conflito provocado segue-se nova apropriação.

Já, o líder do Ocidente, o presidente Barack Obama emite tímida nota declarando ser a apropriação ilegal das terras "contraproducente".