Todo ano novo traz no seu âmago a esperança. Esperança,
esperar, buscar dentre os meandros da mente aquele que dá alento, que promete
iluminar as sombras do presente. Sem a
esperança perde-se o combustível da vida, aquele que dá sentido a um novo dia,
e depois outro, e depois outro.
A esperança está ligada à força motriz que impele o homem ao
imperativo atávico da sobrevivência. Decorre
do ciclo da vida engendrada no ventre da mãe, na crença da renovação que por si
só impõe a mudança trazida pelo novo ser. Perdida a esperança, perde-se o futuro, cessa a razão de ser. Torna a
escuridão inevitável, a tristeza infindável, o medo infalível.
Na filtragem
que pensamento e sentidos operam a cada novo fato percebido, o homem, em continuo ciclo cognitivo e instintivo, separa, escolhe,
avalia , dando à luz a primazia sobre as trevas.
Não pouco da felicidade se encontra no campo ilimitado da imaginação,
na expectativa desejada, por vezes imune à fria avaliação do que está por vir. A
esperança dá fôlego ao afogado, submerso no abismo da tristeza e do sofrimento,
lhe dá a centelha de manter-se vivo, de desvendar novo rumo que lhe leve à superação.
Às portas
da morte, renova-se a esperança esquecida no frenesi do dia a dia,
de encontrar a felicidade eterna conforme desenhada pela fé. Ou
então, o silêncio e a paz encontrada no fim de uma vida.
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