terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Esperança


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Todo ano novo traz no seu âmago a esperança. Esperança, esperar, buscar dentre os meandros da mente aquele que dá alento, que promete iluminar as sombras do presente.  Sem a esperança perde-se o combustível da vida, aquele que dá sentido a um novo dia, e depois outro, e depois outro.

A esperança está ligada à força motriz que impele o homem ao imperativo atávico da  sobrevivência. Decorre do ciclo da vida engendrada no ventre da mãe, na crença da renovação que por si só impõe a mudança trazida pelo novo ser. Perdida a esperança, perde-se o futuro, cessa a razão de ser. Torna a escuridão inevitável, a tristeza infindável, o medo infalível.

Na filtragem que pensamento e sentidos operam a cada novo fato percebido,  o homem, em continuo ciclo  cognitivo e instintivo, separa, escolhe, avalia , dando à luz a primazia sobre as trevas.  

Não pouco da felicidade se encontra no campo ilimitado da imaginação, na expectativa desejada, por vezes imune à fria avaliação do que está por vir. A esperança dá fôlego ao afogado, submerso no abismo da tristeza e do sofrimento, lhe dá a centelha de manter-se vivo, de desvendar novo rumo que lhe leve à superação.

Às portas da morte, renova-se a esperança esquecida no frenesi do dia a dia, de encontrar a felicidade eterna conforme desenhada pela fé. Ou então, o silêncio e a paz encontrada no fim de uma vida.


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