A Europa chega à
encruzilhada; as eleições, francesas e alemãs,
que se aproximam fortalecerão a União Européia ou trarão o
início de sua dissolução?
A dúvida instaurada
pelo Brexit agora se extende pelas próximas eleições francesas nos
meses de abril, primeiro turno, e maio, o último
turno. O candidato Republicain, François Fillon já
teve sua candidatura sufragada nas primarias de seu partido,
derrotando MM. Juppé e Sarkozy. Sua
plataforma é de teor liberal.
Já, Manuel Valls
parece prestes a herdar o comando do Partido Socialista caso François
Hollande confirme sua desistência. Apesar de compelido à
flexibilizar o rigor das primeiras medidas tributárias adotadas
pelo seu partido, mantém a decisão de rever o emaranhado
previdenciario em busca de maior equilibrio. A
primeira agrada, já a segunda provoca a ira dos sindicatos.
Porém, uma nova
estrela ascendente promete iluminar o
firmamento político gaulês. O jóvem, 38
anos, Emmanuel Macron, presidente e fundador do
recente partido “En Marche” defende uma plataforma
liberal. Egresso das hostes socialistas, convidado por Hollande para
Ministro da Economia, o jóvem polytechnitien
renunciou às teses anteriores, oferecendo ao eleitorado o que
alguns chamariam de “terceira via”, esta configurada segundo os
textos mais
próximos à ortodoxia. Valeu-lhe o epíteto de traidor
por seus antigos correligionarios, porém
conquista com sucesso novos seguidores.
Já, a
nemesis dos demais partidos, Marine le Pen cresce na opinião
publica, cavalgando a crise econômica, a ameaça terrorista e a
invasão muçulmana. Oferece soluções simplistas, tão ao gosto
populista, tanto para reverter o ainda substancial desemprego, como o
que considera a perda de identidade da população de souche*
vis-a-vis a crescente presença árabe em território francês. Tão
importante quanto, defende, a priori, o abandono do clube do Euro e a
retomada da moeda nacional. Não descarta abandonar a União
Europeia.
Assim estes três
candidatos, Valls, Macron e Fillon se
enfrentarão em busca do voto moderado e em oposição ao voto
radical de Marine le Pen. As pesquisas, até
o momento, indicam uma tenue liderança de Fillon
sobre Le Pen, tendo Macron como um próximo terceiro colocado. A se
projetar um segundo turno, seja o primeiro liderado por um dos dois
liberais ou, ainda, pela radical de direita, é provavél que Macron
ou Fillon conquiste a presidência. Se assim for, preserva-se, por
enquanto, a União Européia.
Qual
seria a influência de Donald Trump, empossado e poderoso, terá
sobre os destinos desta eleição? Talvez, nem tão importante, tendo
em vista as incompreensões que toldam as duas culturas.
A
ver...
* de
origem centenária francesa
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