terça-feira, 1 de março de 2016
Boas novas de Teerã
Rouhani e Obama
A recente vitoria de reformistas e moderados nas eleições Iranianas vieram confirmar o acerto da política de Barack Obama com relação ao Irã.
O acordo nuclear liderado pelo presidente norte americano e secundado pela Russia, França e Alemanha pôs em evidência quão longe pode-se ir quando os interlocutores recorrem, não à tough diplomacy, mas ao diálogo respeitoso. Do lado iraniano foi grande a contribuição do presidente Hassan Rouhani que, com grande habilidade e o apoio velado do Aiatolah Khamenei, conseguiu neutralizar a poderosa "linha dura" da Guarda Revolucionaria.
O tratado ofereceu um bonus adicional, demonstrando como Estados Unidos e Russia podem trabalhar de forma convergente para a solução de conflitos de extremo perigo.
Voltando ao resultado das recentes eleições, decorrente do sucesso do tratado nuclear, serve ele como prenuncio de favoráveis consequências para o conturbado Oriente Médio.
De início, a inserção do Irã no âmbito Ocidental, país de cultura milenar, com 77 milhões de habitantes e uma extensão territorial de 1,6 milhão de km2 poderá resultar em fator de estabilização da região. Por ser de confissão Xiita, é inimiga do Estado Islâmico, tornando-se aliado natural das nações Ocidentais.
Ainda, servirá de contraponto à política da Arábia Saudita, líder de aliança expansionista, cuja adesão às interpretações extremas do Wahabismo dificultam a pacificação da região.
O rapprochement de Teerã aos interesses do mercado internacional poderá diluir sensivelmente o feroz antagonismo que hoje a separa de Tel Aviv desde que solução equitativa seja encontrada pelo diferendo com os Palestinos.
Talvez, o maior caveat será manter a CIA longe dos corredores de Teerã; sua última atuação no país resultou na derrubada do Premiê Mossadegh, seguidos da deposição do Xá e da instalação dos Ayatolahs.
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