quarta-feira, 9 de março de 2016

O retorno do chefe


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É como se nada tivesse acontecido de grave no Brasil dos últimos cinco anos.  É como se o Mensalão fosse um pesadelo passageiro, o Petrolão uma intrincada estória contada por mente desequilibrada.

E eis o Lula, feroz e determinado, chegando a Brasília, demonstra ser o mais poderoso dos líderes políticos brasileiros. Recebendo as boas vindas do aparato PT, como adoradores recebendo seu Dalai Lama. O ex presidente parece transformar-se em presidente virtual. Para tal, tanto faz o ex-presidente aceitar o cargo de ministro que lhe foi oferecido (nunca d'antes visto neste país)  quanto regularmente exercer sua influência nas decisões importantes do governo.

Assumindo a liderança que naturalmente lhe pertence, assume o controle do PT, até então fracionado entre aqueles que compõem o Executivo e os que compõem a cúpula e a infantaria do partido. Atropela, assim, as reticências da presidente tanto no que toca as medidas de reajuste econômico quanto ao que se refere às labaredas do Lava Jato. 

Talvez seja lícito supor-se serem, pelo menos quatro, os objetivos de Lula:

1.Assumir o domínio do processo Lava Jato através de um Ministério da Justiça ativamente engajado em neutralizar a eficácia da Polícia Federal. 

2. Recolocar em pauta os ditames da politica econômica populista, já defendidos pelo PT, assim buscando sua eleição em 2018.

3. Restabelecer a Base Aliada no Congresso.

4. Abortar o processo de impeachment de Dilma

Ainda, além de empolgar o seu partido, Lula busca reconstruir a aliança com o PMDB. Já tendo recebido a genuflexão do presidente do Senado, Renan Calheiros, sua ambição não se esgota. Pretende, certamente, subjugar o incerto Michel Temer, e com ele a massa do partido. 

Quanto à interferência no Processo Lava Jato, seu sucesso não está garantido. É grande o apoio popular à punição dos culpados. Manobras protelatórias poderão causar repúdio, fora o elemento mais comprometido, no eleitorado de esquerda.

Já, medidas econômicas de cunho populista acentuarão as dificuldades da população, levando maiores dificuldades àqueles que pretenderia agradar, uma vez esgotadas as reservas mobilizáveis. Caso recorram à medidas artificiais de contenção de preços, juros e cambio, mais grave ainda seria a conjuntura nacional.

Já, abortar o impeachment dependerá da reconstituição da Base Aliada, onde prepondera o PMDB. É enorme o desafio que se coloca para a direção do partido. Neste momento a opção de abandonar o PT parece acertada.A prevalecer a aliança que agora parece se esgarçar, o PMDB estará se associando ao mais funesto dos projetos políticos. O eleitorado não se esquecerá. 

Caberá à Oposição liderar o contra ataque. Se Aécio não souber fazê-lo, que outro o faça. Lembrar ao povo que se quadrilha existe, seu chefe também existe. Tendo por base as condenações, as monumentais quantias roubadas, a multiplicações dos malfeitores, torna-se tarefa simples expor ao público onde reside a responsabilidade principal. Como alegar ignorância de atos, não ocasionais e sorrateiros, mas sim escancarados e disseminados em ministérios e empresas? Crime cujo objetivo é de abastecer os cofres do PT e enriquecer seus operadores colocados onde melhor convinha ao partido.

Quem será o Chefe?




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