Depois da singular jabuticaba, o Brasil revela mais um rasgo
inovador, colocando dois presidentes,
lado a lado, no comando do país. Até o momento, nenhuma outra nação que compõe
o Planeta Terra demonstrou tamanha astúcia.
Apesar das declarações triunfalistas da Presidenta, quando
afirma que este sangue novo, aportado pelo ex
presidente, impulsionará o governo à
novas vitórias em prol do povo, na realidade, trata-se de manobra urdida em
telefonemas secretos, com objetivo de protegê-lo
da Espada da Justiça.
Tendo tomado posse, o ex-presidente Lula viu-se, logo a seguir, deposto por decisão do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Contudo, dado à imponderabilidade que se desenha no campo político nacional, torna-se perfeitamente
possível novas reviravoltas nesta matéria.
Seja por que razão for, é razoável constatar-se que a inserção de Lula como
Chefe da Casa Civil significaria o término do poder de Dilma Roussef. Sem ser
vitimada pelo tão temido impeachment, a valente porém desnorteada guerrilheira
acabaria por ser apeada do comando da
Nação pelo seu próprio protegido. Quem bateria à sua porta, se a de Lula
estivesse aberta?
Apesar da audaciosa manobra aético-política, será difícil
evitar-se o esvaziamento de poder no topo da pirâmide. A inserção, ainda que temporária, no ápice do
Poder Executivo de um presidente-de-fato,
que nenhum voto conquistou no último pleito, prenuncia
uma precipitosa perda de
legitimidade. Daí, já se constata o desmonte da chamada “Base Aliada”, onde
políticos e partidos, de um lado, empresários
e associações de classe, de outro, abandonam a nave que sossobra .
Como resultado desta desastrada manobra, acelera-se o
processo de impeachment de Dilma, que, se vitorioso, levará ao debelamento da infecção ideólogo-corrupta
que hoje contamina os níveis dirigentes da administração publica e das empresas
estatais.
Mas nem tudo são sombras. Dois fatos, até o momento,
demonstram a qualidade das instituições brasileiras e o civismo de seu
povo.
De início, constata-se um
Judiciário irretocável, impondo a aplicação da Lei sobre os poderosos até
então eximidos. O Congresso também merece apreço neste momento, por ater-se aos
procedimentos regimentais em clima de respeito mútuo. Infelizmente, destoa o
Executivo, acuado por seus próprios desmandos, relutando ceder às exigências de
uma Nação ultrajada.
Em seguida, cabe o reconhecimento do exemplar comportamento
do povo na expressão de suas
preferências, sejam elas de que lado for,
reunindo-se de forma pacífica, rejeitando apelos a violência.
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