O Brasil atravessa uma fase de revelações, a maioria ligada
às fraquezas humanas. O inesgotável
caudal de dinheiro que flui dos cofres públicos para os sôfregos cofres
sujos de malicia e avidez parece não ter fim. Vem à luz uma súcia de homens em
busca de dinheiro e poder, seja como for, doa a quem doer. Envolvida em manto
de justiça social, constata-se estar ele esfarrapado pelas mentiras e
artimanhas, sendo as maiores vítimas aquelas que alegam proteger.
Constata-se, portanto, uma crescente indignação em todos
os setores e níveis da sociedade brasileira. Nunca tão grande solidariedade foi
oferecida a um solitário Juiz, ao grupo de promotores públicos, à Polícia
Federal e aos demais segmentos que, unidos, fazem avançar esta revolução moral que
promete redimir a Nação.
Infelizmente, e como dificilmente deixaria de acontecer,
no meio de tantas revelações que expõem a fragilidade ética de políticos, surgem
nomes ligados a outros partidos, no caso, os de oposição. Nomes que nos merecem
respeito e admiração, estes não gratuitos, mas decorrentes de longa vida
honrada no trato da res publica.
Assim vem à mente a tragédia grega, onde o Bem e o Mal, a
Força e a Fraqueza, compõem o caleidoscópico que é a personalidade humana. Os
seres, já acreditavam os antigos Gregos, fossem eles Deuses ou meros humanos,
eram constituídos de forças sublimes e maléficas, onde a intensidade variava no
âmago de cada individuo. Mesmo na mais nobre mente ronda o germe do mal, o
qual, em determinada circunstância aflora sob a capa do bem.
O sentimento de
lealdade ou de generosidade, por elevado que seja, pode ser dobrado e
subvertido por circunstâncias, ao executar a vontade de bem fazer. É quando a
moral se submete aos instrumentos que, ao validar a intenção, contamina a sua
pureza.
Nada mais triste do que ver Fernando Henrique Cardoso,
homem honrado, político exemplar, envolvido neste labirinto de versões, fatos e
intenções.
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