sexta-feira, 4 de março de 2016

Dia marcante


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Hoje é dia marcante na história brasileira. O encaminhamento coercitivo do ex presidente Lula para prestar depoimento no processo Lava Jato deixará marcas profundas.

Sendo a Justiça cega, onde todos são iguais perante a lei, decidiu ela proceder à convocação de Lula da Silva  objetivando o esclarecimento de diversos fatos que apontam para ilegalidade praticada. Encaminhou o assunto de acordo com a autorização do Ministro Teori Zavascki, levando em conta a recusa de Lula de depor quando convocado, enviando, como se fosse alternativa valida, documento contestando as perguntas formuladas pelo Juiz. Assim, não submeteu-se ao contraditório essencial ao esclarecimento dos fatos.

Contudo, a indignação de Lula face a severa ação da Polícia Federal ao ser levado sob a vara da lei, não pode e não deve ser desprezada. Na verdade, não são poucos os presidentes e primeiro-ministros levados à Justiça mundo a fora. Desde os Estados Unidos, à França e até Israel muitos foram os dirigentes interpelados e até mesmo condenados, terminando por enfrentar os rigores da lei. Todavia, nestes diversos países a "igualdade perante a lei" tomou forma mais sutil e menos literal, assim   preferindo demonstrar respeito, não apenas ao individuo, mas, também, aos milhões de eleitores que na presidência o colocaram. Talvez a ida dos promotores à residência do suspeito, para lá cumprir integralmente com sua missão, fosse formula mais aceitável.

Porém, torna-se difícil comparar os casos acima mencionados com a atual situação que atravessa o Brasil. O ex presidente Lula se vê bordejando crimes da maior severidade desde o escândalo do Mensalão. Ainda, sua proximidade com a corrupção, nunca antes vista neste país, descoberta na Petrobrás, lhe retira o direito a comparar-se com com os políticos dos países acima citados. Tendo em mente a nítida característica de quadrilha formada, onde novos soldados são diariamente desmascarados, ampliando a rede de malfeitos, razoável será considerar-se suspeita a atuação de seu comandante.

Ainda, a capacidade protelatória do ex-presidente e o uso do tempo assim ganho para obstruir o andamento da Justiça dá argumento válido à presteza da ação policial. A divulgação dos dados em posse da Polícia Federal, sigilosos até então, embasando um confronto eficaz com o suspeito, não poderia sofrer adiamento, sob pena de vazarem, anulando desta forma, sua contribuição para a apuração dos fatos. Daí, para a obstrução de Justiça, seria um passo. Assim, pesando-se os prós e contras, parece inegável ter a Justiça agido corretamente.

No entanto, nuvens se formam. O país deveria resguardar-se contra uma clivagem político-social. Lula, em mensagem televisiva, acusa o procedimento policial para desvendar ato potencialmente criminoso, como se ato político fosse. Incita "os companheiros" ao confronto, este não apenas político mas também social, na medida em que forças extra parlamentares, como o MST, são convocadas em sua defesa.

Tempos difíceis.




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