A palavra escrita e publicada, oferece um valor que, em muito, supera a credibilidade da palavra falada. É como se o impresso no jornal, que tem por objetivo, afóra sua parte editorial, o relato continuo de fatos, lhe concedesse a inconteste expressão da verdade.
Quantos argumentos não são finalizados com a frase definitiva: “è verdade, está no jornal de hoje.”?
Se o reporter esta na origem da notícia, é habitualmete na redação e nos serviçoes internacionais de notícias que o objetivo se transforma em subjetivo. Onde o fato colhido recebe a sua coloração. Assin, transmite-se aos leitores suas linhas de preferência, seja na política, interna ou externa, seja nos labirintos da economia global, seja até para valorizar este ou aquele pintor ou dramaturgo.
Cabe, portanto, ao leitor a tentativa de encontrar na avalanche de informações publicadas, aquelas que mais se aproximam da realidade dos fatos. Libertando-se, o quanto possível, do jugo da subjetividade, poderá o leitor aproximar-se de conclusões objetívas, e não àquelas que o jornal deseja lhe impor.
São muitas as formas utilizadas pela imprensa para guiar o leitor às conclusões desejadas; a seguir seguem algumas delas:
- O uso do adjetivo por si só adiciona uma carga positiva ou
negativa. Esta adjetivação conduz o leitor à predisposição
contra a parte hostilizada pelo jornal, ou inversamente, a favor
dele.
- A omissão de dado pertinente cuja divulgação possa
contrariar o sentido desejado pelo jornal. O quadro incompleto
permite a conclusão também incompleta.
- O desvirtuamento da ordem cronológica pertinente à matéria. O respeito à sequência correta é essencial
para a compreensão da cincunstância.
- A seleção de testemunhos, muitas vezes selecionados para
apoiar o sentido desejado. Por tras do nome, de pessoa ou
instituição citadas, desvenda-se, por vezes, o gráu de sua
confiabilidade.
- Alteração de fatos históricos relevantes, justificando a
tese proposta. Sobretudo no campo internacional, o conhecimento
geográfico, histórico e cultural são elementos relevantes à
avaliação dos fatos.
- A “demonização” do “inimigo
de plantão” através da publicação de seguidos “factoides”. O ambiente de repulsa assim criado favorece a disseminação de
fatos manipulados.
O que vai acima não esgota o
exercício na busca do fato real. A leitura de jornais de convicção
oposta, a verificação (pela internet) das fontes oferecidas pelo
jornal, uma familiarização dos elements históricos que embasam uma
situação, todas estas, e muitas outras, servirão ao leitor para
libertar-se do “pensamento em vigor”, ou do “políticamente
correto”.
Na melhor das hipóteses, o
aproximará das escorregadias palavras: o Fato e a Verdade.
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