sábado, 1 de março de 2014

Ucrânia III

Este blog dedica mais um comentário sobre a crise Ucraniana. O faz por considerar que a gravidade da atual situação deve merecer a atenção de todos aqueles que se interessam, não apenas por política externa, mas pelos efeitos que advirão tanto no setores militar como econômicos.

É provável que enquanto os rebeldes de Kiev, (membros de partido Svoboda, extremo-nacionalista anti-russófona e anti semita),  ocuparem o governo Ucraniano, difícil será encetar diálogo construtivo com a região de preponderância russófila e o governo de Moscou.

A escalada, já prevista por esta coluna, segue seu curso. Neste momento, a Crimeia está sublevada, mediante intervenção "branca" de tropas Russas. Esta península, conquistada aos Turcos e Tártaros pela Tsarina Catarina II, ou seja a mais de trezentos anos, abriga a base naval da esquadra Russa, essencial para a proteção da "barriga" daquele país. Assim, o Mar Negro é área de vital interesse (justifica a opção bélica) de Moscou. Como exemplo, o Golfo do México é área de vital interesse para os Estados Unidos.

Impenitente da incompreensível inabilidade ao reconhecer a ilegal tomada de poder pelos rebeldes, atropelando a constituição do país (o impeachment não contou, nem de longe, com os votos exigidos pela constituição), o Congresso americano propõe medidas retaliatórias contra a Rússia. Barack Obama seguirá o caminho da confrontação ou optará pelo diálogo?  Já a União Européia, ciente de sua dependência parcial do petróleo e gaz que flui da Rússia, e talvez preferindo uma convivência  pacífica com aquele país, parece mais contida.

A prosseguir este rumo pré-bélico, teremos em breve as reações de nações vizinhas  e, bem mais importante, a posição da China. A Pequim não interessa uma Russia fraca a ponto de permitir a chegada da influência norte-americana a suas fronteiras do norte. Por outro lado, uma Rússia ocupada com a ameça Ocidental neutralizaria qualquer potencial ambição nos seus limites setentrionais. Como a primeira hipótese apresenta-se mais realista, é provável a a China ponha seu peso nas Nações Unidas a favor da Rússia.

Temos, assim, uma situação fluida, volatilizada por facções entregues a incontido ódio que não tem lugar na relação entre nações. O ódio do partido Svoboda, no poder, é herdeiro das divisões Ucranianas que lutaram contra a Rússia, sob comando Nazista. Trata-se de situação onde erros podem ser cometidos, provocando reações que, em condições normais seriam impensáveis.






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