Após
a refrega que colocou em campos opostos, os Estados Unidos e os
principais países europeus de um lado e a Rússia de outro, pode-se
chegar a uma avaliação das perdas e ganhos decorrentes.
Os
aliados Ocidentais passam a influir politica e economicamente sobre a Ucrânia, dependendo, é claro, do viez dos futuros governantes de Kiev. A Rússia vizinha, fornecedora de quase toda a energia da Ucrânia, terá, sem dúvida, perene influência política. Os peões perdidos por Moscou foram a exclusão da Rússia do G8, e a
proibição de uma dúzia de Russos viajarem para o Ocidente. Já a
Rússia vetou o acesso de meia dúzia de Ocidentais visitarem seu
país. Em contrapartida ganhou a Criméia.
O
episódio nos alerta para a profunda transformação geo-politica que
ora afeta as grandes nações ou blocos. Do ponto de vista da
globalização econômica, constata-se a inescapável
interdependência dentre os grandes países, tornando o conflito
armado opção de altíssimo custo. Este foi fator
preponderante na busca de saida moderada para o embroglio Ucraniano.
A
neutralização do poderio nuclear como elemento de imposição
política já vem de longe, levando à preponderância das forças
armadas convencionais como fator de extensão da política. Neste
setor, difícil será contestar a vantagm estratégica que Moscou
goza no quadro operacional em torno de suas fronteiras. Os Estados
Unidos, situados a enorme distancia do cerne político, economico e
militar do potencial adversário, teria que contar com a OTAN como
braço armado no teatro operacional, opção absolutamente
insuficiente.
Este
episódio permitiu observar a alteração da política externa Norte
Americana, habitualmente apoiada em treis pilares, o econômico, o
militar e o político. Fora uma opção de guerra total, onde os
Estados Unidos são insuperáveis, já o insucesso nas guerras
contidas e localizadas, desde o Vietnam ao Afeganistão, tem
sido o hábito.
patdollard.com |
Quanto
ao pilar econômico, hoje de eficácia limitada, no caso da Rússia,
pela extensa interligação de interesses financeiros e comerciais
existentes com os países europeus aliados, assim manietando
Washington, impedindo qualquer gesto mais contudente.
No
campo político, a colaboração de Moscou para o fluxo de
suprimentos dirigido ao Afeganistão, a colaboraçao prestada junto à
Siria, o apoio dado à contenção nuclear Iranian são elementos de
peso. Acresce a acentuada vulneraabilidade fiscal enfrentada pela
America do Norte, onde despesas para respostas militares mais
robustas difícilmete teriam o apoio interno desejado.
Todos
estes fatores foram introduzidos no xadrez jogado por Vladimir Putin
e Barack Obama. Mas a partida não tem fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário