sexta-feira, 28 de março de 2014

Lucros e perdas

Após a refrega que colocou em campos opostos, os Estados Unidos e os principais países europeus de um lado e a Rússia de outro, pode-se chegar a uma avaliação das perdas e ganhos decorrentes.

Os aliados Ocidentais  passam a influir politica e economicamente sobre a Ucrânia, dependendo, é claro, do viez dos futuros governantes de Kiev. A Rússia vizinha, fornecedora de quase toda a energia da Ucrânia, terá, sem dúvida, perene influência política. Os peões perdidos por Moscou foram a exclusão da Rússia do G8, e a proibição de uma dúzia de Russos viajarem para o Ocidente. Já a Rússia vetou o acesso de meia dúzia de Ocidentais visitarem seu país. Em contrapartida ganhou a Criméia. 

O episódio nos alerta para a profunda transformação geo-politica que ora afeta as grandes nações ou blocos. Do ponto de vista da globalização econômica, constata-se a inescapável interdependência dentre os grandes países, tornando o conflito armado opção de   altíssimo custo. Este foi fator preponderante na busca de saida moderada para o embroglio Ucraniano.

A neutralização do poderio nuclear como elemento de imposição política já vem de longe, levando à preponderância das forças armadas convencionais como fator de extensão da política. Neste setor, difícil será contestar a vantagm estratégica que Moscou goza no quadro operacional em torno de suas fronteiras. Os Estados Unidos, situados a enorme distancia do cerne político, economico e militar do potencial adversário, teria que contar com a OTAN como braço armado no teatro operacional, opção absolutamente insuficiente.

Este episódio permitiu observar a alteração da política externa Norte Americana, habitualmente apoiada em treis pilares, o econômico, o militar e o político. Fora uma opção de guerra total, onde os Estados Unidos são insuperáveis, já o insucesso nas guerras contidas e localizadas, desde o Vietnam ao Afeganistão,   tem sido o hábito.

patdollard.com


Quanto ao pilar econômico, hoje de eficácia limitada, no caso da Rússia, pela extensa interligação de interesses financeiros e comerciais existentes com os países europeus aliados, assim manietando Washington, impedindo qualquer gesto mais contudente. 

No campo político, a colaboração de Moscou para o fluxo de suprimentos dirigido ao Afeganistão, a colaboraçao prestada junto à Siria, o apoio dado à contenção nuclear Iranian são elementos de peso. Acresce a acentuada vulneraabilidade fiscal enfrentada pela America do Norte, onde despesas para respostas militares mais robustas difícilmete teriam o apoio interno desejado.

Todos estes fatores foram introduzidos no xadrez jogado por Vladimir Putin e Barack Obama. Mas a partida não tem fim.



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