Quanto pior, melhor?
A oposição ao governo Dilma torna-se cada vez mais intensa.
Formadores de opinião, cada vez mais numerosos e qualificados, se declaram a favor da
desmontagem da máquina do PT.
A recente votação do Supremo Tribunal Federal, invertendo
sua severidade inicial, causou, à boa
parte da população, o sentimento de que as instituições basilares da República
estariam se enfraquecendo, abrindo, assim , o caminho para o avanço incontido
do populismo.
Ainda, os exemplos preocupantes que chegam da Venezuela e da Argentina, onde
seus governos optam por métodos populistas para encobrir as reais causas da
abrupta queda de suas economias, servem para acentuar as válidas preocupações da classe média brasileira.
Surgem, então, teses do quanto pior melhor, como forma de
levar à derrota o atual governo. Há quem
torça pela perda da seleção, pela redução das chuvas e consequente apagão, ou por uma inflação maior; enfim torcem pelo pior. Talvez
esqueçam que ao governo cabe o eficaz antídoto , através de sua extensa rede de
comunicação, de atribuir à “insensibilidade capitalista” a culpa pelos fracassos.
Cuidado com este caminho.
Perda de influência?
Seria impensável. Até
poucos anos atrás, os Estados Unidos dominavam a OEA (Organização dos Estados
Americanos). Washington tinha pouco trabalho para impor sua vontade às
resoluções daquele organismo multilateral.
Há poucos dias, a proposta apoiada pelo colosso do Norte foi
derrotada de forma surpreendente. Sómente dois países, O Canadá e o Panamá apoiaram sua proposta de envio de observadores
do organismo à Venezuela, vista a desordem que lá impera.
A alternativa preferida pelo bloco Latino foi atribuir à UNASUL,
corpo composto por países da America do Sul, a tarefa de facilitar o diálogo
entre as facções opostas, em busca de solução democrática. Tanto a Colômbia como o Chile, países próximos à
America do Norte, preferiram seguir “los hermanos”.
Barack Obama talvez entenda que suas as relações com a
América do Sul devem obedecer a um programa permanente de aproximação, e não
apenas intervir nos momentos de crise contrária a sua conveniência. A “síndrome do quintal”, tão a gosto de Foggy Bottom* parece estar sendo aposentada.
*O Itamarati norte
americano.
Xi Jinping |
O silêncio da China
Manter-se quieto em momento tão grave quanto a questão Ucraniana
provoca atenção redobrada. A China, segunda potência econômica, e terceira
potência militar mundial (atrás da Rússia) conseguiu (tarefa difícil) nada
dizer até o momento!
Sob um aspecto, deve apoiar a Rússia, pois o cerco que ora sofre
poderá reproduzir-se em torno do Império do Meio. Bases Norte Americanas já
existem, como em Okinawa e Guam. Reproduzindo a situação européia, os Estados Unidos
contam, nesta tarefa, com seus aliados o Japão, Taiwan e Filipinas, assim
formando um arco ao sul da China.
Por outro lado a possível secessão da Criméia, a exemplo do
Kosovo, muito preocupa Pequim. Estes
movimentos em busca de autonomia, lastreados na preponderância étnica, podem
servir de precedente para o eventual reconhecimento da rebelião dos Uighurs no
Xinjiang, província ao norte do país, de etnia diversa e muçulmana.
Uma coisa é certa; sua opinião sobre o atual conflito, se
oferecida, terá forte relevância, tanto nas Chancelarias mundiais quanto nas
Nações Unidas, onde tem por arma seu poder de veto. Aguarda-se a manifestação do
presidente Yin Jinping.
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