sábado, 8 de março de 2014

CURTAS



Quanto pior, melhor?

A oposição ao governo Dilma torna-se cada vez mais intensa. Formadores de opinião, cada vez mais numerosos e qualificados, se declaram a favor da desmontagem da máquina do PT.

A recente votação do Supremo Tribunal Federal, invertendo sua severidade inicial,  causou, à boa parte da população, o sentimento de que as instituições basilares da República estariam se enfraquecendo, abrindo, assim , o caminho para o avanço incontido do populismo.

Ainda, os exemplos preocupantes  que chegam da Venezuela e da Argentina, onde seus governos optam por métodos populistas para encobrir as reais causas da abrupta queda de suas economias, servem para acentuar as válidas preocupações  da classe média brasileira.

Surgem, então, teses do quanto pior melhor, como forma de levar à derrota o atual governo.  Há quem torça pela perda da seleção, pela redução das chuvas e consequente apagão,  ou por uma  inflação maior; enfim torcem pelo pior. Talvez esqueçam que ao governo cabe o eficaz antídoto , através de sua extensa rede de comunicação, de atribuir à “insensibilidade capitalista” a culpa pelos fracassos. Cuidado com este caminho.



Perda de influência?

Seria impensável.  Até poucos anos atrás, os Estados Unidos dominavam a OEA (Organização dos Estados Americanos). Washington tinha pouco trabalho para impor sua vontade às resoluções daquele organismo multilateral.

Há poucos dias, a proposta apoiada pelo colosso do Norte foi derrotada de forma surpreendente. Sómente dois países, O Canadá e o Panamá  apoiaram sua proposta de envio de observadores do organismo à Venezuela, vista a desordem que lá impera.

A alternativa preferida pelo bloco Latino foi atribuir à UNASUL, corpo composto por países da America do Sul, a tarefa de facilitar o diálogo entre as facções opostas, em busca de solução democrática.  Tanto a Colômbia como o Chile, países próximos à America do Norte, preferiram seguir “los hermanos”.

Barack Obama talvez entenda que suas as relações com a América do Sul devem obedecer a um programa permanente de aproximação, e não apenas intervir nos momentos de crise contrária a sua conveniência.  A “síndrome do quintal”, tão a gosto de Foggy Bottom*  parece estar sendo aposentada.  

*O Itamarati norte americano.

Xi Jinping
O silêncio da China

Manter-se quieto em momento tão grave quanto a questão Ucraniana provoca atenção redobrada. A China, segunda potência econômica, e terceira potência militar mundial (atrás da Rússia) conseguiu (tarefa difícil) nada dizer até o momento!

Sob um aspecto, deve apoiar a Rússia, pois o cerco que ora sofre poderá reproduzir-se em torno do Império do Meio. Bases Norte Americanas já existem, como em Okinawa e Guam. Reproduzindo a situação européia, os Estados Unidos contam, nesta tarefa, com seus aliados o Japão, Taiwan e Filipinas, assim formando um arco ao sul da China.

Por outro lado a possível secessão da Criméia, a exemplo do Kosovo,  muito preocupa Pequim. Estes movimentos em busca de autonomia, lastreados na preponderância étnica, podem servir de precedente para o eventual reconhecimento da rebelião dos Uighurs no Xinjiang, província ao norte do país, de etnia diversa e muçulmana.


Uma coisa é certa; sua opinião sobre o atual conflito, se oferecida, terá forte relevância, tanto nas Chancelarias mundiais quanto nas Nações Unidas, onde tem por arma seu poder de veto. Aguarda-se a manifestação do presidente Yin Jinping.

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