quinta-feira, 13 de março de 2014

A rebelião


Dep Eduardo Cunha
A cizânia na Câmara de Deputados tornou-se evidente.  São muitos os parlamentares do PMDB e de  partidos menores, até então aliados do governo, que protestam contra a inflexibilidade da  Presidente Dilma. Nada menos do que o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha, comanda a contestação, apoiado por boa parte de sua bancada. Tentativas do Planalto, para trazê-los de volta às disciplinadas fileiras tem sido infrutíferas.

Pouco tem a ver, este protesto, com diferenças doutrinárias ou divergências quanto a forma de governar. Mais tem a ver com não ter recebido o PMDB o espólio político a que julga ter direito. Os vários partidos anões, que se uniram ao protesto, comungam da mesma visão, a de que estão sendo descartados de sua justa  (?) compensação.

Porém, alem das razões imediatistas e materialistas que move o movimento rebelde, vale perguntar-se: porque agora? A ambição de seus integrantes existe desde que para o Congresso foram conduzidos. Como se explica a paciência que só agora se esgota?

Talvez,  tenha-se chegado às últimas gotas que transbordam o copo. Além das frustrações já divulgadas, que outras se escondem? O mal estar que ronda a nação parece indiscutível.  O insucesso do projeto PT torna-se cada vez mais visível, tornando sombrias as projeções para o ano eleitoral. Sombrias, também, são as estimativas para os anos subseqüentes.

Tal quadro pouco estimula a continua cumplicidade do PMDB com o PT. A crescente inflação, a crise energética, o aumento do endividamento interno e externo, a perda de competitividade das exportações industriais, a morosidade em fechar-se o hiato na infra-estrutura e outras insuficiências não deixarão incólume o maior partido nacional. Torná-lo-ão partícipe do fracasso que se anuncia.

Ao abrir-se esta rachadura na até então inviolável muralha construída por ideólogos e cleptólogos, cabe o grito dos combatentes de antão: À brecha! À brecha! Será que o matreiro Aécio Neves e o agressivo Eduardo Campos saberão aproveitar-se?  


Deve a oposição buscar a multiplicação do fato político que hoje caracteriza as eleições do Estado do Rio. Sérgio Cabral, inconformado com o avanço Petista em seu território, busca alianças de seu PMDB com outras forças opositoras ao Planalto. A extensão desta querela a outros estados poderá criar as condições que levem ao segundo turno o pleito presidencial. No segundo turno Dilma pode perder.

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