O caminho da Paz parece ter sido aberto. Europeus, Iranianos
e, sobretudo norte-americanos chegam a acordo sobre os passos a trilhar em
direção à concórdia. Essencialmente, as exigências Ocidentais foram aceitas por
Teerã, onde a suspensão de enriquecimento do urânio fica estabelecida, salvo o
limite permitido para fins pacíficos. Mediante inspeções internacionais
satisfatórias, a cada seis meses novas etapas do acordo serão cumpridas, com a
correspondente redução das sanções econômicas ora impostas ao Irã. Mas vale
ressaltar; foi apenas um primeiro passo, a ser seguido por várias reuniões
onde, pouco a pouco, na medida em que se estabeleça um clima de confiança
mútua, as partes chegarão a bom fim.
Desta vez, prevaleceu a política externa de Barack Obama,
que, com sucesso, buscou no
estrangulamento econômico a arma que fez dobrar o regime dos Aiatolás. Parafraseando
Winston Churchill, não é o fim do começo, mas, o começo do começo.
Porém, a satisfação com este estado de coisas está longe de
ser unânime, especialmente no Oriente Médio.
Preliminarmente, Israel repudia
qualquer espécie de acordo, afirmando que somente a solução militar
interromperá a escalada nuclear Iraniana.
Tem por aliados os emirados Sunitas do Golo Pérsico, estes liderados
pela Arábia Saudita. Depois de visita a líderes Europeus, onde sua tese bélica
foi rechaçada, o Premiê Israelense, volta-se para os Estados Unidos. Exercendo surpreendente, porém explicável, domínio sobre
o Congresso norte-americano, obtem seu apoio contra a iniciativa diplomática de
Obama. Insufla o parlamento yankee para o aumento
das sanções econômicas justo no momento em que o Irã parece ceder. Evidencia-se, assim, constrangedora interferência
de Estado estrangeiro nos assuntos
internos e determinações políticas do governo Americano.
Não surpreende, portanto, que nova visão estratégica esteja
tomando forma na Casa Branca, onde as influências externas no Oriente Médio sejam
re-arrumadas. Busca o governo maior liberdade de atuação naquela região,
desvencilhando-se da camisa de força a que vem sendo submetido por Tel Aviv. O desenrolar
pacífico deste contencioso poderá trazer a Washington consideráveis benefícios
estratégicos:
1.
Colaborar
para a solução do conflito Afegão, onde
Teerã exerce forte influencia no Oeste de seu vizinho,
2. Ajudar na solução da guerra civil Síria pela
redução do apoio armado em troca de acordo pacífico que neutralize a Al Qaeda,
3.
Atenuar a
hostilidade mútua entre Israel e o Sul do Líbano, dominado pelo Hezbollah,
4. Contrapor a influência Xiita à preponderância
Sunita, berço do terrorismo Islãmico internacional,
5. Liberar a produção e comercialização petrolífera
Iraniana (quarto produtor mundial) reduzindo preços e influências excessivas dos
reinos da península Arábica.
6. Desarmar o Golfo Pérsico e o estreito de Ormuz, permitindo a realocação
de consideráveis recursos militares (sobretudo da Marinha norte-americana) para
o teatro asiático.
N.R. Difícil é ignorar-se a proposta conjunta de Turquia e Brasil para
solução deste contencioso, que em pouco difere do recém Acordo de Genebra.
Um comentário:
Pedro,
Desculpe,Pedro, mas a proposta do Brasil/Turquia não tinha nada a ver.Versava apenas sobre o estoque de urânio enriquecido que iria para fora do país.Não falava em fechamento da usina de plutônio de Arak, nem no congelamento das centrífugas ,nem no enriquecimento militado a 5% nem em suspensão de sanções ao Irã.Era outro animal e por isso foi recusado terminantemente por todas as grandes potências embora saudado pelo Irã,pois mantinha seu programa militar intacto.
abraços Luiz Felipe
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