quarta-feira, 30 de março de 2016

Comentários recebidos

Comentário sobre Primárias turbulentas


Que bom, Pedro, que temos vc nos transmitindo uma análise realista e objetiva dos acontecimentos. 
Parabéns pelas "Primárias turbulentas"!!!
Eliane

Comentários sobre A Hidra e a bomba


Acho que por trás de todo ato violento haja uma grande frustração. Das medidas que você listou, dou especial importância à d). Seu texto, como sempre, excelente e preciso. Parabéns!
Carlos Alexandre

Pedro, aqui vai uma observação de uma amiga q mora há muitos anos em Dijon:
Não se iluda com a Europa. A situação aqui esta pior do que no Brasil. A ameaça do terrorismo ronda e apavora muito a todos. O comentário é que vão fechar as fronteiras e a Europa vai acabar.”
Acabei de encaminhei para ela este seu artigo, acho q ela vai apreciar.
Carmo 


Excelente, lúcido como sempre. 
Fernanda



Comentário sobre Muy amigo...



Com o Brasil, nem isso Obama fez, ao recriar a 4@ Frota, com atuação bem próxima às nossas fronteiras marítimas . Instado, o Governo dos USA disse que era para proteção de plataformas instaladas, no futuro, na área do pre- sal. Pronto: era tudo que a senhora terrorista que nos governa queria, para justificar, o afastamento das nossas relações com os USA. Somente em 2014, na realização da Copa Do Mundo, aqui no Brasil, o Vice Presidente Biden foi a Brasília para jantar, convidado pela senhora terrorista e retomaram o diálogo, USA X Brasil, mais diplomático, do que comercial, creio eu.
Cley


Comentários sobre Jabuticabas e presidentes


Concordo plenamente que estamos nesta merda por culpa do nosso sistema de poder político, e o PT tem parte determinante nisso. Também sei que temos responsabilidade porque quem os elege somos nós. Faz tempo que não tínhamos um Congresso formado por gente tão desqualificada, seja no quesito ético, no quesito competência, no quesito respeito etc... Me preocupa apenas, ou muito, que o processo de impeachment seja seguido conforme reza a Constituição, sobretudo baseado em provas reais dos crimes acusados, bem como respeitando as etapas e instrumentos do direito de defesa da ré. Me preocupa ver as pessoas irem às ruas movidas por um ódio a um partido, sob a alegação de corrupto, mas no day after perceber que nada mudará no quesito corrupção. Não gosto do falso discurso estilo Jânio Quadros, Collor etc. é sempre um blefe, é meramente discurso de conveniência. Claro que eu adoraria ver o modus operandi da nossa política cair por terra, mas, infelizmente, não acredito, porque irá pedir muita reflexão, uma boa dose de pensamento crítico, coisa que a grande maioria não tem. Nesse fla-flu cada torcida grita de um lado. Assim não vamos a lugar algum. Thanks por podermos compartilhar opiniões porque assim vamos conseguindo desvelar melhor a complexidade do imbróglio que estamos metidos.
Isabel



  
Caro amigo...o que fiquei estarrecido nas sombras do poder é o linguajar chulo, para não dizer miserável de palavrões, dos dois presidentes e de seus comparsas, incluído o Prefeito do Rio., que provou ser absolutamente despreparado para o honroso cargo. É duro enfrentar a realidade cru dos títeres...ter que aturar tanto ilícitos do governo déspota e arrogante.Estamos em plena Venezuela...ou pior, pelas dimensões e recursos infindáveis do nosso abençoado país...ultimamente tão vilipendiado e assaltado pelos nossos incompetentes governantes. UMA VERGONHA!!!
Ilmar


Estrangeiros temem que Lula ministro represente guinada e ignore agenda das reformas: A perspectiva de volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governo com influência sobre os rumos da economia é um balde de água fria para analistas e investidores na Europa e Estados Unidos.Após dias de euforia com o aumento da aposta de saída antecipada da presidente Dilma Rousseff e consequente mudança da economia, estrangeiros veem com preocupação a chegada de Lula a Brasília e temem uma guinada à esquerda da política econômica, o que pode aprofundar a crise de confiança que atinge a economia brasileira. Dólar fechou em forte Alta nessa sessão !
Marianne


terça-feira, 29 de março de 2016

Primarias turbulentas

As Primárias norte-americanas revelam anseios até então ignorados ou escondidos. Revelam, também, programas e projetos variados  de política externa, indo desde o pacifismo do Democrata Bernie Sanders, à truculência do Republicano Donald Trump.  Quanto à questão da imigração, o primeiro defende um tratamento equânime, enquanto o segundo rejeita qualquer leniência para com os imigrantes.

Resultado de imagem para fotos de sanders e trumpPorém, em alguns pontos, existe uma inesperada convergência.

De um lado, a surpreendente resiliência do candidato Democrata Sanders revela nítido repudio ao “laisser faire” capitalista. Discorda das teses Reaganianas e Thatcherianas do Estado Mínimo. Assim vem conquistando, eis a surpresa, o eleitorado jovem e branco (até os quarenta  anos de idade). Estes rejeitam, em compasso com o idoso político, o que consideram inadequadas políticas publicas que resultam, por sua vez, na iníqua contenção de sua renda.

Por outro, aí está Trump, capitalista até a medula, porém hábil analista de anseios e frustrações de boa parte do eleitorado. Conforme pesquisas confiáveis, os seus eleitores são compostos  de brancos, que também se rebelam contra a estagnação de seus salários e condição de vida, contra a assimetria revelada pelos privilégios oferecidos às classes abastadas. São homens e mulheres que compõem, sobretudo, a categoria dos “blue  collars” que se sentem esquecidos e desprezados por um Estado que acreditam dever-lhes proteção.

Ambos os candidatos rejeitam a "exportação de postos de trabalho" decorrente da fuga de empresas em busca de melhores custos e tratamento fiscal. Repelem, também, os tratados de comércio favorecido, com regiões e países, culpados, segundo sua lógica, pela desindustrialização norte-americana e consequente perda de oportunidade de trabalho.


Já, Hillary Clinton, hoje favorita, é a única candidata, até o momento, com o pleno apoio da máquina partidária, essencialmente conservadora. Beneficia-se, ainda,  do suporte das minorias Negras, Latinas e do eleitorado branco mais idoso. Contudo, Hillary dificilmente poderá ignorar, caso vitoriosa, o clamor constatado, que surge desta turbulenta Primaria em busca de reformas substanciais.

sexta-feira, 25 de março de 2016

A Hidra e a Bomba

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Um ventre depravado despeja seus filhos pelo mundo. É uma nova geração de terroristas. As ações não mais são justificadas de forma específica, como libertar a Palestina da ocupação Israelense, como outrora faziam os terroristas. 

Estes, em sua nova fase, parecem ter sido criados a partir dos ensinamentos de Osama Bin Laden, onde os Estados Unidos e seus aliados tornaram-se os inimigos de Islã. Predomina o sentimento de vingança,  onde o terrorismo praticado busca, não um objetivo específico, mas sim ferir, sem limites,  seus inimigos Ocidentais.  

È importante a compreensão do que ocorre no terra Iraquiana, irrigada pelo sangue e desorganizada pela invasão estrangeira. Esta terra tornou-se fértil. O Estado Islâmico, colhendo seus correligionários dentre as facções fanatizadas dos Sunitas e dos soldados debandados de Saddam Hussein, engendrou uma  máquina de guerra sem paralelo. Recruta, também, no seio da Europa, novos voluntários, dispostos ao sacrifício supremo. Sustentada por distorcidos mandamentos religiosos, encontra a lógica da retribuição. E assim surge o novo flagelo.

O desafio está posto. Como poderá o Ocidente enfrentar e derrotar esta Hidra,  onde, a cada cabeça cortada duas outras são engendradas.

Serão inúmeras as providências exigidas dos governos ameaçados, tanto no front interno quanto no front do Oriente Médio.

Dentre muitas outras, os governos que compõe a União Europeia deverão encontrar soluções para, prioritariamente, conter o perigo interno:

a)      Pleno compartilhamento de Inteligência dos países membros da UE e os Estados Unidos, 
b)       Sustar o livre trânsito intra-Europa, revisando-se o Tratado de Schengen,
c)       Buscar a melhor forma (não violenta) de desmonte ou diluição dos guetos árabes,
d)      Assegurar melhores oportunidades de emprego formal visando maior integração  da população Muçulmana,
e)      Prover filtragem do fluxo de refugiados.

No campo externo, ou seja, no front do Oriente Médio, impõe-se uma revisão ampla e profunda das forças em condições de enfrentar o Estado Islâmico. Preliminarmente, os países Ocidentais deverão assegurar a união de esforço para a derrota do inimigo prioritário.

Enquanto a Turquia ataca os Curdos, os Sauditas e seus aliados do Golfo Pérsico atacam os Iemenitas, esvai-se em promessas a aliança que fariam retroceder as forças do líder Al-Baghdadi.

Parece lícito prever-se que, sem tropas no terreno gozando de apoio aéreo, é improvável a vitória sobre os fanáticos. Assim, no momento, as únicas tropas disponíveis para enfrentar os terroristas proveem dos governos Sírios e Iraquianos. As primeiras veem obtendo claro sucesso, debaixo do guarda chuva oferecido  pela aviação Russa; já os Iraquianos não conseguem avançar no front de Ramadi ou Mosul por falta de apoio aéreo de Washington.

No rescaldo das bombas em Bruxelas, a Europa aguarda ansiosa uma imediata revisão da estratégia no Oriente Média, buscando agregar Russos e Americanos, Sírios e Iraquianos, para que, coordenados, assegurem  a derrota do Estado Islâmico.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Muy amigo...




 

Não são poucos os fatores que levam uma nação a escolher amigos e formar alianças. Em época de extrema polaridade, o desafio torna-se de solução mais fácil. Afinal de contas, juntar-se à causa Aliada contra Hitler, ou participar de aliança contra a União Soviética era, para muitos países,  decisão fácil. O bem e o mal (de acordo com a visão democrática) estavam claramente definidos.

Porém, em tempos de paz, e no mundo multi-polar onde o comercio e o fluxo de investimentos tendem a reger as decisões, mais difícil será a submissão à alianças forjadas outrora, em tempos de conflito e sobrevivência, tempos que parecem distantes.

Ainda, as alianças feitas com objetivos militares, muitas vezes colidem com aspirações que buscam benefício econômico. O recente caso que envolve a Austrália, a China e os Estados Unidos bem reflete estas contradições.

A região denominada “Territórios do Norte”, tendo por capital a cidade de Darwin, é a parte pobre do pais-continente. O PIB regional é o mais baixo, recursos fiscais são insuficientes, o atraso relativo ao resto do país compõe um quadro típico de região desfavorecida. 

Eis quando surge oportunidade salvadora; empresa chinesa arrenda o porto de Darwin ao vencer concorrência aberta pelo governo local, em busca de recursos para sua infraestrutura. Ainda, benefícios reais e crescentes são projetados, tendo em vista o relevante comércio que une a Austrália à China. Mais de 30% de suas exportações se dirigem à China., o próximo sendo o Japão com 17,4%, ficando os Estados Unidos com apenas 5,2%. A equação econômica com Beijing parece perfeitamente equilibrada. Ambos os lados ganham.

E, neste momento se revela o preço da aliança. Preocupado com uma possível ligação da empresa vencedora com setores de inteligência chineses, Washington exerce pressão para anulação do negócio. A variável militar é imputada, aspectos de Segurança Nacional são argüidos. Seus vasos de guerra, aportados em local não muito distante, estariam sujeitos à sofisticado monitoramento, e por aí vai...

Possivelmente preocupado com possíveis desagrados à China,  o Ministro da Defesa Australiano nega qualquer fragilidade, seja econômica, seja militar no acordo celebrado com o Landbridge Group chinês.


Ainda assim, o Premier Australiano recebeu de Barack Obama a advertência: “Na próxima vez, nos avise com antecedência.” Por polidez, faltou o “ou então...”

sábado, 19 de março de 2016

Jabuticaba e presidentes


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Depois da singular jabuticaba, o Brasil revela mais um rasgo inovador,  colocando dois presidentes, lado a lado, no comando do país. Até o momento, nenhuma outra nação que compõe o Planeta Terra demonstrou tamanha astúcia.

Apesar das declarações triunfalistas da Presidenta, quando afirma  que  este sangue novo, aportado pelo ex presidente,  impulsionará o governo à novas vitórias em prol do povo, na realidade, trata-se de manobra urdida em telefonemas secretos, com  objetivo de protegê-lo da Espada da Justiça.

Tendo tomado posse, o ex-presidente Lula  viu-se, logo a seguir, deposto por decisão do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Contudo, dado à imponderabilidade que se desenha no campo político nacional, torna-se perfeitamente possível novas reviravoltas nesta matéria.

Seja por que razão for, é razoável  constatar-se que a inserção de Lula como Chefe da Casa Civil significaria o término do poder de Dilma Roussef. Sem ser vitimada pelo tão temido impeachment, a valente porém desnorteada guerrilheira acabaria por ser apeada  do comando da Nação pelo seu próprio protegido. Quem bateria à sua porta, se a de Lula estivesse aberta?

Apesar da audaciosa manobra aético-política, será difícil evitar-se o esvaziamento de poder no topo da pirâmide.  A inserção, ainda que temporária, no ápice do Poder Executivo de um presidente-de-fato,  que nenhum voto conquistou no último pleito,  prenuncia  uma precipitosa  perda de legitimidade. Daí, já se constata o desmonte da chamada “Base Aliada”, onde políticos e partidos,  de um lado, empresários e associações de classe, de outro, abandonam a nave que sossobra .

Como resultado desta desastrada manobra, acelera-se o processo de  impeachment de Dilma,  que, se vitorioso, levará  ao debelamento da infecção ideólogo-corrupta que hoje contamina os níveis dirigentes da administração publica e das empresas estatais.

Mas nem tudo são sombras. Dois fatos, até o momento, demonstram a qualidade das instituições brasileiras e o civismo de seu povo.  

De início, constata-se um Judiciário irretocável, impondo a aplicação da Lei sobre os poderosos até então eximidos. O Congresso também merece apreço neste momento, por ater-se aos procedimentos regimentais em clima de respeito mútuo. Infelizmente, destoa o Executivo, acuado por seus próprios desmandos, relutando ceder às exigências de uma Nação ultrajada.

Em seguida, cabe o reconhecimento do exemplar comportamento do povo na  expressão de suas preferências, sejam elas de que lado for,  reunindo-se de forma pacífica, rejeitando apelos a violência.

terça-feira, 15 de março de 2016

A torre de Putin

 
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E a torre se move no tabuleiro, mais uma vez surpreendendo um adversário atônito, apesar de dono de Rei e Rainha. Wladimir Putin, mais uma vez colhe de surpresa o estamento politico-militar de Washington e de seus aliados.

A decisão súbita e inesperada de retirar as forças Russas da Síria é um exemplo deste modus operandi.

Terá razões para satisfação, o novo Czar. Em constantes inciativas cria ele fatos novos e assim neutraliza o opositor. Desta vez, porém, seus objetivos convergem com os de Washington, pois lhe convêm favorecer a estabilidade na Síria e no Oriente Médio, assim preservando suas duas bases militares

Seu plano, defendido junto às capitais Ocidentais, prevendo a continuidade de Bashir al Hassad até que novas eleições possam ser organizadas pelas Nações Unidas, foi aprovado por Washington, como sendo o único projeto realista.

Corretamente, Putin insistia com seu colega Obama que o desejo deste último, de prioritáriamente derrubar o ditador Sírio para depois promover as eleições, não era factível. Pecava por menosprezar, erroneamente, o caos que se  seguiria numa Síria acéfala, inviabilizando qualquer projeto estabilizador.

Ao reverter o enfraquecimento de Assad, o presidente Putin criou condições para que os rebeldes Sírios concordassem em dialogar em busca de solução política, uma vez que a opção armada parecia inatingível graças à força aérea Russa. Assim foi feito, e sob a coordenação de Steffan de Mistura, representante das Nações Unidas, tiveram início as negociações.

Qual seriam, então, as razões que levaram à decisão ontem anunciada?

Missão cumprida, pensaria o presidente? Podemos voltar para casa? Talvez, mas pouco provável. A decisão de Putin mais parece um blefe no poker que joga com um Assad relutando conceder novas eleições. Um Assad, fortalecido pelo apoio Rússo, porém confundindo o benefício temporário com uma solução permanente. Sem os aviões de Putin o alívio do ditador Sírio será, necessariamente, fugaz.

Será o blefe de Putin eficaz o bastante para incutir o bom senso em seu interlocutor, e levá-lo de volta à mesa? Possível.

Por outro lado, para o líder  Russo, o eventual colapso das negociações transformariam uma iniciativa até agora vitoriosa em mais uma tentativa fracassada visando restabelecer o equilíbrio na região. Tal fracasso macularia sua imagem, ferida profunda em sua personalidade narcisista.

Outra alternativa para decisão tão surpreendente seria: "Dei aos Estados Unidos as condições para levar a bom termo as negociações. Fiz a minha parte; agora cabe à Obama". Desta forma Moscou se livraria de qualquer responsabilidade pelo fracasso das negociações, transferindo-a para Washington. Simultaneamente, interromperia a sangria financeira que lhe impõem as operações militares, ao ritmo de 3 milhões de dólares por dia.

Contudo, os benefícios trazidos por esta hipótese dificilmente compensariam o substancial custo estratégico, face ao contencioso com a OTAN, decorrente da perda das bases de Tartus e Khmeimim. A Rússia perderia sua autonomia militar no espaço Mediterrâneo. Caindo Damasco sob domínio hostil, dificilmente preservar-se-iam as bases.

Assim, ao leitor este Blog oferece alternativas, que não são únicas, com o intuito de especular quais os meandros que percorre este notável enxadrista.






sábado, 12 de março de 2016

Retorno à impunidade?

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Estará na Justiça, como instituição, a redenção do Brasil? Não, se o deputado Petista Wadih Damous conseguir, através de decreto lei por ele apresentado à Câmara dos Deputados, restabelecer os processos sem fim, onde os culpados terminam por conquistar a prescrição de seus crimes e anulação de suas penas. Invalidando a decisão do STF que determina a execução da pena uma vez ela confirmada pela 2a. instância, o novo projeto de lei restabelece nada menos do que a impunidade.

Não há como desprezar a extrema gravidade desta inciativa. O argumento contrário à decisão do Supremo, que reza  ser injusto o encarceramento de réu presumido inocente, não se sustenta, uma vez que seus direitos são plenamente resguardados após confirmação da sentença inicial, seguida por três desembargadores. A partir deste momento, o réu, de presumido inocente passa à condição de presumido culpado, condição que somente a apresentação de novos fatos de suficiente relevância poderá alterar.

Ainda, a atual exigência para a execução da pena resguarda o equitativo republicano imposto à Justiça, donde a venda que lhe tapa os olhos, uma vez que, caso contrário, somente os privilegiados economicamente, e não os cidadãos de parca fortuna, poderiam fugir aos rigores da lei mediante recursos e apelações intermináveis comprados a peso de ouro.

Surpreender-se-ia o leitor ao constatar que tão iníqua proposta,   lesiva à igualdade entre pobres e ricos no cumprimento da lei, venha a ser apresentada por parlamentar pertencente ao Partido dos Trabalhadores; se mais atento fosse, entenderia, contudo, que a premência que o domina em nada se aproxima da justiça social tão propagada pelo partido, mas sim pela urgência de ver impunes  os correligionários pegos com a mão na botija.

Para aqueles que ainda alberguem dúvidas sobre o acerto da decisão do Supremo Tribunal Federal, bastará uma comparação com os procedimentos adotados pelos países civilizados, onde a punição do crime se sobrepõe à hipocrisia que reside nos preciosismos e firulas de uma exegese enganosa.

Em 25 de julho do ano recém findo este blog publicou matéria que parece, ainda, particularmente relevante:

Porém, talvez tanto mal venha para o bem. Confrontada com a epidemia de imoralidade, vê-se, hoje, a Justiça sobressair como a mais respeitada das Instituições. No rastro do Mensalão, quando as portas da prisão se abriram para acolher, pela primeira vez, uma súcia de políticos, observa-se uma continuidade moralizante na operação Lava Jato. Tanto no primeiro caso como no atual, o Supremo Tribunal Federal sustentou e vem sustentando a progressão da Justiça, sem a qual não pode haver Nação respeitada e democrática. Parece nítido o gradual e crescente  desmoronamento da impunidade, até então armadura intransponível do corrupto e corruptor. Quem sabe, será a partir deste  momento que o Brasil começa a voltar-se para primeiro mundo?"





quarta-feira, 9 de março de 2016

O retorno do chefe


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É como se nada tivesse acontecido de grave no Brasil dos últimos cinco anos.  É como se o Mensalão fosse um pesadelo passageiro, o Petrolão uma intrincada estória contada por mente desequilibrada.

E eis o Lula, feroz e determinado, chegando a Brasília, demonstra ser o mais poderoso dos líderes políticos brasileiros. Recebendo as boas vindas do aparato PT, como adoradores recebendo seu Dalai Lama. O ex presidente parece transformar-se em presidente virtual. Para tal, tanto faz o ex-presidente aceitar o cargo de ministro que lhe foi oferecido (nunca d'antes visto neste país)  quanto regularmente exercer sua influência nas decisões importantes do governo.

Assumindo a liderança que naturalmente lhe pertence, assume o controle do PT, até então fracionado entre aqueles que compõem o Executivo e os que compõem a cúpula e a infantaria do partido. Atropela, assim, as reticências da presidente tanto no que toca as medidas de reajuste econômico quanto ao que se refere às labaredas do Lava Jato. 

Talvez seja lícito supor-se serem, pelo menos quatro, os objetivos de Lula:

1.Assumir o domínio do processo Lava Jato através de um Ministério da Justiça ativamente engajado em neutralizar a eficácia da Polícia Federal. 

2. Recolocar em pauta os ditames da politica econômica populista, já defendidos pelo PT, assim buscando sua eleição em 2018.

3. Restabelecer a Base Aliada no Congresso.

4. Abortar o processo de impeachment de Dilma

Ainda, além de empolgar o seu partido, Lula busca reconstruir a aliança com o PMDB. Já tendo recebido a genuflexão do presidente do Senado, Renan Calheiros, sua ambição não se esgota. Pretende, certamente, subjugar o incerto Michel Temer, e com ele a massa do partido. 

Quanto à interferência no Processo Lava Jato, seu sucesso não está garantido. É grande o apoio popular à punição dos culpados. Manobras protelatórias poderão causar repúdio, fora o elemento mais comprometido, no eleitorado de esquerda.

Já, medidas econômicas de cunho populista acentuarão as dificuldades da população, levando maiores dificuldades àqueles que pretenderia agradar, uma vez esgotadas as reservas mobilizáveis. Caso recorram à medidas artificiais de contenção de preços, juros e cambio, mais grave ainda seria a conjuntura nacional.

Já, abortar o impeachment dependerá da reconstituição da Base Aliada, onde prepondera o PMDB. É enorme o desafio que se coloca para a direção do partido. Neste momento a opção de abandonar o PT parece acertada.A prevalecer a aliança que agora parece se esgarçar, o PMDB estará se associando ao mais funesto dos projetos políticos. O eleitorado não se esquecerá. 

Caberá à Oposição liderar o contra ataque. Se Aécio não souber fazê-lo, que outro o faça. Lembrar ao povo que se quadrilha existe, seu chefe também existe. Tendo por base as condenações, as monumentais quantias roubadas, a multiplicações dos malfeitores, torna-se tarefa simples expor ao público onde reside a responsabilidade principal. Como alegar ignorância de atos, não ocasionais e sorrateiros, mas sim escancarados e disseminados em ministérios e empresas? Crime cujo objetivo é de abastecer os cofres do PT e enriquecer seus operadores colocados onde melhor convinha ao partido.

Quem será o Chefe?




sexta-feira, 4 de março de 2016

Dia marcante


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Hoje é dia marcante na história brasileira. O encaminhamento coercitivo do ex presidente Lula para prestar depoimento no processo Lava Jato deixará marcas profundas.

Sendo a Justiça cega, onde todos são iguais perante a lei, decidiu ela proceder à convocação de Lula da Silva  objetivando o esclarecimento de diversos fatos que apontam para ilegalidade praticada. Encaminhou o assunto de acordo com a autorização do Ministro Teori Zavascki, levando em conta a recusa de Lula de depor quando convocado, enviando, como se fosse alternativa valida, documento contestando as perguntas formuladas pelo Juiz. Assim, não submeteu-se ao contraditório essencial ao esclarecimento dos fatos.

Contudo, a indignação de Lula face a severa ação da Polícia Federal ao ser levado sob a vara da lei, não pode e não deve ser desprezada. Na verdade, não são poucos os presidentes e primeiro-ministros levados à Justiça mundo a fora. Desde os Estados Unidos, à França e até Israel muitos foram os dirigentes interpelados e até mesmo condenados, terminando por enfrentar os rigores da lei. Todavia, nestes diversos países a "igualdade perante a lei" tomou forma mais sutil e menos literal, assim   preferindo demonstrar respeito, não apenas ao individuo, mas, também, aos milhões de eleitores que na presidência o colocaram. Talvez a ida dos promotores à residência do suspeito, para lá cumprir integralmente com sua missão, fosse formula mais aceitável.

Porém, torna-se difícil comparar os casos acima mencionados com a atual situação que atravessa o Brasil. O ex presidente Lula se vê bordejando crimes da maior severidade desde o escândalo do Mensalão. Ainda, sua proximidade com a corrupção, nunca antes vista neste país, descoberta na Petrobrás, lhe retira o direito a comparar-se com com os políticos dos países acima citados. Tendo em mente a nítida característica de quadrilha formada, onde novos soldados são diariamente desmascarados, ampliando a rede de malfeitos, razoável será considerar-se suspeita a atuação de seu comandante.

Ainda, a capacidade protelatória do ex-presidente e o uso do tempo assim ganho para obstruir o andamento da Justiça dá argumento válido à presteza da ação policial. A divulgação dos dados em posse da Polícia Federal, sigilosos até então, embasando um confronto eficaz com o suspeito, não poderia sofrer adiamento, sob pena de vazarem, anulando desta forma, sua contribuição para a apuração dos fatos. Daí, para a obstrução de Justiça, seria um passo. Assim, pesando-se os prós e contras, parece inegável ter a Justiça agido corretamente.

No entanto, nuvens se formam. O país deveria resguardar-se contra uma clivagem político-social. Lula, em mensagem televisiva, acusa o procedimento policial para desvendar ato potencialmente criminoso, como se ato político fosse. Incita "os companheiros" ao confronto, este não apenas político mas também social, na medida em que forças extra parlamentares, como o MST, são convocadas em sua defesa.

Tempos difíceis.




terça-feira, 1 de março de 2016

Boas novas de Teerã


      Rouhani e Obama
Resultado de imagem para fotos obama e rouhaniA recente vitoria de reformistas e moderados nas eleições Iranianas vieram confirmar o acerto da política de Barack Obama com relação ao Irã.

O acordo nuclear liderado pelo presidente norte americano e secundado pela Russia, França e Alemanha pôs em evidência quão longe pode-se ir quando os interlocutores recorrem, não à tough diplomacy, mas ao diálogo respeitoso. Do lado iraniano foi grande a contribuição do presidente Hassan Rouhani que, com grande habilidade e o apoio velado do Aiatolah Khamenei, conseguiu neutralizar a poderosa "linha dura" da Guarda Revolucionaria.

O tratado ofereceu um bonus adicional, demonstrando como Estados Unidos e Russia podem trabalhar de forma convergente para a solução de conflitos de extremo perigo.

Voltando ao resultado das recentes eleições, decorrente do sucesso do tratado nuclear, serve ele como prenuncio de favoráveis consequências para o conturbado Oriente Médio.

De início, a inserção do Irã no âmbito Ocidental, país de cultura milenar, com 77 milhões de habitantes e uma extensão territorial de 1,6 milhão de km2 poderá resultar em fator de estabilização da região. Por ser de confissão Xiita, é inimiga do Estado Islâmico, tornando-se aliado natural das nações Ocidentais.

Ainda, servirá de contraponto à política da Arábia Saudita, líder de aliança expansionista, cuja adesão às interpretações extremas do Wahabismo dificultam a pacificação da região.

O rapprochement de Teerã aos interesses do mercado internacional poderá diluir sensivelmente o feroz antagonismo que hoje a separa de Tel Aviv desde que solução equitativa seja encontrada pelo diferendo com os Palestinos.

Talvez, o maior caveat será manter a CIA longe dos corredores de Teerã; sua última atuação no país resultou na derrubada do Premiê Mossadegh, seguidos da deposição do Xá e da instalação dos Ayatolahs.