Surpreendentemente, Monsieur .Hollande revelou-se contrário
às pretensões Norte Americanas no contencioso com o Irã. Apesar da visita do
chanceler John Perry à Paris, onde esperava o apoio Gaulês para o bom términos
das negociações anti nucleares com Teerã, o presidente francês declarou-se
contrário ao esboço do tratado ora em consideração. Assumiu atitude de falcão
intransigente, ao arrepio da natureza conciliadora do socialismo francês.
O observador atento haverá de perguntar-se porque a França,
que nenhum contencioso tem com o Irã, nem mesmo em suas pretéritas andanças
colonialistas, haveria de contrariar seu mais poderoso aliado ? Se a matéria
não lhe é vital, porque pagar o alto preço de discordar com Washington ? Uma
vez em desobediência à América do Norte, qual a conjunção de interesses velados
que desvendaria o mistério ?
Como bom investigador, de acordo com a boa prática policial,
seguiria ele o percurso do dinheiro. E eis senão quando, deparasse o farejador
com a recente venda dos aviões
franceses Raffale ao Egito. Mas a trilha não se esgota assim, pois cabe
perguntar-se com que dinheiro Cairo se permitiu tal luxo bélico ? De volta ao
dinheiro, encontrará o insistente pesquisador a soma de 16 bilhões de dólares,
que há pouco, transbordou os cofres dos bancos Egípcios. E de onde vieram eles,
senão da Arábia Saudita ?
Eureka! Faz-se a luz, desvenda-se nova e inesperada aliança,
consolidada, não por coincidência de objetivos, ou compartilhamento cultural, ou ainda, simetria ideo-teológica.
Não, o catalisador é o velho e conhecido dinheiro, que, em singular manobra
diplomática subordina a França ao novo
líder do Oriente Médio, o soberano Saudita.
Dando seqüência à coluna anteriormente publicada, vê-se, não
tão somente a expansão da influência Saudita, mas, ainda, a disposição do Rei Abdullah
em enfrentar e contestar os esforços diplomáticos e geopolíticos de seu maior
aliado, os Estados Unidos.
Para aqueles que ainda duvidam da supremacia da Arábia
Saudita no cenário do Oriente Médio,
sugere-se acompanhar atentamente o novo desafio que surge no Iêmen, onde
seus inimigos xiitas recém empolgaram o poder. Pertinente seria lembrar que os
xiitas são inimigos mortais da Al Quaeda, por sua vez, inimigos mortais dos
Estados Unidos. Para onde caminharão as lealdades divididas e confusas de
Washington ? Xiitas ou Sauditas ?
Aguardar os próximos capítulos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário