Estádio de Manaus |
Até bem pouco tempo, o Brasil encantava as manchetes da
imprensa internacional. Era o país que célere rumava para o pleno
desenvolvimento. Porém algo mudou. Para pior. Hoje as manchetes são outras, com
pesadas críticas às trapalhadas do outrora pujante e admirado Brasil.
Inflação em alta, PIB anêmico, a maior empresa brasileira em séria crise
econômica e ética, infraestrutura cambaleante, escolas que não ensinam,
constitui-se num rosário de problemas cuja solução Brasília não parece alcançar.
Vítima de seu impensado ufanismo, de deturpada confiança nos
quadros de seu PT, o presidente Lula conquistou dois galardões de primeira
grandeza, a Copa e as Olimpíadas. De fato, tivesse este governo competência e
seriedade, a tarefa chegaria a bom termo. Afinal, sete anos de prazo para sua
realização era generoso. Passado este teste de competência, hoje tão distante
da realidade, a imagem nacional tomaria novo impulso, com os enormes benefícios
que dela decorreriam.
Mas a audácia revelou-se irresponsável, e sem menosprezar os benefícios eleitorais o
presidente lançou o Brasil nisto que revelou-se uma aventura. Não esperava que
trouxesse à tona, de maneira tão
explícita, a falência administrativa e
moral que atinge Brasília. Rasgou-se a fantasia que tanto encantara nossos
amigos mundo afora.
O descalabro administrativo, contaminado por epidemia
corruptora, impediu que, apesar do
prazo concedido, este governo não conseguisse realizar as obras a tempo
e hora. Exibiu, despudoradamente, quão profunda é a incúria e a incompetência
dos quadros governamentais, incapazes de planejar e executar obras dentro dos
cronogramas necessários. Aliados que são na societas sceleris que
hoje comanda a grande empreitada, os funcionários dos mais altos níveis conspiraram
com os executores das obras, para atrasá-las a ponto de impor o imperativo
liberatório da urgência. Adeus compromissos, limites, compostura.
Assim, libertos dos controles e métodos que normalmente
norteiam qualquer projeto, partiram em alegre e irresponsável “pas de deux”,
funcionário e empreiteiro, certos de que o objetivo era bem mais o ganho, e bem
menos a obra.
Com apenas um mês para o início da Copa do Mundo, não existe
a menor possibilidade para a finalização dos projetos demandados pela FIFA.
Quanto às Olimpíadas, dificilmente teremos as obras terminadas, no padrão
qualitativo imposto. Os jogos acontecerão, as torcidas chegarão ao êxtase, mas
o gosto amargo do embuste não será esquecido. Quanto ao custo deste megalômano
projeto que desafia qualquer comparação e qualquer semelhança aos padrões
internacionalmente aceitos, este já pesa na opinião pública, e pesará, por
muito tempo, sobre os ombros do Partido dos Trabalhadores Enganados.
Contrariando o hábito de culpar-se as elites pela crítica,
neste caso culpe-se tambem os manifestantes nas ruas, os técnicos da FIFA e do
Comitê Olímpico, e, a reboque, a imprensa internacional.
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