terça-feira, 27 de maio de 2014

Eleições Europeias




Falta juízo, falta razão onde falta pão. A crise econômica que se abateu sobre a Europa, que já adentra seu nono ano, fez estragos na qualidade de vida e na qualidade dos pensamentos. Conceitos que, em tempo de prosperidade seriam rejeitados, tornam-se aceitáveis e razoáveis quando o homem perde o emprego, o pão torna-se escasso, e o futuro sombrio.

Exemplo inesquecível, que melhor seria esquecido para sempre, nos deu a República de Weimar desaguando no vendaval Nazista. Não, os alemães não eram loucos ou ignorantes, os alemães estava aterrorizados pela desorganização perversa de sua sociedade, e, em busca de salvação. Encontrou Hitler. O que se seguiu tornou-se inexorável, as circunstâncias, como diria Ortega y Gasset, moldando o homem de então. Deu no que deu.

Vemos uma reprise, ainda que modesta, deste mesmo ciclo nefasto, onde partidos radicais buscam o apoio das massas frustradas e desesperançadas. Buscam no passsado a formula de incutir o medo do externo, seja de pessoas seja de conceitos. Marine Le Pen e Nigel Farage, líderes há pouco desconsiderados, hoje se apresentam como nova e relevante força em seus países. Buscam a reversão do tempo, ao tempo da Europa fracionada, bélica, xenófoba.


Foi um aviso para o ainda dominante facção pró Europa Unida. Um aviso para  Mister Cameron que defende regras especiais para a Grã Bretanha, assim flertando com a cisão, para  Monsieur Sarkozy e seu bloco que busca uma “França Forte” de dúbia definição. Tais sutilezas legitimam as forças radicais anti-europeias, como se constata pelo expressivo ganho eleitoral. Importante, também, é a revisão da política de contenção de gastos e liquidez financeira, bem como o excesso fiscal, permitindo a criação de bolsões opositores à União Européia.

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