sábado, 17 de maio de 2014

Em busca da saida do túnel




Há dias, um jornal defendia a continuidade do financiamento empresarial para os candidatos e agremiações políticas. Como argumento alegava que, caso proibida, a avalanche de dinheiro das empresas continuaria sob forma de Caixa 2. A atual leniência para com este tipo de financiamento eleitoral é uma das principais causas da epidemia corruptora que grassa no país. Ora, as leis existem para serem respeitadas, e seu descumprimento punido. A preferência pela distorção tendo por base a dificuldade de correção espelha, até certo ponto, o contraditório que o Brasil enfrenta em sua luta pelo restabelecimento da ética pública. 

O Executivo, apesar da preocupação que possa ter pela manutenção da moralidade no seu ápice, vê membros de sua equipe próximos a desmandos e desvios, onde a retidão cede às sutis curvas que o interesse próprio e partidário recomenda.

A prosseguir o ciclo pernicioso, onde a intimidade une, quase carnalmente, político e relevante grupo de empresários, o processo democrático estará irremediavelmente comprometido, inevitavelmente desmoralizado.  Apesar de existirem muitos parlamentares corretos, a constatação objetiva  é a de que o Congresso não mais comanda respeito. Pouco dele a sociedade espera quanto à  dedicação e sacrifícios em prol da Nação.

As instituições parecem ruir, sendo a mais importante delas, a Justiça.  Encontra-se submetida ao anedotário mais cruel, onde o peso da moeda esmaga a o dever e a consciência. Sem Justiça não há Estado Democrático, nem mesmo Estado. A probidade da Justiça, na menor das causas, ou na maior delas, garante não apenas o presente;  dá, também,  substância ao futuro. Sente-se que a grande quantidade de magistrados probos parece soterrada pelos colegas motivados por razões estranhas ao cumprimento da letra e do espírito da lei. Sem ela, nem ato nem transação tem estabilidade ou confiabilidade, tornando o cidadão, ou empresa,  mera folha levada pelos ventos dos interesses estranhos. A moralidade recém evidenciada no Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do Mensalão, já parece revelar fadiga, evidenciada por motivações políticas.

Restam as Forças Armadas, o ultimo bastião de patriotismo e respeito público. Sem defender movimentos golpista, sua inação não é mais recomendável. Necessária e premente se torna uma iniciativa que alerte o Poder Civil, que seja levada aos mais altos escalões  da pirâmide política e jurídica, dentro dos limites da discreção, assim evitando a propagação de expectativas anti-democráticas.

Caso a reação das estâncias tolerantes à prática corruptora seja impeditiva de qualquer movimento saneador do comportamento hoje disseminado que comprometa o futuro da Nação, caberia às Forças Armadas propor, encaminhar e realizar plebiscito popular, onde a questão colocada perante a Nação seria:

“Eleitor brasileiro, deve o arcabouço legal e constitucional ser alterado de forma a assegurar a punição de todas as formas de corrupção econômico-financeira que tragam prejuízo à Nação, processo a ser comandado pelas Forças Armadas?”


Que a resposta seja um clamoroso SIM.

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