O Mensalão faz escola. Seguindo a trilha do dinheiro, o
observador encontra, a alguns milhares de quilômetros, comportamento que evoca
a ganância dos políticos. Bygmalion é o nome dado ao escândalo onde dinheiro de
campanha parece ter percorrido caminhos ilegais, e a chama da indignação se
propaga irresistivelmente pela base do maior partido de Centro-Direita da
França, o UMP. Jean François Copé, presidente do partido,
companheiro leal do ex presidente Nicholas Sarkozy, não resistiu às pressões de seus
correligionários e anuncia sua demissão.
O jogo político é cruel e, por vezes irônico; M. Copé, que
conquistou a presidência de seu partido de forma considerada, por muitos de
seus correligionários, como ilícita, vê-se defenestrado por acusação (não
comprovada neste momento) de comportamento aético. Durou pouco.
Duas felizes conclusões se apresentam; a primeira revela que
“o crime não compensa”, se crime houve; a segunda, que a correção de rumo e a
extirpação do político sob suspeição deu-se por iniciativa partidária, sem
pressão dos partidos opositores ou da mídia. Se o início do embróglio lembra o Brasil, sua conclusão em
nada se parece com a nossa prática política.
Que faça-se escola, vinda da admirável França,
como corrigir desvios inaceitáveis perpetrado por líder partidário. O UMP não
cogitou abrir mão da ética, que fosse para solidarizar-se ou proteger membro destacado
de sua agremiação. Na nossa terra, o político faltoso receberia unânime solidariedade
de seus colegas, estes inatentos para a degradação que a impunidade impõe ao
partido.
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