terça-feira, 27 de maio de 2014

Bygmalion




O Mensalão faz escola. Seguindo a trilha do dinheiro, o observador encontra, a alguns milhares de quilômetros, comportamento que evoca a ganância dos políticos. Bygmalion é o nome dado ao escândalo onde dinheiro de campanha parece ter percorrido caminhos ilegais, e a chama da indignação se propaga irresistivelmente pela base do maior partido de Centro-Direita da França, o UMP.  Jean François Copé, presidente do partido, companheiro leal do ex presidente Nicholas Sarkozy,  não resistiu às pressões de seus correligionários e anuncia sua demissão.

O jogo político é cruel e, por vezes irônico; M. Copé, que conquistou a presidência de seu partido de forma considerada, por muitos de seus correligionários, como ilícita, vê-se defenestrado por acusação (não comprovada neste momento) de comportamento aético. Durou pouco.

Duas felizes conclusões se apresentam; a primeira revela que “o crime não compensa”, se crime houve; a segunda, que a correção de rumo e a extirpação do político sob suspeição deu-se por iniciativa partidária, sem pressão dos partidos opositores ou da mídia. Se o início do embróglio lembra o Brasil, sua conclusão em nada se parece com a nossa prática política. 

Que faça-se escola, vinda da admirável França, como corrigir desvios inaceitáveis perpetrado por líder partidário. O UMP não cogitou abrir mão da ética, que fosse para solidarizar-se ou proteger membro destacado de sua agremiação. Na nossa terra, o político faltoso receberia unânime solidariedade de seus colegas, estes inatentos para a degradação que a impunidade impõe ao partido.

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