sábado, 1 de julho de 2017

Quo vadis, Brasil


Resultado de imagem para foto da democracia brasileira


O Brasil chega num impasse. A partir da longa deterioração trazido pelos governos do Partido dos Trabalhadores chegamos ao nadir da história deste país. A atual Presidência, parida nas contorções da baixa política, tendo o Congresso por contaminada parteira, encontra-se em frangalhos. Até mesmo o Supremo Tribunal Federal mostra-se maculado por gente que lá não deveria estar.

A generalizada conjunção da ânsia pelo poder e a inexistência de parâmetros morais gerou a aliança ora dominante da Política com a Corrupção. Não há canto que se explore e gaveta que se abra onde não surja os vermes que corroem o espírito público, argamassa essencial à construção de uma grande nação.

Como nos casos das grandes pragas, somente extensa e intensa profilaxia pode oferecer a cura. Torna-se necessária algo que se aproxime de uma “tabula rasa”. No cerne do problema está a formula política que hoje rege o caótico procedimento eleitoral, onde o eleitor está distanciado do eleito.

O voto universal (analfabetos e crianças sub 20) e obrigatório vem se tornando anti-democrático. A experiência revela que, ao incluir grande número de eleitores desinteressados e desinformados, favorece-se a manipulação, redundando no voto venal ou irresponsável. Reduz-se a qualidade média do voto, ao misturar o voto consciente, voluntário e politicamente engajado com o voto obrigatório, desinformado e descompromissado.

Ainda, a distância que hoje separa o eleitor do candidato anula a necessária responsabilização pessoal (accountability) do eleito. A inexistência do voto Distrital, onde o eleitor conhece o candidato, tem por consequência a diluição da responsabilização do político, hoje figura distante e desconhecida daquele que o elegeu. Torna-se um retrato, um número, blindado pela distância que o separa do eleitorado..

O financiamento eleitoral por empresas, sindicatos e outras instituições tem se revelado incontida fonte de corrupção. A enxurrada de dinheiro derramado nos meios de comunicação termina por esconder quem é, verdadeiramente, o candidato. Assume ele uma “persona” artificial. Um ser confeccionado por marketeiros insuflados pela monetização do processo eleitoral. Ainda, o financiamento institucional e identificável (em oposição ao financiamento popular de efeito anônimo)gera o “quid pro quo”, injetando no processo a barganha financeira a completar-se uma vez o político eleito.

A evidência parece condenar o atual sistema de propaganda televisiva, onde partidos nanicos são criados com o fito de negociar sua quota com o partido que melhor oferta fará. Por resultado tem-se uma proliferação tumultuosa onde a primazia da plataforma conceitual de sua missão política subordina-se à vantagens financeiras.

No mesmo sentido, a troca de partido traduz-se por estelionato eleitoral, pois prometeu o eleito o que deixa de cumprir, invalidando assim o mandato que lhe foi conferido.

Estes, e muitos outros aspectos de nossa realidade política merecem profunda revisão. A perdurar a anomia que hoje caracteriza a carcomida vida pública da Nação, o caminho prometido parece abissal.

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