As guerras parecem acontecer ininterruptamente no Oriente Médio. Porém, durante alguns séculos
reinou a paz naquelas paragens quando sob o domínio do Império Otomano.
Lá prevalecia a religião Muçulmana e a espada Turca. Suas guerras
eram contra o mundo europeu e Cristão. Com a derrocada do domínio Turco
pelos Britânicos e Franceses ao término da primeira Grande Guerra,
uma nova e estável conformação geo-política emergiu. Esta,
construída pelos novos dominadores e por uma Turquia contida em suas fronteiras, prevaleceu até 1948.
A partir de 14 de maio daquele ano, com
a instalação do Estado de Israel, o Oriente Médio arribou o germe da instabilidade. O equilíbrio foi rompido. Seguiram-se as guerras que
permitiram a expansão do estado Judeu e a correspondente alienação
da maioria dos países Árabes para com o Ocidente, este aliado à nova nação. A inclusão da União Soviética no conflito
regional, aliada às nações Árabes, acentuou, mais ainda, o
distanciamento entre as duas culturas, a Judeu-Cristã e a
Muçulmana.
Ao estruturado terrorismo israelense
(1), iniciado nos
anos que antecedem sua independência, segue-se o organizado e perene
terrorismo árabe, até então, insignificante e episódico. Este
último preenche o vácuo ampliado pelas suas derrotas militares;
busca a revanche na guerra assimétrica contra o inimigo, seja ele
militar ou civil.
Já, a guerra de George W Bush contra o
Iraque de Saddam Hussein deu-lhe novo impulso, transformando o que era localizado em voraz
câncer sob metástase. O que erá um movimento terrorista contido na
Palestina/Israel e na Arábia Saudita/Afeganistão (2)
hoje declara-se universal, atingindo o âmago das grandes potências.
Não obstante a experiência passada,
Washington não parece dar à complexidade que rege aquele teatro de
operações suficiente importância. Sua preferência na solução
dos problemas caminha na direção da simplificação dos fatores.
Contudo, a intricada relação entre as etnias que lá povoam a
região, bem como os ódios milenares que as acompanham, tornam
duvidosa, quando não opaca, a compreensão dos conflitantes interesses e
como com eles lidar. Naquelas paragens, o implícito prevalece sobre
o explícito.
No momento, regojiza-se da iminente
derrota do Estado Islâmico. Porém, pouca atenção parece ser dada
por Washington ao perigo de sua aliança com a “nação “ Curda
(3). Esta aliança,
nascida quando da guerra contra Saddam Hussein estende-se aos
combates contra o Estado Islâmico, onde tropas americanas lutam ao
lado dos Peshmergas (4) . Simultaneamente, vem ela transformando-se em estímulo à uma
quase-independência desta etnia, inquietando o Iraque, a Síria e a
Turquia. Dificilmente, estes países concordarão com tais
pretensões de autonomia.
A decisão do governo Trump de
intensificar a distribuição de armas modernas para seus recém
aliados, há séculos em busca de independência e em contínua
rebelião contra os governos centrais, promete acentuar a
desestabilização da região, tendo por subproduto o aumento do
terrorismo.
- Irgun e Stern, organizações terroristas Israelenses no período pré-independência.
- O ataque às torres se Nova York e às embaixadas norte-americanas na África tiveram a questão Palestina e a blasfêmica presença de tropas norte-americanas em solo Saudita como motivo alegado por Osama Bin Laden.
- Os Curdos habitam também, além do Iraque, a Turquia e a Síria, o Irã. Neste último onde não houve ingerência norte-americana.
- Força paramilitar Curda.
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