Com era de se esperar, a escolha da
melhor solução para o contencioso Estados Unidos-Coréia do Norte se
aproxima de solução bélica. O nível de alerta já se torna
vermelho, na medida que o desenvolvimento de míssil intercontinental
de Pyongyang chega à sua maturidade ao ameaçar o território
norte-americano.
Para proteger-se de retaliação
norte-americana, Kim Joun-un, o líder norte-coreano, ameaça dirigir
seus mísseis e artilharia, não contra os Estados Unidos, mas sim
contra seu aliado, a Coréia do Sul. Esta torna-se refém involuntária
neste provável conflito.
Em jogada diabólica neste intrincado
xadrez Pyongyang ignora as mensagens pácificadoras de Moon Jae-in,
presidente da Corea doSul, assim transformando seu vizinho em
surpreendente peça na sua partida contra a América do Norte.
Por sua vez, Washington tem a opção
de buscar uma solução pelos canais diplomáticos, ou, conforme
ocorrido no passado, optar por uma ação militar profilática,
destruindo tanto os foguetes nucleares quanto a estrutura militar do
atrevido norte-coreano. Ao optar pela via bélica, Washington estará
apostando que sua ação neutralize a tempo a capacidade do
adversário de cumprir suas ameaças. Será uma decisão de alto
risco.
Ainda, pesará na balança a reação
da China e da Rússia, ambos limítrofes da Coréia do Norte. Caso os
Estados Unidos limitem-se à uma ação militar cirúrgica, a reação
das duas potências provavelmente será contida. O mesmo não se
aplicaria caso Donald Trump pretenda provocar alteração do regime
político de Pyongyang; provávelmente, as reações de Xi Jinping e
de Vladimir Putin serão tão forte quanto necessárias para
impedi-lo.
A preferir Washington a alternativa
diplomática, esta teria o apoio da comunidade internacional, avessa
a guerras preventivas de desdobramento incerto, sobretudo nas
fronteiras de duas super-potências. Para tal deve-se levar em conta
a história recente, e os interesses dos interlocutores. O passado
revela a “personalidade” agressiva da Coreia do Norte, pois nela
recai a responsabilidade pela invasão de seu vizinho ao Sul em 1950.
Após conquistar grande parte da peninsula coreana, suas tropas foram
rechaçadas pelos exércitos das Nações Unidas sob o comando
norte-americano. Finalmente, foi celebrado o armistício em 1953.
Contudo, o Estado de Guerra ainda prevalece, não tendo sido
concluído tratado de Paz. Trata-se portanto, de situação
inerentemente instável.
Se não provável, é possível que o
governo Jung-un abandone sua posição bélica em troca de garantia
de uma paz duradoura entre as partes e respeito declarado à integridade territorial da região. É
verdade que a irascível e imprevisível personalidade deste
ditador-presidente torne qualquer diálogo um desafio inalcançável.
Infelizmente, do outro lado da mesa senta-se outro presidente,
irascível e imprevisível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário