domingo, 9 de julho de 2017

Winners and losers


Resultado de imagem para photo trump and putin













O primeiro encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin, vem sendo coberto pela imprensa internacional (sempre sob influência dos jornais norte-americanos) como se fora um “round” de box. Quem foi o vencedor? Tal colocação decorre do dominante espírito competitivo da cultura norte-americana, onde sempre deve haver um vitorioso. A tal ponto que a qualidade do cidadão não raro é determinada pela expressão “winners” e “losers”. Que dirá nos embates internacionais.

Assim contaminadas, as mais diversas instituições norte-americanas gravitam em torno destes dois extremos, dentre elas as instituições culturais como a imprensa, o cinema e a literatura. Nestes o herói americano é sempre presente, ou seja o grande Vencedor, seja ele vivo ou morto. Homem Aranha, Superman, Batman; nenhum país produz tão extenso contingente de vencedores, de heróis.

Nesta ânsia de sobressair, de garantir ser o “winner” perante a platéia das nações, foi inventada a “tough diplomacy”, na realidade um oxímoro, coisa só vista naquelas paragens. Se é “dura” não é diplomática, uma vez que esta tende a buscar todas as avenidas para “amaciar” o interlocutor e levá-lo a fazer o que é desejado. Sem dúvida as vantagens relativas são e devem ser exploradas: uma dificuldade nas importações, o acesso a determinado mercado, uma redução de colaboração financeira, uma dificuldade na venda de armamento, etc... Porém, de alguma forma, benefícios devem ser compartilhados ainda que os pratos da balança não se igualem. Permitir que salve a face.  Já, ao recorrer à “toughness” ou à explicitação de ameaças, o exercício deixa de ser diplomático para ser mais uma forma explícita de coação, que, longe de fomentar uma aliança de propósitos sugere uma hostilidade para contabilização futura.

Ainda, recorrer à tática impositiva no diálogo com certos países de longa história de independência política e cultural, considerável poder bélico e geo político, e condição de sobrevivência econômica seria, como bem disse Talleyrand “pire qu'un crime,c'est une faute”. E, por um erro, todos pagam. Neste sentido, o trato da questão Cubana revela quão ineficaz pode ser o processo impositivo.

Voltamos, pois, à pergunta insistente: quem ganhou o embate? Trump ou Putin? A ler a imprensa internacional, a notícia parece boa.. Ambos declaram-se satisfeitos. Superando expectativas ao contemplar-se o Americano Instável e o Ogre Russo, ambos parecem ter seus interesses mútuos atendidos, assim, quem sabe,  caminhando para a “détente”. Seria o início de uma Diplomacy (sem o tough)?



Nenhum comentário: