terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Homenagem

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O Brasil perdeu, hoje, um bom diplomata. Luiz Felipe Lampreia, ainda nos setenta, faleceu, deixando-nos com a lembrança de sua passagem pelo Itamaraty, não apenas como seu funcionário mas, também, como Ministro das Relações Exteriores. Fez muito pela nação.

Quatro momentos marcaram minha memória, nossa amizade. Quando filhos de diplomatas, Luiz Felipe e eu, ainda meninos,  nos conhecemos em Genebra em 1946, alguns meses após o término da guerra. Eu com 12 anos e ele bem mais moço. A lembrança que ficou foram as rusgas em torno de um trem elétrico, típicas de dois meninos querendo afirmar sua supremacia.

Talvez duas décadas depois, encontrava-me no altar, como padrinho de seu casamento. Em vez de atarantá-lo, lembro-me acalmando Luiz Felipe já ansioso pela demora da noiva. Consegui dissipar previsões pessimistas. A noiva, linda, não faltou.

Ainda mais algumas décadas, encontrei-o já Chanceler. Despido de qualquer ansiedade, demonstrava a notável transformação da criança tímida, do rapaz ansioso em homem maduro, confiante, com a aisance dos que transitam nos corredores do poder.

Já aposentado, conversávamos, na varanda do clube, os assuntos sempre resvalando para as mazelas internacionais. Desta vez, eu bem mais velho do que ele, ele bem mais conhecedor do que eu, concordávamos.

Um ciclo que se encerra antes da hora.

Pedro Leitão da Cunha


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