Torna-se, assim, incompreensíveis as manifestações públicas de fontes oficiais do Tesouro Americano (vide New York Times) acusando o presidente Vladimir Putin de corrupção e enriquecimento ilícito.
Ainda, Londres, fiel aliado, faz publicar relatório de Comissão Especial, onde o presidente Putin é acusado de participar na morte do espião russo, ainda que "não tenha evidências para comprovar a acusação" (sic.)
Em ambos os casos as manifestações acima transcritas ferem as regras que norteiam as relações entre nações e contribuem para o empobrecimento das condições para o diálogo.
Parece evidente que, apesar dos muitos cenários onde prevalece o interesse comum, seja na revolução síria, seja na manutenção do tratado de limitação das armas nucleares, seja na participação mútua no Conselho de Segurança das Nações Unidas, "Foggy Bottom" prefere a política de fustigar Moscou permanentemente. É conhecido ser um dos principais objetivos de sua política externa o enfraquecimento da Rússia. Este objetivo foi parcialmente atingido com o desastre econômico causado pela transição do comunismo para o capitalismo sob o comando de Boris Yeltsin. Resultou no precipitoso enfraquecimento econômico da Rússia mas recebeu pleno apoio do presidente Clinton, frustrado quando da ascensão do atual presidente Putin, Invertendo o quadro, verificou-se, ao longo de seu mandato, a recuperação do PIB em 600%.
Ainda, o preço de tal política vem se ampliando além do esperado, visto a sempre surpreendente (onde estará a CIA?) eficácia das iniciativas militares russas na Ucrânia e na Georgia para contra-restar a expansão de uma OTAN hostil ao longo de suas fronteiras, e na Síria, onde a defesa do presidente Assad converge com o Ocidente na luta contra o Estado Islâmico, atendendo também, o status-quo geo político (vide a base naval em Tartus).
Face a um relação que se deterior à olhos vistos, como enfrentará um Donald Trump, ou até mesmo Hillary Clinton as crescentes incompreensões que acompanham as relações destas duas potências nucleares. O perigo decorre da enorme superioridade militar norte-americana, que tem por efeito fazer o Urso russo sentir-se acuado, sempre perigoso quando, a seu ver, as alternativas pacíficas se esgotam.
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