Na semana recém finda,
importante jornal do Rio de Janeiro exibiu anuncio de pagina inteira
da empresa estatal Eletrobras. O texto do anuncio mais parecia um
exercício de auto valorização, sem que qualquer informação dele
pudesse ser extraido em beneficio de seus consumidores. Ora,
perguntar-se-á o leitor, qual a razão para tal anuncio?
A Eletrobras é empresa
monopolísta na geração de energia elétrica. Ainda que outras
empresas gerem, também, energia elétrica, algumas privadas, o
volume de vendas desta empresa não é afetado pela concorrência,
uma vez que a extensão de seu mercado e o preço de seu produto é
definida pelo marco regulatório que lhe cabe.
Assim, com ou sem anúncio, a receita e lucro da empresa varia de
forma independente de concorrência, e seu lucro depende das
condições climáticas, da eficiência de sua operação e das
determinações tarifárias que emanam do governo.
Acresce que, diante da
crise financeira que, graças a fatores internos e externos assola a
própria empresa Eletrobras, torna-se inadmissível que a mesma
assuma gastos milionários em propaganda sem que qualquer benefício
deles decorra.
De onde terá vindo a
ordem? Do tôpo da pirâmide política? Sem dúvida, não faltará
inteligência aos administradores da Eletrobras para perceber a
inutilidade comercial de tal propaganda. Se esta foi aprovada, terá
sido por conveniências outras. E quais seriam? Razoável seria
concluir-se pela tentativa de compra de influência bastante para
assegurar junto a mídia beneficiada um viés político tolerante ou
até mesmo favorável. Ou, ainda, quem sabe, o silêncio editorial
seria moeda de troca bastante pela publicidade recebida.
Assim, torna-se
evidente o que todos já conhecem. O caixa das empresas estatais vem
sendo usado como elemento crucial na manipulação da opinião
pública, através daquela parte da mídia disposta a este escambo.
Por tal razão, a oposição deveria sair de sua incompreensível
sonolência e propor projeto de lei proibindo a propaganda
institucional das empresas estatais em condição de monopólio ou
oligopólio, limitando-se tal propaganda como elemento de estímulo à
procura de seus produtos ou serviços no mercado livre e competitivo.
Em tempo: O governo Pezão pretende gastar 53 milhões de reais (contra 14 milhões no ano passado) em propaganda! Isto apesar de bem conhecer o estado falimentar dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro.
Em tempo: O governo Pezão pretende gastar 53 milhões de reais (contra 14 milhões no ano passado) em propaganda! Isto apesar de bem conhecer o estado falimentar dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro.
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