quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Propaganda estatal

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Na semana recém finda, importante jornal do Rio de Janeiro exibiu anuncio de pagina inteira da empresa estatal Eletrobras. O texto do anuncio mais parecia um exercício de auto valorização, sem que qualquer informação dele pudesse ser extraido em beneficio de seus consumidores. Ora, perguntar-se-á o leitor, qual a razão para tal anuncio?

A Eletrobras é empresa monopolísta na geração de energia elétrica. Ainda que outras empresas gerem, também, energia elétrica, algumas privadas, o volume de vendas desta empresa não é afetado pela concorrência, uma vez que a extensão de seu mercado e o preço de seu produto é definida pelo marco regulatório que lhe cabe. Assim, com ou sem anúncio, a receita e lucro da empresa varia de forma independente de concorrência, e seu lucro depende das condições climáticas, da eficiência de sua operação e das determinações tarifárias que emanam do governo.

Acresce que, diante da crise financeira que, graças a fatores internos e externos assola a própria empresa Eletrobras, torna-se inadmissível que a mesma assuma gastos milionários em propaganda sem que qualquer benefício deles decorra.

De onde terá vindo a ordem? Do tôpo da pirâmide política? Sem dúvida, não faltará inteligência aos administradores da Eletrobras para perceber a inutilidade comercial de tal propaganda. Se esta foi aprovada, terá sido por conveniências outras. E quais seriam? Razoável seria concluir-se pela tentativa de compra de influência bastante para assegurar junto a mídia beneficiada um viés político tolerante ou até mesmo favorável. Ou, ainda, quem sabe, o silêncio editorial seria moeda de troca bastante pela publicidade recebida.


Assim, torna-se evidente o que todos já conhecem. O caixa das empresas estatais vem sendo usado como elemento crucial na manipulação da opinião pública, através daquela parte da mídia disposta a este escambo. Por tal razão, a oposição deveria sair de sua incompreensível sonolência e propor projeto de lei proibindo a propaganda institucional das empresas estatais em condição de monopólio ou oligopólio, limitando-se tal propaganda como elemento de estímulo à procura de seus produtos ou serviços no mercado livre e competitivo.

Em tempo: O governo Pezão pretende gastar 53 milhões de reais (contra 14 milhões no ano passado) em propaganda! Isto apesar de bem conhecer o estado falimentar dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro.

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