Mudanças e tendências importantes começam a emergir na
América do Sul; na política, os ventos de esquerda parecem amainar, reduzindo o
ímpeto de governos afoitos por caminhos populistas.
Na Argentina em reviravolta inesperada, derrota-se a
maquina Peronista. Face a decadência constatada da economia argentina, o novo
governo, reconhecendo os erros da antecessora, procura na ortodoxia econômica a
correção de rumo. Graças a eleição do presidente Macri vislumbra-se novo
caminho, evita-se o desastre que se anunciava.
Na Venezuela, onde o Chavismo parecia blindado pelo apelo
popular, eleições revelam o grau de repúdio que se instala, não apenas nas
classes mais favorecidas, mas também nos segmentos mais populares. Assim, graças
à instalação de um novo parlamento, onde a Oposição predomina, dá-se o primeiro passo para a correção de rumo
que poderá redimir a sofrida nação.
Já no Brasil, pouco pode se esperar do executivo, este
comandado por pessoa comprovadamente despreparada para o cargo para o qual foi
eleita. Dilma Rousseff recusa admitir os
perigos que decorrem de uma estrutura administrativa integralmente voltada para
a montagem do poder político, abandonando qualquer tentativa de dar ao país uma
administração competente. Quanto à política econômica, esta segue a cartilha de
uma ideologia já condenada, alheia à realidade dos fatos.
Em adição, o país observa um Congresso cujos
representantes já abandonaram, há muito, o sentido do dever, o sentido da
retidão, o sentido da vergonha. Comandado por dois presidentes, um da Câmara,
outro do Senado, já suspeitos de transgredirem
as leis e os bons costumes, deles o Brasil nada pode esperar. Ainda, pouco
ou nada se espera da Oposição, perdida no tumulto de suas ambições desencontradas.
Resta, assim, tão somente o Judiciário como elemento corretivo
da anomia política, econômica e moral que aflige a nação. Em um dos extremos da
estrutura judicial tem-se a primeira instância comandada pelo Juiz Sergio Moro.
Este, solitário, enfrenta com imparcialidade e dignidade inimigos poderosos e
perigosos. Merece o respeito do povo brasileiro pela esperança que lhe é oferecida.
Sua relevância depende, contudo, do outro extremo hierárquico
do judiciário, o Supremo Tribunal Federal. Apesar de temporariamente comandado
por aliado do Executivo, a instituição revela um naipe de Ministros corretos e de
profundo saber. Falta-lhe, todavia, a liderança de um Joaquim Barbosa, cujo
sucessor talvez se revele impelido pela importância da missão. Torna-se
essencial o apoio do STF às decisões
emanadas das instâncias inferiores assim
derrubando as muralhas da impunidade, favorecendo
a moralização política do país.
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