A recente publicação de “Charlie Hebdo” levanta a questão.
Será o limite da liberdade aquele imposto pelos direitos dos demais? Se a lei
nos países desenvolvidos pune os atos que promovam o ódio racial e religioso, pode
um semanário promover, sistematicamente, o desrespeito às religiões?
Estas e outras questões afloram quando avalia-se
a publicação francesa.
Em sua ultima edição
o semanário fere profundamente uma imagem que boa parte do mundo guarda, aquela de Aylan Kurdi. O
menino morto, devolvido pelo mar indiferente à pequena praia, como se
obedecesse, recostado educadamente, ao destino que lhe foi imposto. Representa aquele inerte e puro corpo de criança a alva imagem
frente aos sofrimentos daqueles que nada
mais são do que joguetes das ambições dos poderosos.
Decepcionante foi a conspurcação desta triste visão por aqueles que
se valem da liberdade de imprensa. “Charlie Hebdo” transformou, num ímpeto
mediático, numa “sacada” esperta, um
ícone inocente e involuntário em mensagem debochada, na ânsia de chocar e de
melhor prosperar. Transformando um futuro Aylan em chula persona, bolinador de nádegas, toldou-se uma ideia, descartou-se
um sacrifício.
Je ne suis pas
Charlie Hebdo
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