sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Aylan não merecia

                                                                                             


Resultado de imagem para fotos de aylan kurdiA recente publicação de “Charlie Hebdo” levanta a questão. Será o limite da liberdade aquele imposto pelos direitos dos demais? Se a lei nos países desenvolvidos pune os atos que promovam o ódio racial e religioso, pode um semanário promover, sistematicamente, o desrespeito às religiões?  
Estas e outras questões afloram quando avalia-se a  publicação francesa. 

Em  sua ultima edição o semanário fere profundamente uma imagem que boa parte  do mundo guarda, aquela de Aylan Kurdi. O menino morto, devolvido pelo mar indiferente à pequena praia, como se obedecesse, recostado  educadamente,  ao destino que lhe foi imposto. Representa  aquele inerte e puro corpo de criança a alva imagem frente aos  sofrimentos daqueles que nada mais são do que joguetes das ambições dos poderosos.      



Decepcionante foi a conspurcação desta triste visão por aqueles que se valem da liberdade de imprensa. “Charlie Hebdo” transformou, num ímpeto mediático, numa “sacada” esperta,  um ícone inocente e involuntário em mensagem debochada, na ânsia de chocar e de melhor prosperar. Transformando um futuro  Aylan em chula persona, bolinador de nádegas, toldou-se uma ideia, descartou-se um sacrifício.

Je ne suis pas Charlie Hebdo

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