terça-feira, 1 de setembro de 2015

O ajuste desajustado

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Levy e Barbosa
Não gerou confiança a entrevista concedida por Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, à uma plêiade de jornalistas. Não convenceram. Ao seu término observa-se que, do seu lado, Levy revela, nas entrelinhas,  que o  Executivo ainda não promoveu as economias necessárias ao reequilíbrio das contas públicas, e do lado de Barbosa, o ajuste é impedido pela oposição do Parlamento. Somando-se as duas avaliações, a primeira vítima é o povo.

O recente ato de contrição da Presidenta Dilma Rousseff, reconhecendo ter errado no passado na condução da economia nacional, pouco significa se não tiver a coragem de tomar, urgentemente, as medidas de ajuste econômico que se impõem. Constata-se assim, que após toda a mise en scène do mea culpa, prevê-se o substancial déficit de R$ 30 bilhões no ano de 2016.

Torna-se conveniente a tradução destes fatos e número para o português social. Este déficit se traduz, internamente, por um provável aumento dos impostos, onerando as atividades econômicas, reduzindo o consumo e provocando crescente desemprego. Ainda, a redução da capacidade de investimento, tanto interno como externo (este sob o espectro da perda do investment grade) provavelmente redundará em forte pressão inflacionária, insuflada pela desvalorização do Real, redundando em forte perda de poder de compra do povo. O temível cenário de stagflation parece surgir, antevendo-se a prolongação do mal estar. Neste quadro conturbado, talvez do dólar valorizado virá uma luz de esperança, desde que a indústria exportadora brasileira aproveite o bonus de competitividade que lhe será oferecido.

Em suma, as classes médias e menos favorecidas, com  sua capacidade de consumo exaurida, ver-se-ão comprimidas, afastando-se cada vez mais da promessa de crescente participação na riqueza nacional.
A endêmica corrupção, promovida pelo Partido dos Trabalhadores, junto às empresas estatais contribui para agravar o quadro acima descrito.

Triste figura fez Dna. Dilma no passado. Porém, hoje, neste presente conturbado, a Presidente precisa se convencer da urgência de medidas corretivas. Como se não bastasse o trato da questão nacional, não se deve desprezar a incógnita Chinesa. As bilionárias bolhas, o enorme endividamento interno, as Bolsas artificializadas e questionadas podem transformar-se em catalisador de crise com desdobramento internacional. Quanto menos preparado estiver o Brasil, maior e pior seria o impacto.


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