Levy e Barbosa |
Não gerou confiança a entrevista concedida por Joaquim Levy,
da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, à uma plêiade de jornalistas. Não
convenceram. Ao seu término observa-se que, do seu lado, Levy revela, nas
entrelinhas, que o Executivo ainda não promoveu as economias
necessárias ao reequilíbrio das contas públicas, e do lado de Barbosa, o ajuste
é impedido pela oposição do Parlamento. Somando-se as duas avaliações, a
primeira vítima é o povo.
O recente ato de contrição da Presidenta Dilma Rousseff,
reconhecendo ter errado no passado na condução da economia nacional, pouco
significa se não tiver a coragem de tomar, urgentemente, as medidas de ajuste
econômico que se impõem. Constata-se assim, que após toda a mise en scène do mea culpa, prevê-se o substancial déficit de R$ 30 bilhões no ano
de 2016.
Torna-se conveniente a tradução destes fatos e número para o
português social. Este déficit se traduz, internamente, por um provável aumento
dos impostos, onerando as atividades econômicas, reduzindo o consumo e
provocando crescente desemprego. Ainda, a redução da capacidade de investimento,
tanto interno como externo (este sob o espectro da perda do investment grade) provavelmente
redundará em forte pressão inflacionária, insuflada pela desvalorização do
Real, redundando em forte perda de poder de compra do povo. O temível cenário
de stagflation parece surgir, antevendo-se
a prolongação do mal estar. Neste quadro conturbado, talvez do dólar valorizado virá uma luz de esperança, desde que a indústria exportadora brasileira aproveite o bonus de competitividade que lhe será oferecido.
Em suma, as classes médias e menos favorecidas,
com sua capacidade de consumo exaurida, ver-se-ão
comprimidas, afastando-se cada vez mais da promessa de crescente participação
na riqueza nacional.
A endêmica corrupção, promovida pelo Partido dos
Trabalhadores, junto às empresas estatais contribui para agravar o quadro acima
descrito.
Triste figura fez Dna. Dilma no passado. Porém, hoje, neste
presente conturbado, a Presidente precisa se convencer da urgência de medidas
corretivas. Como se não bastasse o trato da questão nacional, não se deve
desprezar a incógnita Chinesa. As bilionárias bolhas, o enorme endividamento
interno, as Bolsas artificializadas e questionadas podem transformar-se em
catalisador de crise com desdobramento internacional. Quanto menos preparado
estiver o Brasil, maior e pior seria o impacto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário