Sr. Marco Aurélio Garcia Ministro de fato das Relações Exteriores |
Para o Brasil, todo e
qualquer conflito na America do Sul lhe diz respeito. Fronteiriço
com todos os países do continente, com exceção do Equador e Chile,
as desavenças econômicas ou militares dentre todos seus componentes
têm reflexos importantes sobre a nação brasileira.
Ora, o Itamaraty já
vem, há tempos, observando o comportamento desregrado da Venezuela.
Esta vem exibindo, tanto no campo político como no econômico, um
preocupante rumo interno, onde as políticas populistas
desestabilizaram a economia, projetando a inflação para acima de
700% ao ano. Dependente do petróleo como sua única fonte de divisas e
receita pública de relevância, às escolhas equivocadas do governo
Maduro somaram-se à forte queda do preço do petróleo trazendo por
resultado crescente desabastecimento, assim aguçando a oposição
ao governo Chavista.
Reagindo
aos protestos oposicionistas, Caracas vêm estreitando, cada vez
mais, a tolerância para com os princípios democráticos, levando o
país à condição de uma virtual ditadura. Esta condição, ainda,
contrária aos termos do tratado do Mercosul, já deveria ter imposto
ao Itamaraty enérgica atuação visando reversão de rumo pelo
governo de Caracas.
Cumprindo a cartilha
disparatada da esquerda radical quando confrontada com os erros de
sua política econômica, a culpa é debitada aos efeitos das
políticas implementadas, e não às suas causas, originadas nas
decisões erradas. Ainda, potencializando as tensões mencionadas,
tem-se uma Venezuela em ritmo de rearmamento, através da aquisição
de aviões de combate russos bem como outros materiais bélicos. O
quadro que se tem não convida ao otimismo, mas sim à crescente preocupção.
Tem-se, assim, um país
vizinho sujeito a extrema tensão sócio-política, situação que
impõe ao Itamaraty o mais cuidadoso acompanhamento. Sem
causar grande surpresa, este quadro agravou-se com as
hostilidades fronteiriças entre Venezuela e Colômbia.
Longe de buscar na
tradicional diplomacia brasileira, espelho do colosso geográfico,
político e econômico sul americano, a mediação que poderia
acalmar os ânimos e orientar as melhores soluções, tanto a
Venezuela como a Colômbia preferiram buscar
nos pequeninos Uruguay e Equador as formulas de reconciliação.
Tanto melhor, assim evitando-se o conflito.
Restam, contudo,
algumas perguntas: onde estava o Itamaraty ? Ou melhor seria
perguntar-se, onde estava o Sr. Dr. Marco Aurélio Garcia ? Onde
estava a Presidenta ? Até onde terá caído a influência e
capacidade da Casa de Rio Branco no trato das grandes questões Sul
Americanas ? Estará o Brasil relegado à irrelevância ?
Com a palavra os
comandantes deste novo Brasil, desorientado e
diminuído por políticas equivocadas e
práticas espertas.
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