Corbyn, político
extremado, ainda acredita em estatização, em solidariedade social,
em abolição das guerras e outros itens utópicos. Não promete ser
um bom governante, se por acaso, muito acaso, chegar ao cargo de
Primeiro Ministro. No entanto sua vitória espelha algo que parece
estar se disseminando pelo mundo capitalista anglo-saxão e seus
seguidores: o crescente protesto contra as desigualdades que decorrem
de seus excessos liberais.
Não deve ser esquecida
a derrota recente do Partido Trabalhista quando de recentes
eleições, redundando em estrondoso fracasso assim
fragilizando as lideranças tradicionais do partido. Este
desdobramento traumatizou os até então expoentes do partido,
redundando no repúdio da formulação da Terceira Via de Tony Blair. A
mudança ora ocorrida deu-se, porém, com viès extremista, o qual
dificilmente terá o apoio da massa eleitoral quando de novas
eleições nacionais.
O protesto político
eleitoral que ora se verifica na irriquieta Albion, se revela
convergente across the pond
com a surpreendente popularidade do candidato Democrata de tendência
socialista, Bernie Sanders, nas primarias de Iowa e New Hampshire (USA),
ameaçando temporariamente a liderança de Hillary Clinton.
Servem estes episódios
como alerta contra o crescente fosso que separa, nos países líderes
do “capitalismo de mercado”, os 20% mais ricos dos restantes 80%.
Os primeiros recebem aproximadamente 80% da riqueza nacional gerada
no ano, enquanto os segundos recebem apenas 20%. Como exemplo, um
aumento hipotético do PIB de 4% trará, como benefício, 3,2% para o
segmento abastado, ou seja 20% da população, deixando 0,8% a ser
dividido dentre 80% da população remediada.
Dificilmente tal
situação poderá se perpetuar. Provável será seu questionamento
político.
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