SIM......NÃO |
Nem todos verão desta maneira a reviravolta da
política econômica da União Europeia. Pressionados pela ameaça de aguda
estagnação, a maioria dos governos das “nações Euro” liderados por François
Hollande, obtiveram, por fim, três objetivos essenciais a retomada do crescimento
da região: a tolerância para com o
déficit orçamentário, a desvalorização do Euro, e a adoção da formula vencedora
adotada pelos Estados Unidos, o já famoso QE.
A Europa Latina dobrou, assim, as
restrições e resistências (alguns
chamariam de obsessão) da Europa Nórdica, esta capitaneada pela Wagneriana Dama de Ferro, Angela Merkel. A mais sutil Science Politique parece prevalecer como mais oportuna do que uma rígida Market economics.
Tendo a frente o corajoso italiano Mario Draghi (para
surpresa de alguns, não se trata de um oxímoro),
o Banco Central Europeu optou por injetar mensalmente 60 bilhões de Euros, afim de reanimar o fôlego Europeu, já com nítidos sintomas de sufocamento. Contudo, grave erro cometerá a França e seus seguidores, caso desprezem a prudência orçamentária.
Resta saber se a inversão não causará afogamento. O
experimento não deixa de conter riscos consideráveis, pois muito pouco tem a
Euro-Europa que lhe assemelhe à América do Norte. Enquanto os Estados Unidos
são uma nação monolítica no seu âmbito federal, a Euro-opa é uma confederação que
exige constante negociação, para progredir. Ainda a tendência burocratizante do
Velho Continente inibe, quando não anula, a multiplicação dos benefícios
econômicos que a expansão de liquidez vem trazendo ao Novo. Outras diferenças
existem, que exigirão constantes ajustes tanto nas áreas econômicas quanto nas
políticas, dentre as quais desponta necessidade
de sintonia fiscal.
Neste momento, a reação dos mercados é de alívio. As
bolsas de valores sobem, as taxas de juros caem, levando alento aos dois lados
da divisória ideológica. Somente do frio Tetônico chegam os sons abafados de um
Requiem. Torcer para que não tenham razão.
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