domingo, 11 de janeiro de 2015

Comentários sobre Charlie, Paris e outros



__ A resposta popular ao atentado, refletida nas imensas demonstrações públicas  em Paris e outras cidades francesas surpreendem, não encontrando paralelo nas demais nações feridas pelo terrorismo.

__ A união, em praça pública, de inúmeros lideres religiosos Cristãos, Judeus e Islamitas não encontraram experiência similar. A França, cerrando fileiras,  parece buscar na conciliação e na união de propósitos  o caminho a seguir,  rejeitando a guerra como solução.

__ François Hollande foi hábil na cooptação dos demais líderes políticos franceses, dentre eles seu mais ferrenho adversário, Nicolas Sarkozy. Ainda, sindicatos patronais e operários juntaram-se a mensagem de união.

__ Corajosa a adesão maciça do povo nas praças públicas, desprezando o perigo terrorista que poderia esconder-se dentre  a multidão. Quatro milhões de franceses nâo se intimidaram,  entoando a Marseillaise e palavras de ordem de tolerância e resistência. Belo exemplo.

__ A presença de Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, não longe de Benyamin Netanyahu na primeira fila de chefes de Estado, acentuou a prioridade que o Quai d’Orsay atribui à pacificação naquela região. A ocasião foi bem aproveitada.

__ Pecou Washington por não enviar um alto representante (Biden, Kerry e porque não Barack Obama?)  para juntar-se às dezenas de chefes e alto representantes das nações amigas em ato ostensivo de solidariedade. Qual teria sido a razão de Barack Obama ao optar por tão insólita ausência? Porque tal distanciamento?

__ Ausência surpreendente de representantes da raça asiática. Muitos brancos, negros, árabes e judeus.  Pouco se via o semblante inescrutável do oriental.

­­ __ Alguns setores começam a levantar a razoabilidade de permitir-se o ataque desrespeitoso à religiões (vide “Je ne suis pas Charlie”). No Brasil a Constituição proíbe. Talvez um bom debate seja oportuno e salutar, uma vez retornada a calma.


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