__ A resposta popular ao atentado, refletida nas imensas
demonstrações públicas em Paris e outras
cidades francesas surpreendem, não encontrando paralelo nas demais nações
feridas pelo terrorismo.
__ A união, em praça pública, de inúmeros lideres religiosos
Cristãos, Judeus e Islamitas não encontraram experiência similar. A França,
cerrando fileiras, parece buscar na conciliação
e na união de propósitos o caminho a
seguir, rejeitando a guerra como
solução.
__ François Hollande foi hábil na cooptação dos demais líderes
políticos franceses, dentre eles seu mais ferrenho adversário, Nicolas Sarkozy.
Ainda, sindicatos patronais e operários juntaram-se a mensagem de união.
__ Corajosa a adesão maciça do povo nas praças públicas,
desprezando o perigo terrorista que poderia esconder-se dentre a multidão. Quatro milhões de franceses nâo
se intimidaram, entoando a Marseillaise
e palavras de ordem de tolerância e resistência. Belo exemplo.
__ A presença de Mahmud Abbas, presidente da Autoridade
Palestina, não longe de Benyamin Netanyahu na primeira fila de chefes de
Estado, acentuou a prioridade que o Quai d’Orsay atribui à pacificação naquela
região. A ocasião foi bem aproveitada.
__ Pecou Washington por não enviar um alto representante (Biden,
Kerry e porque não Barack Obama?) para
juntar-se às dezenas de chefes e alto representantes das nações amigas em ato
ostensivo de solidariedade. Qual teria sido a razão de Barack Obama ao optar por
tão insólita ausência? Porque tal distanciamento?
__ Ausência surpreendente de representantes da raça asiática.
Muitos brancos, negros, árabes e judeus. Pouco se via o semblante inescrutável do
oriental.
__ Alguns setores começam a levantar a razoabilidade de permitir-se
o ataque desrespeitoso à religiões (vide “Je ne suis pas Charlie”). No Brasil a
Constituição proíbe. Talvez um bom debate seja oportuno e salutar, uma vez
retornada a calma.
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