Poucas instituições têm servido o Brasil tão bem quanto o
Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty. Respeitado pelas chancelarias estrangeiras, o
diplomata brasileiro tem demonstrado profissionalismo de primeira qualidade,
habilidade na sua atuação, conhecimento na avaliação e negociação dos temas de
interesse do país. Muito tem contribuído para enaltecer a imagem internacional
que até bem pouco o Brasil gozava nos fora internacionais.
Contudo, nestes últimos anos, esta Instituição vem sofrendo incontida
erosão que decorrem do simplismo e da submissão aos arroubos ideológicos que emanam do cume executivo da
República. Na tentativa de tornar o Itamaraty sucursal do Partido dos
Trabalhadores, grande mal faz o governo Dilma aos interesses permanentes do
Brasil.
A importância devida ao Ministro das Relações Exteriores,
cuja comunicação deveria fazer-se
diretamente com o primeiro mandatário, hoje
encontra-se subordinada, de fato senão de jure, ao Senhor Marco Aurélio Garcia,
cuja qualificação está embasada no seu fiel alinhamento ao pensamento
social-populista. Por conseguinte, este filtro extemporâneo e constrangedor, nega a eficácia necessária para que, através de dialogo direto
com a presidência da República, sejam corrigidas as graves falhas que ocorrem tanto
nos campos da política externa como no domínio administrativo.
No primeiro caso, ainda que boas relações com os vizinhos
sejam necessárias, a atual intensidade das relações com as nações Bolivarianas,
mais especificamente Venezuela, Equador e Bolívia, só encontra sustentação na
preferência ideológica. A inclusão da Venezuela no Mercosul não encontra
justificação, seja pelas imposições regulamentares onde a Clausula Democrática
se destaca, seja por benefícios econômicos e políticos que não se materializam.
A interrupção dos pagamentos aos organismos multilaterais, nos
quais o Brasil participa, tais com o Tribunal Criminal Internacional, o fundo
para as missões de paz das Nações Unidas e outros, revela desvio contrário ao
objetivo de fortalecer a imagem internacional da nação.
No campo administrativo, a incúria orçamentária leva nossas
representações no exterior ao ridículo, uma vez que inadimplências e calotes
não passarão despercebidos, seja pelo Estado anfitrião, seja por nossos pares
que bem queremos impressionar. Ainda, a gradativa redução de exigências
qualitativas para a inclusão de candidatos ao Itamaraty atenderá, talvez, a necessidade de assegurar
a quantidade de novos diplomatas, mas certamente não a sua qualidade.
Projeta-se assim, para o futuro, um servidor continuamente aquém da qualidade de seu antecessor.
Mau caminho escolheu a Presidenta Dilma; ou bem nomeia o
Senhor Marco Aurélio Garcia como Ministro das Relações Exteriores, ou retira-lhe
a canhestra interferência. Quanto ao
atual Ministro das Relações Exteriores
espera-se atitude clara em defesa da Casa de Rio Branco e do Brasil.
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