terça-feira, 19 de agosto de 2014

Guerra ou Diplomacia?



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Muitos fatores levam os Estados Unidos a abandonar a política exterior outrora adotada, onde vigorosa intervenção militar impunha respeito e temor, assim abortando o nascimento de adversários relevantes no cenário internacional.  

Surpreendido pelo alto custo da Guerra Assimétrica (como observada no Iraque e no Afeganistão)  e o desequilíbrio orçamentário trazido pela Grande Recessão, não restou à Washington outra opção senão desenvolver uma nova doutrina.

Porém, outros fatores se somam para incentivar Washington a reconsiderar o uso da solução militar:

Inicialmente, a acentuada clivagem que observa-se entre as duas alas do Congresso, tem causado uma paralisia nas decisões políticas, sociais e orçamentárias do país. O constante jogo de Brinkmanship que vem sendo imposto à Nação, impede uma formulação de política bipartidária,  entre as quais a que rege as relações exteriores.

O uso das Forças Armadas confronta-se com importantes alterações, tais como a substituição da conscrição universal por um exército de voluntários, aumentando o custo e reduzindo em muito seu potencial ofensivo. Ainda o alto custo da crescente sofisticação tecnológica dos armamentos, agravou o sacrifício financeiro imposto pela guerra.

O custo político das baixas em combate, acentuado pela tecnologia de informação detalhada e imediata, leva o horror da guerra ao eleitor e assim reduz a tolerância temporal dos conflitos. Os dez anos de guerra no Iraque e no Afeganistão espelham o alto nível de saturação psico-política.

Ainda, a ascenção da esquerda na política norte-americana, acentuada pelo gradual empobrecimento das classes médias baixas, favorece o recurso à diplomacia por ser menor seu peso orçamentário, preferindo o suporte social ao alto custo que a guerra impõe.

O consenso internacional, facilmente obtido nos tempos da União Soviética, onde o Ocidente cerrava fileiras em mútua proteção, não mais ocorre. A multi-polarização que se observa no planeta revela interesses nem sempre coincidentes, e por vezes, antagônicos. A busca de aliados tornou-se difícil, como bem espelhou o conflito Iraquiano.

O domínio da Opinião Pública,  essencial à arregimentação da Nação, não mais se faz com a facilidade de antanho, onde uma imprensa dócil acompanhava o Governo em suas decisões. Hoje, a internet e outros instrumentos de comunicação social multiplicam as informações e versões, não mais dando ao Poder a solidariedade necessária à guerra.

Tolhido no uso da opção militar por estes fatores (e outros...) acima descritos, e afora operações pontuais, o Governo Obama vem privilegiando a Diplomacia apoiada por Sanções Econômicas. A globalização planetária do comercio e das finanças tem viabilizado esta opção  No entanto, estas são mais eficazes  quando dirigida a países de pequena ou média presença no mercado mundial,  por limitar a extenção dos efeitos colaterais nocivos aos demais países. Já, quando aplicadas a países de relevante presença econômica mundial, sua eficácia se reduz por causar perdas a diversos países, dentre os quais aliados dos Estados Unidos. 

Uma possível conseqüência que decorreria desta arma seria o preventivo redirecionamento comercial e financeiro de países relevantes que se considerem alvo potencial.  


A pensar...

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