Muitos fatores levam os Estados Unidos a abandonar a
política exterior outrora adotada, onde vigorosa intervenção militar impunha
respeito e temor, assim abortando o nascimento de adversários relevantes no
cenário internacional.
Surpreendido pelo alto custo da Guerra Assimétrica (como
observada no Iraque e no Afeganistão) e
o desequilíbrio orçamentário trazido pela Grande Recessão, não restou à
Washington outra opção senão desenvolver uma nova doutrina.
Porém, outros fatores se somam para incentivar Washington a
reconsiderar o uso da solução militar:
Inicialmente, a acentuada clivagem que observa-se entre as duas alas do Congresso, tem causado uma paralisia nas decisões políticas, sociais e orçamentárias do país. O constante jogo de Brinkmanship que vem sendo imposto à Nação, impede uma formulação de política bipartidária, entre as quais a que rege as relações exteriores.
O uso das Forças Armadas confronta-se com importantes
alterações, tais como a substituição da conscrição universal por um exército de
voluntários, aumentando o custo e reduzindo em muito seu potencial ofensivo.
Ainda o alto custo da crescente sofisticação tecnológica dos armamentos, agravou
o sacrifício financeiro imposto pela guerra.
O custo político das baixas em combate, acentuado pela
tecnologia de informação detalhada e imediata, leva o horror da guerra ao
eleitor e assim reduz a tolerância temporal dos conflitos. Os dez anos de
guerra no Iraque e no Afeganistão espelham o alto nível de saturação
psico-política.
Ainda, a ascenção da esquerda na política norte-americana, acentuada pelo gradual empobrecimento das classes médias baixas, favorece o recurso à diplomacia por ser menor seu peso orçamentário, preferindo o suporte social ao alto custo que a guerra impõe.
O consenso internacional, facilmente obtido nos tempos da
União Soviética, onde o Ocidente cerrava fileiras em mútua proteção, não mais
ocorre. A multi-polarização que se observa no planeta revela interesses nem
sempre coincidentes, e por vezes, antagônicos. A busca de aliados tornou-se
difícil, como bem espelhou o conflito Iraquiano.
O domínio da Opinião Pública, essencial à arregimentação da Nação, não
mais se faz com a facilidade de antanho, onde uma imprensa dócil acompanhava o
Governo em suas decisões. Hoje, a internet e outros instrumentos de comunicação
social multiplicam as informações e versões, não mais dando ao Poder a
solidariedade necessária à guerra.
Tolhido no uso da opção militar por estes fatores (e
outros...) acima descritos, e afora operações pontuais, o Governo Obama vem privilegiando a
Diplomacia apoiada por Sanções Econômicas. A globalização planetária do
comercio e das finanças tem viabilizado esta opção No entanto, estas são mais eficazes quando dirigida a países de pequena ou média
presença no mercado mundial, por limitar
a extenção dos efeitos colaterais nocivos aos demais países. Já, quando
aplicadas a países de relevante presença econômica mundial, sua eficácia se
reduz por causar perdas a diversos países, dentre os quais aliados dos Estados
Unidos.
Uma possível conseqüência que decorreria desta arma seria o preventivo
redirecionamento comercial e financeiro de países relevantes que se considerem
alvo potencial.
A pensar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário