Definição
de Ghetto: Um setor de uma cidade ou uma área de alta densidade populacional,
habitada predominantemente por uma etnia minoritária e subjugada.
Ghetto de Varsovia - Israelforever.org |
Em
Abril de 1941, sob ocupação Nazista, o Ghetto de Varsóvia tomou nova forma. Um
muro de 4 metros de altura foi construído, cercando parte da cidade onde somente Judeus e poucos
outros foram enclausurados. Lá, os milhares de Judeus mal habitavam, mal comiam e mal morriam.
Enquadrados por uma Polícia Judaica, sob ordem germânica, sua liberdade era
esfacelada intra-muros, e pela SS, extra-muros. Os famélicos habitantes,
buscavam sustento através de seus túneis, de onde chegavam o contrabando e ocasional
ajuda de poloneses cristãos.
Em
janeiro 1943 os Judeus se rebelaram, numa demonstração ímpar de valentia.
Utilizando os túneis que zigzageavam sob os prédios e até a parte “livre” da
cidade, os heróicos rebeldes lutaram, ainda que com armas inócuas, contra a máquina
militar de Hitler. O resultado era previsível, o extermínio inevitável. Foi,
contudo uma página gloriosa e única, onde os Judeus decidiram morrer lutando,
desafiando uma ideologia, uma quase religião, onde a supremacia racial
imperava. Milhares morreram, poucos soldados Nazistas tombaram, mas a
surpreendente lógica da liberdade prevaleceu e engrandeceu aqueles mártires.
Noutra
dimensão temporal e geográfica, outro Ghetto foi criado. Numa pequena faixa de
terra, de nome Gaza, 1,7 milhão de
palestinos habitam, numa extensão de 40 quilômetros, e uma largura que oscila
de 6 a 12 quilômetros. Este território é cercado por patrulhas Israelenses e
Egípcias que impedem qualquer tentativa de fuga. Sua fronteira marítima é
limitada a 5 quilômetros a partir da costa. Auxilio não chega. Nenhum tráfego
aéreo ou marítimo é permitido. Os habitantes de Gaza são prisioneiros. Porém,
emulando outro povo, através dos túneis chega o contrabando.
Em
8 de julho 2014 Israel ataca Gaza. Em seguida, com milhares de foguetes
artesanais e inócuos, revidam contra o agressor. Querem a liberdade. Seus
combatentes levam a luta ao inimigo em guerra subterrânea, mas pouco sucesso
alcançam. Centenas morrem. Estão fadados à derrota. As bombas e mísseis chovem
sobre este novo Ghetto, eliminando armados e
desarmados.
Rompendo
a cortina da desinformação que todo conflito traz, o observador busca entender
e encontra a realidade nos fatos, não nas interpretações. Depara-se com a
aritmética do terror; 1800 palestinos mortos, dentre os quais um milhar de
crianças, mulheres e velhos. Já as baixas Israelenses alcançam 70 militares e 4
civis.
Trágica
herança: ainda muitos morrerão. Destruição da rede de esgoto, da canalização de
água, falta de energia e, ainda mais trágico, hospitais destruídos. Ferido,
ainda, o futuro dessa gente prisioneira, gente determinada, indômita, em busca
da liberdade.
Shalom,
Salam
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