domingo, 10 de agosto de 2014

O incêndio se alastrará na Ucrânia?

The Ukrainian military strategy, commanders say, centers on encircling Donetsk to squeeze off the lifeline of supplies from the other separatist stronghold, the city of Luhansk, and from the Russian border. 

Officials in Kiev say the militias and the regular army coordinate their actions, but the militias, which count about 7,000 fighters, are angry and, at times, uncontrollable. One known as Azov, which took over the village of Marinka, flies a symbol resembling a Swastika as its flag.

The militias’ seeming arms-length relationship with the regular military are among the reasons they are feared, and effective. But their alleged brutality in combat is adding to the risk of provoking a Russian response, analysts say.
Reining the paramilitaries in, if the Ukrainian military leaders chose to, might prove difficult.
Os excertos de matéria hoje publicada no New York Times, parecem sugerir  a aproximação de momento crucial no conflito Ucraniano. A progressão do exército nacional parece prometer em breve  a vitória sobre os insurgentes. Promete, também, tensionar  de forma extrema, as opções de Moscou. 

O presidente Putin terá que decidir, em curto prazo, se a abstenção é o melhor caminho, com as seguintes possíveis conseqüências:
A.    
O abandono da população de etnia Russa que povoa o leste da Ucrânia, eliminará a alavancagem que este segmento demográfico lhe concede para influir nas  futuras decisões políticas daquele país limítrofe, de grande importância estratégica para a defesa do território Russo.  
B.     A perda de alavancagem política Russa sobre a população Russófila ucraniana eliminará o obstáculo para que Kiev junte-se à OTAN, assim eliminando a proteção do Estado Tampão.
C.     Ainda, e de estrema importância, Wladimir Putin vê no desenrolar Ucraniano o “trailer” do que viria a acontecer na Bielorússia. Uma atitude pacificadora na Ucrânia poderia ser interpretada como provável inação Russa quando da cooptação de Minsk pela União Européia. Desmontar-se-ia, assim, a atual estrutura defensiva Russa.
D.    A inação de Moscou dará o sinal de sua impotência face aos seus interesses na Asia Central, onde o Cazaquistão desponta.
E.     Permitiria a ação de milícias, tais como a denominada Asov, de característica fascista, com objetivo anti-étnico.

Talvez, esta opção apenas adiaria o momento de substancial escalada de conflito entre a Rússia e o Ocidente, visto que a visível expansão Américo-Européia levará Moscou ao conflito para evitar sua desintegração.

Caso a opção intervencionista prepondere, poder-se-ia antecipar alguns desdobramentos:
A.    Imediata ocupação da região separatista por tropas Russas. A rapidez da iniciativa dificultaria reação da OTAN, e facilmente faria retroceder o exercito Ucraniano.
B.     Assegurado o território, proposta de imediato cessar fogo e início de negociações para uma paz duradoura, que excluísse formalmente a adesão de Kiev à OTAN  bem como a federalização das regiões Russófonas,  permitindo maior autonomia às regiões hoje rebeldes.
C.     Moscou incluiria vantagens econômicas em beneficio da Ucrânia, tais como fornecimento vantajoso de energia e livre trânsito comercial entre os dois países.
D.    No campo diplomático, neutralização ou cooptação  da China (que já deve estar sendo  mantida a par).
E.     Do lado Ocidental, severíssimas sanções seriam adotadas impedindo, provavelmente, o livre fluxo de capitais para a Rússia, com o potencial de estrangular sua economia. Tal retaliação teria de contemplar a interrupção de energia da Rússia para a Europa, com efeito devastador para a economia de ambos os lados.
F.      De menor probabilidade, face à possibilidade de perda de controle na escalada, a OTAN interviria militarmente em apoio ao exército Ucraniano.

Como pode ser observado a opção militar seria de alto risco, ainda agravado pela possibilidade de Kiev optar por alastrar e intensificar o conflito com o propósito de atrair a OTAN . Neste caso a probabilidade seria de conflagração de grandes proporções, e de consequências imprevisíveis.

O que vai acima, sobretudo no caso de invasão Russa, sofre da fragilidade das suposições. Serve, contudo, para exercitar a mente e buscar no emaranhado das relações entre humanos e estados, uma lógica que, não raro, escapa ao observador.



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