sábado, 8 de fevereiro de 2014

As vítimas, a polícia e os bandidos


Onde Começa o Inferno : foto Howard Hawks, John Wayne


Está na hora para a imprensa, escrita e televisada, constatar, divulgar e acentuar que as vítimas são os civis, os jornalistas e, muitas vezes,  os policiais. Não os bandidos.

Há poucos dias, a soldado PM Alda Rafael Castilho foi assassinada por bandidos. Não foi em confronto armado; foi tiro pelas costas, enquanto conversava com colega. Hoje um Black Bloc lançou um rojão com o visível intento de ferir; teve sucesso. Sua vítima, o jornalista Santiago Andrade, está em estado de coma entre a vida e a morte. No Flamengo, jóvens roubam um casal ancião.

A má vontade da imprensa (ou será apenas de jornalistas fora de controle?) é tamanha que grande rede de notícias televisiva noticiou em primeira mão (?) ter sido a bomba lançada pela polícia. O vídeo divulgado sobre o fato desmente tal acusação.

Em grau menor, porém de enorme perigo potencial, jovens  ladrões perseguem idosos e demais incautos na vizinhança da Avenida Rui Barbosa e do contíguo aterro. Todo bom carioca conhece quão provável é a morte ou grave ferimento como resultado desta bandidagem.

Após diversos incidentes e exercendo direito de defesa, não somente auto-defesa, mas para proteção dos pais, avós, irmãs e irmãos ameaçados, grupos de jovem patrulham a redondeza afim de dissuadir  os pivetes e seus orientadores de suas práticas criminosas.

Recente incidente que redundou na detenção de ladrão, com ficha extensa na polícia, terminou com o meliante atado a um poste. Houve excesso, não na imobilização do gatuno, mas na forma com que foi despido e preso pelo pescoço. Não  é procedimento recomendável, mas não anula a evidência de fato incontestável: a sociedade tem que se proteger. Se a polícia não tem condições de fazê-lo, se a Justiça não consegue condená-lo, cabe ao cidadão o direito de proteger sua liberdade de ir e vir, sua propriedade, sua segurança.  

Afinal, o ladrão em questão não era nenhum coitadinho, e sim um criminoso reincidente. Não era vítima de uma sociedade cruel, pois faz ele parte de ínfima minoria, onde a maioria torna-se cidadão de valia para a pátria. Que melhor exemplo do que homens como o Ministro Joaquim Barbosa, que superando todos os obstáculos, sociais e raciais encontra o caminho que orgulha os brasileiros? Às ONGs cabe a defesa dos injustiçados, mas não dos criminosos.  Deve abandonar o “coitadismo”, e concentrar seus esforços na redenção das crianças,  jovens e de boa índole.

Levar os rapazes à Delegacia por patrulharem, desarmados, em defesa de seus entes queridos é uma inversão de valores. A Polícia, ao ameaçá-los com o crime de formação de quadrilha revela não apenas  uma compreensão deturpada mas sugere uma farsa onde, por falta de capacidade de proteger o cidadão, prefere intimidá-lo para esconder sua ineficácia.

Todavia, seria injusto ignorar a pressão que as autoridades policiais enfrentam, dado à extensão de sua área de atuação (com relevante contingente direcionados às UPPs), aos salários exíguos, à falta de treinamento apropriado e, talvez, o mais nefasto fator, à constante e acerba crítica a que são submetidas pela imprensa e por determinadas  ONG’s.

Neste momento vale a lembrança de velho filme de faroeste, onde, premido pela incontida bandidagem em seu pequeno e poeirento vilarejo, o insuperável John Wayne convoca cidadãos voluntários, prega-lhes uma estrela ao peito, e diz: "Vamos botar os bandidos na cadeia, pessoal. É o lugar deles."  

Um comentário:

Samuel Benoliel disse...

Parabens Pedro,
Está mais do que na hora de criar-se uma ONG efetiva e eficiente na defesa das vítimas. Já estamos cansados de ver bandidos protegidos por ONG's que se intitulam de "defensores dos direitos humanos".
Samuel Benoliel