segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O Brasil e o Mercosul



Mercosul
A idéia era boa, porém com forte dose de utopia. Criar-se um bloco econômico, composto de diversos e díspares países, cujos comércios externos gozassem de tarifa e política comercial comuns, não seria fácil. O tratado previa, ainda, a coordenação das políticas macro-econômicas e setoriais de seus membros, tendo por objetivo alavancar suas economias.

Além, e subjacente ao objetivo econômico, o Mercosul, como forma de assegurar a perenidade do tratado (e conseqüente confiabilidade), inclui uma clausula política,  impondo aos membros submissão ao regime Democratico.

Contudo, tanto no quesíto econômico quanto no político, o Mercosul está transformando a esperança, quando de sua concepção, em frustração crescente.   Ainda sendo o quarto parceiro comercial do Brasil, as importações Argentinas  decaem em ritmo assustador, fruto das mentes atrapalhadas que regem a economia Platenha. Tarifas crescentes, barreiras fito-sanitárias, empecilhos burocráticos e administrativos reduzem continua e significativamente os benefícios esperados desta união tarifária. Ainda, do ponto de vista político, os desmandos do neo-Peronismo tão inexplicavelmente preferido pelo povo Argentino, promete futuro cada vez mais sombrio. Relutando administrar sua economia de forma objetiva e realista, a Sra. Cristina Kirshner se emaranha em névoa de manipuladas verdades, e promete a seu país profunda crise.

Já, como mais recente parceira, a Venezuela,  além do crescente descalabro econômico em que se encontra, envereda nitidamente para a opção ditatorial, seguindo o roteiro tão repetido de governos que buscam no totalitarismo o suporte aos excessos sócio-populistas. O extraordinariamente medíocre Sr. Maduro não soube reverter o quadro econômico que já se desenhava desde o regime de Hugo Chaves. Financeiramente combalida, Caracas dificilmente saldará, nas condições aprazadas,  suas dívidas para  com o Brasil. Ainda, o desrespeito Bolivariano para com a  Cláusula Democrática torna-se cada vez mais nítido.

Assim, é premente a revisão, pelo Itamaraty, de nossa relação com estes dois países, e influir sobre o Planalto os necessários ajustes e correções. Tendo por base o descumprimento das cláusulas econômicas e políticas que regem o Tratado pelas nações acima citadas, Brasília deve libertar-se  dos constrangimentos que hoje lhe tolhe a busca de soluções alternativas para re-potencializar seu comércio externo  mediante acordos bilaterais com parceiros de relevância. No momento, o Brasil encontra-se  comprometido e constrangido pela proverbial  bola de ferro Bolivariana e Peronista  que tem atada ao pé.


Se o atual nexo das relações exteriores merece crítica, esta se aplica, sobretudo e claramente,  àquele observado no contexto Latino Americano, onde a ideologia suplanta os reais e permanentes interesses do Brasil. Importante acentuar a responsabilidade direta da Presidente do Brasil e de seu assessor para assuntos deste hemisfério, Sr. Marco Aurélio  Garcia,  na escolha de política externa despida da necessária objetividade, que se vê toldada pelo ímpeto político partidário. O preço já pago, e a ser pago pelo país, exige a atenção cuidadosa e providências urgentes que revertam o rumo até hoje trilhado.

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