Mercosul |
A idéia era boa,
porém com forte dose de utopia. Criar-se um bloco econômico, composto de
diversos e díspares países, cujos comércios externos gozassem de tarifa e política
comercial comuns, não seria fácil. O tratado previa, ainda, a coordenação das políticas
macro-econômicas e setoriais de seus membros, tendo por objetivo alavancar suas
economias.
Além, e
subjacente ao objetivo econômico, o Mercosul, como forma de assegurar a
perenidade do tratado (e conseqüente confiabilidade), inclui uma clausula
política, impondo aos membros submissão ao regime
Democratico.
Contudo, tanto no quesíto
econômico quanto no político, o Mercosul está transformando a esperança, quando
de sua concepção, em frustração crescente.
Ainda sendo o quarto parceiro comercial do Brasil, as importações Argentinas decaem em ritmo assustador, fruto das mentes
atrapalhadas que regem a economia Platenha. Tarifas crescentes, barreiras
fito-sanitárias, empecilhos burocráticos e administrativos reduzem continua e
significativamente os benefícios esperados desta união tarifária. Ainda, do
ponto de vista político, os desmandos do neo-Peronismo tão inexplicavelmente
preferido pelo povo Argentino, promete futuro cada vez mais sombrio. Relutando
administrar sua economia de forma objetiva e realista, a Sra. Cristina Kirshner
se emaranha em névoa de manipuladas verdades, e promete a seu país profunda
crise.
Já, como mais
recente parceira, a Venezuela, além do crescente descalabro econômico em que se encontra, envereda nitidamente para a
opção ditatorial, seguindo o roteiro tão repetido de governos que buscam no
totalitarismo o suporte aos excessos sócio-populistas. O extraordinariamente
medíocre Sr. Maduro não soube reverter o quadro econômico que já se desenhava
desde o regime de Hugo Chaves. Financeiramente combalida, Caracas dificilmente
saldará, nas condições aprazadas, suas
dívidas para com o Brasil. Ainda, o desrespeito Bolivariano para com a
Cláusula Democrática torna-se cada vez mais nítido.
Assim, é
premente a revisão, pelo Itamaraty, de nossa relação com estes dois países, e influir sobre o Planalto os necessários ajustes e correções. Tendo
por base o descumprimento das cláusulas econômicas e políticas que regem o
Tratado pelas nações acima citadas, Brasília deve libertar-se dos constrangimentos que hoje lhe tolhe a
busca de soluções alternativas para re-potencializar seu comércio externo mediante acordos bilaterais com parceiros de relevância. No momento, o Brasil
encontra-se comprometido e constrangido
pela proverbial bola de ferro
Bolivariana e Peronista que tem atada ao pé.
Se o atual nexo das relações exteriores merece crítica, esta se aplica,
sobretudo e claramente, àquele observado no contexto Latino Americano, onde a ideologia suplanta os reais e
permanentes interesses do Brasil. Importante acentuar a responsabilidade direta
da Presidente do Brasil e de seu assessor para assuntos deste hemisfério, Sr.
Marco Aurélio Garcia, na escolha de política externa despida da
necessária objetividade, que se vê toldada pelo ímpeto político partidário. O preço
já pago, e a ser pago pelo país, exige a atenção cuidadosa e providências
urgentes que revertam o rumo até hoje trilhado.
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